domingo, 13 de outubro de 2024

RELEMBRANDO A PARÁBOLA DO SEMEADOR (Mc 4. 1-8)

 








 

Introdução

 

As mensagens públicas de Jesus, proferidas fora da sinagoga, quase sempre eram transmitidas às multidões que o seguiam, mas também aos seus neófitos discípulos, os Doze. (Lc 4.37; 42; 8.4; 6. 17). Em várias ocasiões, aqueles escolhidos para acompanhar o Senhor careciam de um ensino mais particular.

Lendo-se a parábola do semeador, à primeira vista, tem-se a impressão de que se trata de um evento resultante de uma conversão, em massa, daquela multidão que estava ali. Jesus prega e o povo ouve!

O texto de Marcos, entretanto, a partir do versículo 10, mostra um resultado diferente da nossa expectativa, porque, na verdade, nem os Doze estavam aptos a compreender a mensagem do Senhor. A lição, porém, pode levar-nos a aprender sobre a tarefa que seria entregue à grande comissão, declarada em Mateus, 28.19-20.

 

1.             O agricultor é figura do evangelista

 

“... Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.” (1Co 3. 6-7)

 

É importante verificar, na parábola, que não compete ao semeador preocupar-se com em que solo lhe cai a semente! A sua tarefa tem caráter contínuo, ininterrupto; ele deve prosseguir. Todavia, cabe-lhe a consciência de que a sua parte é executada.

Muitas vezes, aquele que evangeliza de modo inadequado não tem noção da divisão das tarefas, por isso, ele ultrapassa o limite da sua parte na obra e pode perder até a semente caída em boa terra.

 

2.            O processo da semeadura

 

O apóstolo Paulo, no versículo acima citado, mostra que um é o semeador, outro é o que cuida da plantinha germinada; mas Deus é que dá a ela o crescimento e a óbvia florescência. Essa lição é que conduz à meditação no que o mesmo apóstolo ensina em Efésios 4. 11-12, sobre os obreiros postos pelo próprio Deus, e à noção de corpo de Cristo. A Igreja, em si constitui o corpo de Cristo, ao qual todo crente precisa (necessariamente) estar não só ligado, mas ciente de que é um membro desse corpo. Não há membro sem função! (1Co 12. 4-11).

 

3.            Nem todo solo recebe bem a semente

 

Fica claro que não é papel do semeador verificar em que tipo de solo cairão algumas das sementes que semeia; entretanto, ele deve ser tão cuidadoso com o seu trabalho, que não deve caminhar paralelamente ao lugar preparado, pois, aí, cairão sementes que não vingam. Estar paralelamente situado ao caminho não é a melhor prática de evangelismo. Só a semente de quem anda no caminho termina frutífera. O semeador também não faz dos pedregais o seu trajeto preferido; ele não insiste com os endurecidos, porque há outros a ganhar!

Humanamente falando, nem sempre o semeador é o primeiro a sair pelo campo a semear. Antes dele deve vir aquele que vai arar o solo. Esse verificará o lugar para a boa sementeira; arrancará os espinhos e as pedras, deixando o solo preparado para o semeador. Evidentemente, é impossível passar-se o arado sobre o solo pétreo. A mensagem do evangelho nunca será aceita por todos os homens.

 

Conclusão

 

Não restam dúvidas de que o Senhor Jesus encarregou a Igreja da sua principal tarefa neste mundo, não sem antes afirmar que “todo poder lhe foi entregue no céu e na terra.” (28.18). Depois disso, ordenou aos seus servos uma sequência de ações bem delineadas:

a)           que partissem para a execução da sua ordem; o Senhor não quer a Igreja estacionada, improdutiva;

b)           que fossem fazer discípulos em todas as nações; para se fazerem discípulos é necessário o trabalho de natureza missionária, o qual exige preparo suficiente;

c)            que os servos os batizassem em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; essa é uma instrução esquecida, ou desprezada, por muitos que saem a evangelizar;

d)           que ensinassem aos novos discípulos todas as coisas que ele mandara; não basta o semeador saber um pouco do que Jesus mandou; é preciso saber todas as coisas. Quando os crentes se mantêm fracos de conhecimento, ficam impedidos de serem bons semeadores. Cuidemos da instrução que preparará a igreja para a obra do ministério e para a edificação do corpo de Cristo. (Ef 4. 12)

Que Deus nos ajude a sermos fiéis àquele que prometeu estar conosco todos os dias, até o fim do mundo. Ele estará conosco até o fim. Depois disso, Ele nos dirá: “Venham benditos de meu Pai, possuam como herança o reino que está destinado a vocês, desde a fundação do mundo.” (Mt 25. 34)           

 

           

 

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