domingo, 3 de novembro de 2024

SANTIDADE: UMA REIVINDICAÇÃO DIVINA

 







Texto para meditação: 1Pedro 1. 13-23

 

Introdução

 

O apóstolo Pedro inicia a sua Primeira Epístola, fazendo referência aos seus destinatários: os judeus crentes dispersos por vários lugares e atribulados por perseguições e outros dissabores. A eles o apóstolo envia uma amorosa saudação: “Graça e paz lhes sejam multiplicadas.” (vv.1-2).

Preocupado, o apóstolo glorifica o Senhor pela Salvação, por meio da qual entendemos que o crente, em termos da redenção, não é recondicionado, não passa por uma reforma, mas, é gerado uma nova criatura, para ter uma viva esperança que vem por causa da ressurreição do Senhor Jesus Cristo; por isso, os eventuais sofrimentos terrenos devem ser vistos com prova da fé, a fim de que glorifiquem a Deus. Pedro anima aqueles crentes com o mesmo interesse com que Paulo, mais tarde, escreveria aos Romanos:

 

Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual também temos entrada, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência, a experiência, e a experiência, a esperança.” (Rm 5. 1-6)

 

os crentes a quem Pedro se dirigiu, por estarem dispersos, sofriam as angústias da dispersão; eram perseguidos e ignorados pela sociedade. Eles haviam perdido o relacionamento com o seu próprio meio social. Por esse motivo, o apóstolo conforta-os e os anima para que mantenham a fé e a consequente esperança, até que chegue o Dia da vitória sobre todos os percalços desta vida.

Nós também, por causa do amor de Cristo, nos tornamos peregrinos e forasteiros; estranhos neste (e para este) mundo. (1Pe 2.11) Embora os desejos carnais ainda entrem em conflito contra a alma. Por essa razão, é necessário vigilância, para não cairmos em tentação.

 

A FÉ É A BASE DA NOSSA CRENÇA E DA NOSSA ESPERANÇA (Hb  11. 6)

 

Como nós mesmos, os destinatários dessa epístola, estão inseridos num tempo posterior ao ministério do Senhor Jesus neste mundo; porém, o evangelho os havia alcançado pelos ministros que lhes anunciaram as boas novas de Salvação, anteriormente profetizadas por homens que não veriam o cumprimento delas, porque marcavam eventos que somente as gerações futuras veriam.

Evidentemente, diante das circunstâncias apresentadas, os irmãos dispersos corriam o risco da desistência da fé. Não tenhamos dúvida de que as dificuldades da vida, as perseguições podem ser ferramentas para estimular o esfriamento, o desânimo, a desistência da fé. Precisamos cuidar para que as provações não nos vençam.

Feitas as considerações sobre a manutenção da fé e da esperança, a carta inicia o versículo 13, usando uma relação conclusiva, sobre o conteúdo precedente, a fim de relembrar uma exigência do Senhor Deus, para a vida de todo crente: “Portanto, estejam com a mente preparada para agir...”

O mundo é um feroz inimigo da santificação: esse estado de separação dos interesses deste século! O processo que leva à santificação parte de uma decisão pessoal, ajudada pelo Espírito Santo. A ausência de interesse pela vida santificada mostra que há inclinação para a pecaminosidade. Que perigo!

Sendo pessoal, o processo da santificação produz, também, um estado de santificação coletiva; ele gera um corpo santificado, que é a Igreja! Que responsabilidade nós temos, irmãos!

 

A Igreja de Cristo não é uma associação de autônomos, senhores de suas, opiniões e interesses, conformes com a sua particular cosmovisão. A Igreja constitui um corpo, no qual, cada membro tem de estar submetido aos desígnios de Cristo, o qual é a cabeça e, sem dúvida, o cabeça. (Ef 4. 15-16).

 

A santidade é uma reivindicação divina

 

A partir deste ponto, vamos meditar na sequência de versículos lidos, de 13 a 23:

 

13. Ter a mente preparada, apta para agir: Essa estrutura sugere a possibilidade de alguma interferência ou ataque que possam inibir a vida santificada; o crente deve ter a prontidão de um soldado, pela contínua observância da Palavra de Deus; vivendo em sobriedade; sempre em estado de atenção, para evitar o erro (Mt 26. 41; Ef 6.15). O crente não pode abrir mão da esperança “na graça que será dada, quando Jesus Cristo for revelado.” (1Co 15. 19)

 

14. Não se moldar pelos padrões do mundo: A obediência ao Senhor faz parte do caráter do servo fiel. É essa disponibilidade de servo fiel que nos afasta da vida pecaminosa. Não se pode conviver com os que desonram a Deus. Paulo faz a mesma advertência em Rm 12. 2: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

 

15-16. Imitar a Santidade de Cristo: Em nós mesmos não habita bem algum (Rm 7. 19), mas devemos permanecer sob o domínio do Espírito de Deus (Rm 8. 9). O Espírito Santo, que em nós habita, é quem nos santifica. (Rm 8. 13). A Palavra de Deus exige que sejamos santos, porque Deus é Santo. Mas o que é ser santo? Ser santo não envolve, prioritariamente, o exterior. Os fariseus apreciavam a “santidade exterior”. (Mt 23. 25)

 

17. Viver em temor a Deus, que julgará a cada um de modo imparcial: Deus nos julgará individualmente. Ele julgará o exemplo que demos à vista deste mundo (Mt 5. 13-16). Que exemplo damos para a sociedade, na condição de membros do corpo de Cristo? (2Co 6. 14-15).

 

18-21. Permanecer cientes do preço impagável do nosso resgate: Todo crente manter continuamente vivo em sua memória (não apenas na semana da reunião para comemorar a Ceia do Senhor) o maior de todos os sacrifícios, de natureza espiritual, moral e física do Senhor Jesus, ao entregar-se à crucificação em nosso favor. O Senhor Jesus se fez maldição por nós, miseráveis pecadores (Is 53. 4-6; Gl 3. 13). Foi impagável o preço da nossa Salvação: ela custou a horrenda condenação e o sofrimento atroz do Senhor Jesus Cristo, como promessa da nossa Salvação, anterior à criação do mundo; sendo a consumação do resgate no triste episódio da cruz e, depois, na Sua gloriosa ressurreição; sendo Ele, por intermédio de quem, nós cremos em Deus que o ressuscitou dos mortos e lhe deu gloria, de tal maneira, que a nossa fé e esperança estejam em Deus.

 

Por fim, os versículos 22-23 nos fazem uma confirmação alentadora e uma exortação inestimável: “Agora que vocês purificaram a sua vida pela obediência à verdade, visando ao amor fraternal e sincero, amem, sinceramente, uns aos outros, e de coração. [Porque] Vocês foram regenerados não de uma semente perecível, mas imperecível, por meio da palavra de Deus viva e permanente.” Glória a Deus, pela nossa bendita esperança, até que volte o Salvador, vindo, em gloria e majestade para arrebatar aqueles que, tendo crido nele, vivem em obediência, em fé, em esperança e santidade, à espera da grande Vitória!

 

Porque, ainda dentro tempo, Aquele que há de vir virá e não tardará.” (Hb 10. 37)

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