Leitura: Efésios 6: 10-18.
Introdução.
A água em uma vasilha só mantém a fervura enquanto está posta ao fogo. Tirada daí, inicia-se o processo de esfriamento até atingir a temperatura do ambiente a que se expõe. Assim é a vida espiritual: permanece aquecida enquanto a mantém o fogo do Espírito. A Palavra de Deus determina: “Não extingais o Espírito” (I Ts 5: 19).
A extinção do Espírito não é um processo repentino; mas, lento, quase imperceptível e, normalmente, gerado pelo hábito. Todo esfriamento espiritual tem início nesse terrível mal que assola as igrejas de nossa época. O hábito tem duas faces: uma delas é terrivelmente perigosa. Existe o bom hábito, sadio, mantenedor de coisas boas; mas existe o mau hábito; esse é destrutivo, gerador de atos desagradáveis, criticável.
Todo procedimento repetitivo gera um hábito. Em sua casa, se nada for mudado — o lugar dos móveis, por exemplo — você entrará e sairá sem se dar conta da forma como as coisas estão postas. Na rua em que você mora, o hábito o impede de descobrir uma ou outra novidade. Tudo é rotineiro.
Há pessoas que frequentam a igreja (ou igrejas) por hábito. Todo domingo é rotina estar no templo, exercer atividades no culto, conversar com os mesmos irmãos e retornar para casa, até que chegue a próxima rotina. Esse hábito abre as portas do esfriamento espiritual.
Como se pode extinguir o fervor espiritual? Vejamos alguns pontos:
1. Descuidando do valor da oração.
Muitas vezes a oração se torna uma vã repetição (Mt 6: 6-7). A oração não pode se tornar uma reza, um discurso decorado e vazio; mas deve ser o meio de se falar com Deus. Para orar precisamos ter assunto, objetivo e máxima reverência. Nenhuma oração é atividade comum, sem importância. Orar no templo ou à mesa, em agradecimento pelo alimento, são atos de reverência. Com Deus não se brinca.
Muita oração nas igrejas tem sido ato desrespeitoso, tornando-se algo repreensível em lugar de bênção. A Bíblia diz que Deus não ouve a pecadores (Jo 9: 31).
Ignorar esse ponto da doutrina é seguir pelo caminho do esfriamento espiritual.
2. Abrindo mão do estudo perseverante da Bíblia e da atenção aos seus ensinamentos.
Nenhum crente pode descuidar dos preceitos divinos. Dt 6: 6-8; Pv 7: 1-3. A Bíblia deve ser objeto de estudo diário e reverente. Todo crente precisa ser apto na Palavra, a fim de explicar ao mundo a razão de sua esperança (I Pe 3:15). Abandonar ou negligenciar essa preocupação é dar lugar ao esfriamento espiritual.
3. Descuidando da fé genuína.
Só é possível obter uma fé genuína através da consagração a Deus e do estudo sério da Palavra. O crente baseado numa fé verdadeira não se alimenta de ensinamentos vãos (1 Pe 1:7); nem procura sustento espiritual em qualquer mesa, porque sabe onde está plantado. Ele é como diz o salmista “árvore plantada junto a ribeiros de águas”. A Palavra de Deus traz esses ribeiros que saciam a sede do cristão. A palavra dá-lhe pastagem adequada. Quem descuida da fé genuína corre o risco de envenenar-se por aí e de tornar-se frio espiritualmente.
4. Distanciando-se da obediência a Deus.
Esse estágio é a constatação da frieza espiritual. Quem não se apega à oração, ao estudo e aprendizagem da Palavra e descuida da fé genuína fatalmente está frio na vida espiritual. Cai na condição da igreja de Laodicéia (Ap 3: 15). Precisa arrepender-se de modo sincero e buscar as misericórdias do Senhor para se renovar.
Conclusão.
Para nos alertar, nos capítulos 2 e 3 do Apocalipse, o Senhor Jesus envia cartas às igrejas e comenta o estado espiritual de cada uma delas. Devemos entender que aquelas igrejas representam as igrejas de nossos dias. A situação em que estavam aqueles crentes é também a situação em que nos vemos. Em qual delas nos incluiremos?
Para a igreja de Éfeso, uma recomendação: “Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade” (Ap 2:4). Aquela igreja já estava habituada; por isso, esfriara.
Para a igreja de Pérgamo, uma ameaça de interferência direta contra os errados que lá estavam (Ap 2:16). Onde há erro diante da Palavra de Deus o fogo do Espírito se extingue.
Para a igreja de Tiatira uma repreensão pela tolerância do pecado e a ameaça de castigo. (Ap 2: 23). Sem correção o fogo se apaga.
Para a igreja de Sardes, a constatação de que está morta (Ap 3: 1). Não há vida fervente na morte.
Para a igreja de Laodicéia a repreensão por causa da frieza. (Ap 3: 15-16).
Aquelas igrejas estavam acomodadas, acostumadas com sua situação, tal como muitos de nós nos encontramos. O hábito opõe-se ao novo ao apreciável; mas o crente tem vida nova, renovada, porque as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã (Lm 3: 22-23). Deus é Deus de coisas novas. Paulo, na Segunda Carta aos Coríntios, 5: 17, diz que quem está em Cristo é nova criatura. Hebreus 10: 20 fala do novo e vivo caminho, e o salmista não se cansa de falar de um cântico novo ao Senhor (Sl 96: 1; 149: 1).
Têm sido realmente “novos” os nossos cânticos? Não se trata aqui de uma composição recente, mas da “novidade de espírito” com que são entoadas tanto letras recentes quanto as mais antigas!
Busquemos uma renovação espiritual, a partir do perdão dos nossos pecados; peçamos uma nova unção ao Senhor. Deus quer que renovemos a cada dia o nosso compromisso com ele, para que vejamos coisas novas em nossa caminhada para o Céu. Coisas que nossos olhos não viram nem nossos ouvidos ouviram (1 Co 2: 9), porque são NOVAS! Amém!
Que o Espirito do Senhor Jesus possa, a cada dia acender esta chama que arde dentro de nós que é o fogo do seu Espirito.
ResponderExcluirAmém...........
As coisas que você escreve são apaixomante.
ResponderExcluirMuito bom!
ResponderExcluirQue estudo. ....maravilhoso..edificante
ResponderExcluirTambém gostei das suas (do Senhor!) palavras. Edificantes. Necessárias. Que Deus nos abençoe a todos hoje e sempre!
ResponderExcluirmuito esclarecedor o seu estudo. obrigado.
ResponderExcluirotimo
ResponderExcluirTemos que vigiar em todo tempo!! porque a palavra diz que o amor de muitos esfriaram!Então vamos continuar firmes e fortes para não cair!! Amém
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