sábado, 28 de setembro de 2024

PASTORES NÃO SÃO CAPATAZES; SÃO PROTETORES DAS OVELHAS!

 










Proponho-me, aqui, a levantar uma questão da mais alta importância no ambiente cristão evangélico, principalmente, no ambiente pentecostal conservador. O uso desse adjetivo não envolve crítica, nem elogio: a Igreja cristã evangélica que se pauta pelas Escrituras Sagradas tem de ser absolutamente conservadora; caso contrário, não lhe cabe ser chamada de pentecostal.

Entretanto, inicialmente, levanto uma pergunta; o que significa ser “igreja conservadora”? Sem dúvida, creio que é desnecessário dizer que, neste caso, o adjetivo não envolve, aprioristicamente, a escolha do traje, nem o gosto pelos adornos que possam agradar aos afiliados às mencionadas igrejas; ressalvando, contudo, que aqueles que não têm bom senso nesse aspecto ficam excluídos dessa consideração. O que é, então, ser uma “igreja conservadora”?

Ora, conservadora é a igreja que se mantêm nos princípios apostólicos; e, para garantir essa posição, é imprescindível que ela mantenha acesa a chama do estudo bíblico dos evangelhos e das epístolas, pois esses textos concentram a essência do viver cristão, que, de modo algum, privilegia o que possa pensar, à parte das Escrituras, qualquer que seja a liderança, por mais antiga que seja. Aqui, de fato, trato da questão que encabeça esta página: Pastores não são capatazes; são protetores das ovelhas!

O evangelho, além de não se prender a tradições extrabíblicas, designa os pastores como homens dados à igreja (não o contrário) por decisão de Deus, com a finalidade de aperfeiçoá-la “para a obra do ministério e edificação do corpo de Cristo.” (Ef 4.12). A igreja tem ministério (Mt 28. 19-20)! Os pastores devem aperfeiçoá-la para essa tarefa! Assim, pastores servem às ovelhas; logo, eles têm de ser amigos delas, não capatazes, no mau sentido da palavra.

Porém, ao contrário disso, pelo que se vê frequentemente, tem surgido uma categoria de líderes posicionados entre o pastorado e o mercenarismo. A Bíblia deixa claro que ninguém pode servir a dois senhores; isso também quer dizer que a adoção de uma dupla maneira de conduzir o rebanho de ovelhas de Cristo (o rebanho não é propriedade deles, cf. Jo 21. 15-17), é detestável ao Senhor da Igreja.

É evidente que boa parte dos líderes pentecostais tem misturado a essência do viver biblicamente cristão com os interesses hierárquicos deste mundo. Porém, certa vez, os discípulos de Jesus decidiram disputar posição hierárquica na “igreja-protótipo”; Jesus repreendeu-os com uma claríssima exortação, que transcrevo:


E chegou a Cafarnaum e, entrando em casa, perguntou-lhes ‘Que estáveis vós discutindo pelo caminho? Mas eles calaram-se, porque, pelo caminho, tinham disputado entre si qual era o maior. E Ele, assentando-se, chamou os Doze e disse-lhes: ‘Se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos...”

(Mc 9. 33-37; Mt 18. 1-14; Lc 9-46-48. RC 1995)

 

Aqueles discípulos, à maneira dos homens deste século, disputavam avidamente posições hierárquicas. Foram repreendidos por Jesus! Outra passagem relata que dois discípulos queriam lugar privilegiado no Reino de Deus; mas Jesus os exortou dizendo que os que governam os povos sobrepõe-se, soberbos, aos governados e que homens considerados importantes têm poder sobre as nações...

 

“... Não será assim entre vós. Ao contrário, quem desejar ser importante entre vós será esse o que deve servir aos demais. E quem quiser ser o primeiro entre vós que se torne vosso escravo. Assim como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como único resgate por muitos.” (Mt 20. 26-28. KJA 2012)

 

Essas anotações devem, em caráter de urgência, levar-nos, os pastores, a um decidido retorno às Escrituras. Pastores não têm igrejas; igrejas têm pastores, os quais devem respeitar a bênção que Deus lhes concedeu: a de trabalhar, segundo instruem as Escrituras, pelo aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, que é a pregação do evangelho, também pelas ovelhas; e para a edificação do corpo de Cristo... (Ef 4.11-15). A função pastoral é vista sob dois aspectos: como preparadora da igreja como mensageira do evangelho e como edificadora do corpo de Cristo.

Questiona o apóstolo Paulo: “... Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados?...” (Rm 10. 14-15a)

Roguemos ao Senhor para que o Santo Espírito abra os olhos dos ministros que, já manifestamente, estão em falta com os seus deveres pastorais, para que retornem do mau caminho por onde têm andado, conformados com os interesses deste século (Rm 12. 2).

Esse será um grande passo para que toda a Igreja do Senhor viva nos padrões bíblicos, “crescendo na graça e no conhecimento de Jesus Cristo.” (2Pe 3.18).

 

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