O meio evangélico brasileiro (entretanto, nem só evangélico; nem só brasileiro) reúne um grande número de pessoas que consideram indispensável um título, uma carteira: um documento que indique o "de quem se trata". Por exemplo: o uso do designativo "doutor" virou sinônimo de "status" social, em vez de indicar preparo intelectual oficialmente reconhecido. Ainda hoje, pode-se encontrar quem reclame: "Você sabe com quem está falando?"
A Sociologia e a própria História do Brasil, levando-se em conta as origens deste povo euro-tupiniquim, têm explicações para essa tendência.
Mas, voltemos ao nosso querido meio evangélico. Por que há tantos "apóstolos" e algumas ridiculamente chamadas "apóstolas" e "bispas"? Porque o título parece enobrecer o portador! Nesse reduto de pretensiosos títulos eclesiásticos surge o contemporâneo "levita" (com cartão de vista e tudo!). Mas, o que é levita?
Esse título foi empregado para identificar os servidores do tabernáculo e do culto judaico, provindos da tribo de Levi. Seriam, talvez, como os diáconos de nossa época. A instituição dos levitas, feita por Deus, está registrada em Números, 3. Por serem descendentes de Levi, a sua identificação. Os levitas compunham três seções ou divisões ou departamentos. Os gersonitas eram descendentes de Gérson, os coatitas, de Coate, e os meraritas, de Merari. Cada um desses três setores estava responsabilizado pela execução de uma grupo de tarefas, como está registrado em Números 4. O Senhor determinou até o espaço em que os levitas habitariam, nas proximidades do tabernáculo, para um melhor atendimento de suas funções específicas.
"Então disse o Senhor a Arão: Tu e teus filhos, e a casa de teu pai, contigo, levareis sobre vós a iniquidade do vosso sacerdócio. E também farás chegar contigo a teus irmãos, a tribo de Levi, a tribo de teu pai, para que se ajuntem a ti e te sirvam; (...) E eles farão a tua guarda, a guarda de toda a tenda, (...) E eu, eis que tenho tomado vossos irmãos, os levitas, do meio do filhos de Israel; a vós são dados em dádiva pelo Senhor, para administrar o ministério da tenda da congregação" (Nm 18. 1-3; 6).
Resumindo. Hoje, nesta época da Graça, já não se necessita daqueles serviços do culto hebraico, uma vez que o Senhor Jesus veio cumprir toda a Lei e fez, de uma vez por todas, o sacrifício supremo."Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus, à destra do trono da Majestade, ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem.(...) Mas, agora, alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é o mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas" (Hb 8. 1-2; 6).
Não há mais sacerdotes da linhagem de Arão, que ofereçam sacrifícios pelos pecadores. Evidentemente, não há mais levitas para os auxiliarem. Com Cristo, essas atividades foram encerradas.
Por outro lado, o "novo Israel", a Igreja de Cristo, tem também definido e constituído um ministério, como apresenta o apóstolo Paulo, na sua carta aos Efésios, 4. 11-12. Note-se que naquela passagem, Paulo menciona "apóstolos" - o que se justifica por ele próprio ter recebido do Senhor o seu apostolado (Rm 1. 1-5) - motivo do qual muitos se valem para apresentarem-se importantes, e não por serem "embaixadores" ou "representantes da Pessoa que os enviou", se considerarmos o que explica Orlando Boyer, em sua Pequena Enciclopédia Bíblica, IBAD, 1985.
Quem assume a tarefa de louvar ao Senhor com cânticos ou com execução de instrumentos, é, hoje "cantor sacro" ou "músico"; mas não é levita, não é artista, não tem fã clube. Canta e louva porque tem um espírito como o do salmista Davi: "O Senhor é o meu pastor; nada me faltará" (Sl 23. 1). Amém?
Há, de fato, uma grande massa de pessoas dizendo-se representantes do que não conhecem.
ResponderExcluirAlgo que sempre chamou minha atenção, são pessoas que se dizem apaixonadas pelo evangelho, escrevem livros, dão palestras, ensinam a prosperidade e no entanto, não tarda apurar-se que na verdade o "evangelho" pelo qual estão apaixonadas exclui a boa nova, qual seja: a Cristo. Tem de tudo, música, palavra de pregação sustentada corretamente, grandes momentos de emoção, assim como teatro e entretenimento “gospel”, maravilhas e milagres. Só não tem a presença de Cristo. Do mesmo modo como esta narrada Laodicéia no livro da revelação.
Neste mesmo diapasão, outro pensamento que sempre ocupou minha mente e que traz conforto para que a vontade de Deus se cumpra na vida de todos estes é saber que Ele está à porta e bate, garantindo que para aqueles que ouvirem a sua voz e a abrir, Ele entrará e com eles ceará.
É nosso dever cristão, manter a esperança de que apesar da infiltração do inimigo, a Igreja do Senhor prevalecerá e com isso muitos serão resgatados. Para isso é que foi derramado o sangue precioso de Cristo Jesus.
Hoje, a batalha esta em pregar o Cristo da Cruz, enquanto o povo quer um rei para este mundo, finito, limitado e imperfeito, e que lhe atende na concupiscência da carne, dos olhos e a soberba da vida.
Um forte braço.
Washington
Cá estou eu. Já me tornei seguidor. Espero voltar outras vezes para comentar.
ResponderExcluirAbraços!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBoa colocação Izaldil!
ResponderExcluirSempre quis ser esclarecido sobre o assunto. Na minha caminhada cristã, que é recente, tenho visto essas nomenclaturas do Antigo Testamento no mundo atual e estranhei pois Cristo diz: "As Escrituras testificam de mim". Então pra que se intitular se o reconhecimento e a glória é para Cristo?
Sempre quis saber mais a respeito sobre os Levitas, porém não sabia onde se localizava na Bíblia.
Abraços!!