terça-feira, 29 de outubro de 2024

DEUS CONHECE A NOSSA ESTRUTURA EMOCIONAL

 




Leitura: 1Rs 18.10-21; 19. 1-5

 

Introdução

As Escrituras Sagradas ensinam que o Senhor Deus vê as pessoas, de modo totalmente diferente de como nós as vemos. Nós só podemos observar as suas características físicas e algumas manifestações perceptíveis aos nossos olhos, e nem sempre verdadeiras. Deus, porém, as avalia pelo que lhes vai na alma. Nada há que seja encoberto para o Senhor. (1Sm 16. 7). O salmista diz:

 

Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me sento e me levanto; de longe percebes os meus pensamentos. Sabes muito bem quando trabalho e quando descanso; todos os meus caminhos são conhecidos de ti. Antes que a palavra chegue à minha língua, tu já a conheces inteiramente, Senhor.” (Sl 139. 1-4)

 

Há inúmeros os exemplos de como as características exteriores de alguém são imperfeitas para que façamos uma avaliação adequada do outro. A nossa falha nesse aspecto é recorrente. O Senhor tem duas maneiras de escolher um servo para cumprir uma ordem:

a)                 São muitos os casos em que o próprio Deus chamou o servo. São exemplos bem claros, entre outros, Noé, Gideão, Josué, Isaías Jeremisas, e também os Doze, a quem Jesus mesmo convocou. (Gn 6. 11-13; Jz 11. 6-16; Is 1. 9; Jr 1. 5-7; Mt 4. 18ss)

b)                 Outros foram chamados por intermédio de líderes: Arão, Davi, Paulo e Barnabé, para as viagens missionárias, entre outros casos. (Êx 7. 1-2; 1Sm 16. 10-13; At 13. 2-3)

De qualquer maneira, direta ou indiretamente, aquelas escolhas provieram do próprio Deus.

Quando o homem decide escolher por conta própria, o desastre é iminente. Isso aconteceu com a escolha de Saul, para governar Israel.

1.                  Deus usou Elias, um profeta sem história

Não há registro bíblico sobre a história do profeta Elias, a não ser o seu lugar de nascimento. Ele era natural de Tisbe, ou Tisbé, uma cidade na região de Gileade, localizada, atualmente, na Jordânia, ao Sul do mar da Galileia. Nenhuma outra informação sobre ele. Mas, esse homem sem currículo foi intensamente usado por Deus, até que Deus o tomou para si, arrebatando-o ao céu, num carro de fogo, com cavalos de fogo, num redemoinho. É necessário que se leia a história desse profeta sem currículo, muitas vezes temeroso por causa da violência pecaminosa do rei Acabe e de sua mulher Jezabel. O currículo do homem não é condição sine qua non para que Deus o use, para cumprimento da sua vontade. Deus usou um sábio doutor da Lei, Paulo; mas também usou um pescador indouto, Pedro.

2.                  “O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza.” (2Co 12. 6)

O erudito apóstolo Paulo fez a máxima questão de deixar claro que todo o seu preparo intelectual não estava acima do poder de Deus. Há muitos crentes orgulhosos da sua intelectualidade, colocando-a à frente da operação do Espírito Santo. As coisas de Deus são tratadas segundo a vontade de Deus, da maneira que Deus decidir, independentemente daquilo para que nos sintamos capazes. Não somos capazes para Deus; apenas podemos nos tornar capacitados por Ele. Elias não apresentou currículo; pode ser que o tivesse, mas o Senhor não se interessou nisso. Deus não usa os soberbos em quaisquer que sejam as suas atitudes, não só as intelectuais. O Senhor os humilha para que se arrependam.

3.                  Deus pôs desafios diante do tímido Elias

Embora pareça que Elias se mostrava poderoso para atos sobrenaturais, o próprio Deus permitiu que ele deixasse evidente o seu caráter tímido, até mesmo medroso. Mais de uma vez o profeta estremeceu diante das circunstâncias, o que nos prova que Deus usa o homem, não a sua valentia pessoal. O poder jamais será de nós mesmos, porque pertence a Deus. Se a Bíblia não registrasse os temores de Elias, somente as suas vitórias, talvez, nós não atentássemos para ver que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza humana. Deus conhece, mais do que qualquer pessoa, as nossas fragilidades.

4.                  O medo pode voltar depois de grandes vitórias.

As instabilidades emocionais de Moisés; o pouco cuidado moral demonstrado por Davi; o reconhecimento da vida mundana de Isaías; a arrogância estúpida de Pedro; ou o caráter violento de João e Tiago não foram empecilhos para que o Senhor os usasse no cumprimento daquilo que decidira fazer; todavia, não deixou de colocar essas fraquezas diante deles, não apenas para os corrigir, mas também para nos corrigir dos nossos mesmos males.

 

Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros, e orem uns pelos outros, para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz. Elias era humano como nós. Ele orou fervorosamente para que não chovesse, e não choveu sobre a terra durante três anos e meio. Orou outra vez, e os céus enviaram chuva, e a terra produziu os seus frutos.” (Tg 5. 16-18)

 

Elias teve muitos momentos de medo e depressão. Porém, Deus não o desprezou por isso; mas lhe proveu do necessário, porque ele reconhecia que, mesmo em suas angústias, o Senhor o fortalecia, alimentava-o, por causa da sua vida de oração, por meio das quais ele confessava os seus temores e fraquezas.

Deus não esconde as nossas imperfeições: ele nos coloca bem diante delas, para que conheçamos a nossa realidade humana diante do seu poder transformador e abençoador de todos aqueles que reconhecem a sua insignificância e buscam ajustar-se àquilo que é a vontade do Pai. Coloquemos diante de Deus, com sinceridade as nossas imperfeições que afloram constantemente. O Senhor é fiel e justo para nos purificar de todo pecado, de toda fraqueza e timidez.

 

Conclusão

Que os exemplos aqui citados de tantas fraquezas notadas nos homens a quem Deus usou, possam servir a nós mesmos de espelho em que está projetada a nossa pequenez, a fim de que, tendo-as diante de nós, tenhamos a certeza de que Deus, antes de tudo nos conhece física e emocionalmente; ele conhece as nossas arrogâncias, conhece a nossa timidez e sabe que sem ele somos nada. O próprio Senhor Jesus alertou: “sem mim nada podeis fazer.”

 

... Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois, sem mim, vocês não podem fazer coisa alguma.” (Jo 15. 5b)

 


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