Introdução
As mensagens públicas
de Jesus, proferidas fora da sinagoga, quase sempre eram transmitidas às
multidões que o seguiam, mas também aos seus neófitos discípulos, os Doze. (Lc
4.37; 42; 8.4; 6. 17). Em várias ocasiões, aqueles escolhidos para acompanhar o
Senhor careciam de um ensino mais particular.
Lendo-se a parábola
do semeador, à primeira vista, tem-se a impressão de que se trata de um evento
resultante de uma conversão, em massa, daquela multidão que estava ali. Jesus
prega e o povo ouve!
O texto de Marcos,
entretanto, a partir do versículo 10, mostra um resultado diferente da nossa
expectativa, porque, na verdade, nem os Doze estavam aptos a compreender a
mensagem do Senhor. A lição, porém, pode levar-nos a aprender sobre a tarefa
que seria entregue à grande comissão, declarada em Mateus, 28.19-20.
1.
O agricultor é figura do evangelista
“... Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o
crescimento. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas
Deus, que dá o crescimento.” (1Co 3. 6-7)
É importante
verificar, na parábola, que não compete ao semeador preocupar-se com em que
solo lhe cai a semente! A sua tarefa tem caráter contínuo, ininterrupto; ele
deve prosseguir. Todavia, cabe-lhe a consciência de que a sua parte é
executada.
Muitas vezes, aquele
que evangeliza de modo inadequado não tem noção da divisão das tarefas, por
isso, ele ultrapassa o limite da sua parte na obra e pode perder até a semente
caída em boa terra.
2.
O processo da
semeadura
O apóstolo Paulo, no
versículo acima citado, mostra que um é o
semeador, outro é o que cuida da plantinha germinada; mas Deus é que dá a ela o
crescimento e a óbvia florescência. Essa lição é que conduz à meditação no
que o mesmo apóstolo ensina em Efésios 4. 11-12, sobre os obreiros postos pelo
próprio Deus, e à noção de corpo de Cristo. A Igreja, em si constitui o corpo
de Cristo, ao qual todo crente precisa (necessariamente) estar não só ligado,
mas ciente de que é um membro desse corpo. Não há membro sem função! (1Co 12.
4-11).
3.
Nem todo solo recebe
bem a semente
Fica claro que não é
papel do semeador verificar em que tipo de solo cairão algumas das sementes que
semeia; entretanto, ele deve ser tão cuidadoso com o seu trabalho, que não deve
caminhar paralelamente ao lugar preparado, pois, aí, cairão sementes que não
vingam. Estar paralelamente situado ao caminho não é a melhor prática de
evangelismo. Só a semente de quem anda no caminho termina frutífera. O semeador
também não faz dos pedregais o seu trajeto preferido; ele não insiste com os
endurecidos, porque há outros a ganhar!
Humanamente falando,
nem sempre o semeador é o primeiro a sair pelo campo a semear. Antes dele deve
vir aquele que vai arar o solo. Esse verificará o lugar para a boa sementeira;
arrancará os espinhos e as pedras, deixando o solo preparado para o semeador.
Evidentemente, é impossível passar-se o arado sobre o solo pétreo. A mensagem
do evangelho nunca será aceita por todos os homens.
Conclusão
Não restam dúvidas de
que o Senhor Jesus encarregou a Igreja da sua principal tarefa neste mundo, não
sem antes afirmar que “todo poder lhe foi
entregue no céu e na terra.” (28.18). Depois disso, ordenou aos seus servos
uma sequência de ações bem delineadas:
a)
que
partissem para a execução da sua ordem; o Senhor não quer a Igreja estacionada,
improdutiva;
b)
que
fossem fazer discípulos em todas as nações; para se fazerem discípulos é
necessário o trabalho de natureza missionária, o qual exige preparo suficiente;
c)
que
os servos os batizassem em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; essa é
uma instrução esquecida, ou desprezada, por muitos que saem a evangelizar;
d)
que
ensinassem aos novos discípulos todas as coisas que ele mandara; não basta o
semeador saber um pouco do que Jesus
mandou; é preciso saber todas as coisas. Quando os crentes se mantêm fracos de
conhecimento, ficam impedidos de serem bons semeadores. Cuidemos da instrução
que preparará a igreja para a obra do
ministério e para a edificação do
corpo de Cristo. (Ef 4. 12)
Que Deus nos ajude a
sermos fiéis àquele que prometeu estar conosco todos os dias, até o fim do
mundo. Ele estará conosco até o fim. Depois disso, Ele nos dirá: “Venham benditos de meu Pai, possuam como
herança o reino que está destinado a vocês, desde a fundação do mundo.” (Mt
25. 34)
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