Texto para meditação:
1Pedro 1. 13-23
Introdução
O apóstolo Pedro
inicia a sua Primeira Epístola, fazendo referência aos seus destinatários: os
judeus crentes dispersos por vários lugares e atribulados por perseguições e
outros dissabores. A eles o apóstolo envia uma amorosa saudação: “Graça e paz
lhes sejam multiplicadas.” (vv.1-2).
Preocupado, o
apóstolo glorifica o Senhor pela Salvação, por meio da qual entendemos que o
crente, em termos da redenção, não é recondicionado, não passa por uma reforma,
mas, é gerado uma nova criatura, para
ter uma viva esperança que vem por causa da ressurreição do Senhor Jesus
Cristo; por isso, os eventuais sofrimentos terrenos devem ser vistos com prova
da fé, a fim de que glorifiquem a Deus. Pedro anima aqueles crentes com o mesmo
interesse com que Paulo, mais tarde, escreveria aos Romanos:
“Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor
Jesus Cristo, pelo qual também temos entrada, pela fé, a esta graça, na qual
estamos firmes e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente
isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz
a paciência, e a paciência, a experiência, e a experiência, a esperança.” (Rm
5. 1-6)
os crentes a quem
Pedro se dirigiu, por estarem dispersos, sofriam as angústias da dispersão;
eram perseguidos e ignorados pela sociedade. Eles haviam perdido o
relacionamento com o seu próprio meio social. Por esse motivo, o apóstolo
conforta-os e os anima para que mantenham a fé e a consequente esperança, até
que chegue o Dia da vitória sobre todos os percalços desta vida.
Nós também, por causa
do amor de Cristo, nos tornamos peregrinos e forasteiros; estranhos neste (e
para este) mundo. (1Pe 2.11) Embora os desejos carnais ainda entrem em conflito
contra a alma. Por essa razão, é necessário vigilância, para não cairmos em
tentação.
A FÉ É A BASE DA
NOSSA CRENÇA E DA NOSSA ESPERANÇA (Hb
11. 6)
Como nós mesmos, os
destinatários dessa epístola, estão inseridos num tempo posterior ao ministério
do Senhor Jesus neste mundo; porém, o evangelho os havia alcançado pelos
ministros que lhes anunciaram as boas novas de Salvação, anteriormente
profetizadas por homens que não veriam o cumprimento delas, porque marcavam eventos
que somente as gerações futuras veriam.
Evidentemente, diante
das circunstâncias apresentadas, os irmãos dispersos corriam o risco da
desistência da fé. Não tenhamos dúvida de que as dificuldades da vida, as
perseguições podem ser ferramentas para estimular o esfriamento, o desânimo, a
desistência da fé. Precisamos cuidar para que as provações não nos vençam.
Feitas as
considerações sobre a manutenção da fé e da esperança, a carta inicia o
versículo 13, usando uma relação conclusiva, sobre o conteúdo precedente, a fim
de relembrar uma exigência do Senhor Deus, para a vida de todo crente: “Portanto, estejam com a mente preparada
para agir...”
O mundo é um feroz inimigo
da santificação: esse estado de separação dos interesses
deste século! O processo que
leva à santificação parte de uma decisão pessoal, ajudada pelo Espírito Santo.
A ausência de interesse pela vida santificada mostra que há inclinação para a
pecaminosidade. Que perigo!
Sendo pessoal, o
processo da santificação produz, também, um estado de santificação coletiva;
ele gera um corpo santificado, que é
a Igreja! Que responsabilidade nós temos, irmãos!
A
Igreja de Cristo não é uma associação
de autônomos, senhores de suas, opiniões e interesses, conformes com a sua
particular cosmovisão. A Igreja constitui um
corpo, no qual, cada membro tem
de estar submetido aos desígnios de Cristo, o qual é a cabeça e, sem dúvida, o
cabeça. (Ef
4. 15-16).
A santidade é uma reivindicação divina
A partir deste ponto, vamos meditar na
sequência de versículos lidos, de 13 a 23:
13. Ter a mente
preparada, apta para agir: Essa estrutura sugere a possibilidade de alguma
interferência ou ataque que possam inibir a vida santificada; o crente deve ter
a prontidão de um soldado, pela contínua observância da Palavra de Deus; vivendo
em sobriedade; sempre em estado de atenção, para evitar o erro (Mt 26. 41; Ef
6.15). O crente não pode abrir mão da esperança “na graça que será dada, quando
Jesus Cristo for revelado.” (1Co 15. 19)
14. Não se moldar
pelos padrões do mundo: A obediência ao Senhor faz parte do caráter do servo
fiel. É essa disponibilidade de servo fiel que nos afasta da vida pecaminosa.
Não se pode conviver com os que desonram a Deus. Paulo faz a mesma advertência
em Rm 12. 2: “Não se amoldem ao padrão
deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam
capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
15-16. Imitar a Santidade
de Cristo: Em
nós mesmos não habita bem algum (Rm
7. 19), mas devemos permanecer sob o domínio do Espírito de Deus (Rm 8. 9). O Espírito Santo, que em nós habita, é
quem nos santifica. (Rm 8. 13). A Palavra de Deus exige que sejamos santos,
porque Deus é Santo. Mas o que é ser
santo? Ser santo não envolve, prioritariamente, o exterior. Os fariseus
apreciavam a “santidade exterior”. (Mt 23. 25)
17. Viver em temor a
Deus, que julgará a cada um de modo imparcial: Deus nos julgará individualmente. Ele julgará o exemplo
que demos à vista deste mundo (Mt 5. 13-16). Que exemplo damos para a
sociedade, na condição de membros do corpo de Cristo? (2Co 6. 14-15).
18-21. Permanecer cientes do preço impagável do nosso resgate: Todo crente
manter continuamente vivo em sua memória (não apenas na semana da reunião para
comemorar a Ceia do Senhor) o maior de todos os sacrifícios, de natureza
espiritual, moral e física do Senhor Jesus, ao entregar-se à crucificação em
nosso favor. O Senhor Jesus se fez maldição por nós, miseráveis pecadores (Is
53. 4-6; Gl 3. 13). Foi impagável o preço da nossa Salvação: ela custou a
horrenda condenação e o sofrimento atroz do Senhor Jesus Cristo, como promessa
da nossa Salvação, anterior à criação do mundo; sendo a consumação do resgate
no triste episódio da cruz e, depois, na Sua gloriosa ressurreição; sendo Ele, por
intermédio de quem, nós cremos em Deus que o ressuscitou dos mortos e lhe deu
gloria, de tal maneira, que a nossa fé e esperança estejam em Deus.
Por fim, os versículos
22-23 nos fazem uma confirmação alentadora e uma exortação inestimável: “Agora que vocês purificaram a sua vida pela
obediência à verdade, visando ao amor fraternal e sincero, amem, sinceramente,
uns aos outros, e de coração. [Porque] Vocês foram regenerados não de uma
semente perecível, mas imperecível, por meio da palavra de Deus viva e
permanente.” Glória a Deus, pela nossa bendita esperança, até que volte o
Salvador, vindo, em gloria e majestade para arrebatar aqueles que, tendo crido
nele, vivem em obediência, em fé, em esperança e santidade, à espera da grande
Vitória!
“Porque,
ainda dentro tempo, Aquele que há de vir virá e não tardará.” (Hb 10. 37)
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