Leituras
bíblicas:
Mateus,
19.16-22; Mt 6.19-24; 1Tm 6.10.
A
avareza é um mal destruidor não só do contaminado, mas de todos os
circunstantes. Também, ela não é um problema apenas dos endinheirados, mas
também dos materialmente pobres. O que o avarento não sabe é doar. Tudo é dele
e para ele. É um exclusivista.
Não há, nem haverá
jamais, quem supere a Deus em coisa alguma. Deus é supremo e absoluto em todos
os seus atos e decisões. Quando o assunto é bondade doação e misericórdia, seu
coração transborda; tanto que a Bíblia diz que o Pai amou o mundo de tal
maneira que deu o seu Filho
unigênito! (Jo 3.16). Ele é o único exemplo verdadeiro e pleno de doação. A
mesquinharia não faz parte do caráter de Deus; a usura não lhe pertence.
É tão ampla a bondade
de Deus, que lhe permite usar a severidade em contrapartida. (Rm 11. 22). Só a
bondade absoluta dá espaço para a severidade irretorquível. Para que alguém
fique sob a severidade de Deus é necessário que haja desprezado a imensa
amplitude de sua bondade.
Paulo orienta a que
sejamos imitadores de Deus (Ef 5.1); portanto, não cabe ao crente a pequenez de
coração, a usura, a avareza, o apego àquilo que é material; mas a grandeza de
um espírito doador.
Um conceito de avareza.
Pode-se denominar
avareza ao comportamento do homem avaro, ou seja, trata-se da atitude contumaz
daquele que é mesquinho, que tem excessivo apego a bens materiais.
Características do homem avarento.
O homem avarento (ou
avaro) não é benevolente: é egoísta; pois, pensa apenas em si mesmo, não se
dispõe a auxiliar o próximo; cultiva tenazmente o lucro; torna-se invejoso e
afunda-se na inquietação do porvir. (Pv 3. 9-10) Por tudo isso, contradiz o
ensino do Senhor. (Is 1. 19)
Consequências da avareza.
Esse mal atinge
grande parte da humanidade e se desenvolve entre as gerações como doença contagiosa.
Pode, talvez, ser controlado por meio da educação social; mas só pode ser
curado pela obra redentora de Cristo no coração afetado. Sem esse antídoto
perfeito, são graves os resultados para a sociedade e para o crescimento do
Corpo de Cristo, a Igreja. (1Pe 4. 10).
- A avareza produz morte.
Acã, um israelita,
causou enorme desgraça para a sua nação, porque, numa das batalhas contra os
homens de um lugar chamado Ai — embora avisado para não errar — cobiçou e
guardou para si alguns bens que eram despojos amaldiçoados por Deus.
Perderam-se, por isso, trinta e seis guerreiros e um exército inteiro foi
humilhado. Para o pecador Acã, o fim foi a morte.
Ananias e Safira
venderam uma propriedade e, por causa da avareza, mentiram ao Espírito Santo.
Foram imediatamente mortos. Deus não suporta a mesquinhez.
- A avareza empobrece.
No livro de Provérbios, 11. 28 lemos: “aquele que confia nas suas riquezas cairá...”
O avaro nunca está satisfeito com o que possui, porque não vê as bênçãos de
Deus sobre a sua vida. Tudo quanto ele tem é fruto de dores e sacrifícios enormes
(o avarento julga que só ele luta pela
vida, todas as coisas lhe são muito caras) essa concepção o faz achar-se
sem recompensa satisfatória de sua luta.
Todavia, não é essa a visão do salmista, quando diz: “... Pois será como árvore plantada junto a
ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não
cairão e tudo quanto fizer prosperará”. (Sl 1. 3).
A mesquinharia
transforma o homem em ímpio, sempre mal-sucedido e com os olhos fitos no
progresso alheio. Saul, o primeiro rei de Israel era mesquinho, pois invejava o
sucesso de Davi. Davi ainda não era rei, mas o próprio rei cobiçava as virtudes
do servo de Deus. (I Sm 18. 8) Tal foi a pobreza moral de Saul, que morreu
tristemente numa batalha inglória. (I Sm 31. 4).
- A avareza deforma o caráter.
Já se mencionaram
aqui os exemplos de Acã, de Saul e do casal Ananias e Safira. Essas pessoas
tiveram seu caráter deformado pela avareza. E que dizer sobre o “filho da
perdição”, Judas Iscariotes? Aquele infeliz só pensava no lucro e no roubo. Não
é necessário falar do seu fim.
Certa ocasião, Pedro
repreendeu duramente a um homem que pensou em comprar os dons de milagres. (At
8. 18-23) Ele achava que a posse de dinheiro supriria qualquer de suas
concupiscências. São inúmeros os exemplos de pessoas cujo caráter é deformado
por esse insidioso mal.
Os salvos têm de
fugir dessa doença terrível, devem buscar a proteção da Palavra de Deus
guardada em seus corações.
- A avareza é irmã gêmea da inveja.
Quando alguém julga
que tem menos bens do que o seu irmão, já está contaminado pela inveja, a irmã
da avareza. Muitos invejosos e avarentos camuflam o seu mal com uma capa de
humildade. São eles os que proclamam frases tais como: “Pobre de mim! Quem sou eu perto de fulano?!” ou “Quisera eu ...”
José, filho de Jacó,
se mostrou em evidência entre seus irmãos; por isso, tornou-se alvo da inveja deles
e foi vendido como escravo. (Gn 37. 18-20). Ainda que ali estivesse embutido um
plano divino para o jovem José, seus irmãos o detrataram. Daniel sofreu penas
amargas porque seus algozes não suportavam vê-lo em melhor condição. Davi
sofreu atitudes invejosas de Saul. Nos primórdios, tem-se o exemplo de Caim, o
primeiro invejoso: ele julgou que seu irmão tinha mais da parte de Deus; por
isso tornou-se o primeiro homicida da Terra.
A maior de todas as
vítimas da inveja avarenta foi o Senhor Jesus: os fariseus eram avaros de sua
religião; carregavam-na como uma propriedade indivisível, pessoal, particular.
Eram donos da verdade; como resultado, foram implacáveis perseguidores do
Senhor Jesus. Em conluio com aquele outro avarento, Judas Iscariotes, tramaram
a morte do Senhor. Mais tarde, o próprio
apóstolo Paulo seria outra vítima daqueles usurários da religião.
Conclui-se, portanto,
que o cristão deve fugir do apego às coisas materiais, contentando-se com o que
lhe é necessário e suficiente. Deve pensar no próximo, sendo com ele magnânimo.
O apóstolo Paulo,
escrevendo aos romanos diz: “Comunicai
com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade;... (Rm 12. 13)
Mais adiante, insiste: “Sede unânimes entre
vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais
sábios em vós mesmos.” (v. 16).
Se quisermos
realmente fazer a vontade de Deus, devemos praticar as Escrituras, pois tudo
quanto fizermos em desacordo com a Palavra de Deus é pecado. Evidentemente,
todos pecamos, mas necessário é que nos arrependamos dos nossos males com
sinceridade e que peçamos a graça do Senhor com a ajuda do Espírito Santo, sem
a qual nada faremos, para nos mantermos firmes até o dia final.
Convém atentar para a
recomendação do apóstolo Pedro: “Humilhai-vos,
pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; Lançando
sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. Sede sóbrios;
vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão,
buscando a quem possa tragar.” (I Pe 5. 6-8).
Izaldil Tavares de Castro
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