Leitura: Rm 8. 5-17
Um dos exercícios mais difíceis para o ser humano é viver
em obediência ao evangelho de Cristo, porque esse viver exige constante domínio
da velha natureza, que permanece em luta contra o homem regenerado pela obra
salvífica de Cristo Jesus.
“Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o
que prefiro, e, sim, o que detesto.” (Rm 7. 15)
O homem - ainda
que se entregue à direção e à orientação do Espírito - é tentado a inclinar-se
para as ofertas deste mundo, porque todas elas são apresentadas como atraentes
à vida humana. É, também, interessante perceber que o Espírito não obriga o ser
humano a ouvir a sua voz condutora; as decisões do homem podem entristecê-lo e,
até mesmo, extinguir a atuação do seu poder.
“Hoje,
se ouvirem a sua voz, não endureçam os seus corações.” (Hb 3. 15)
“Eis
que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta,
entrarei em sua casa, e cearei com ele, e ele comigo.” (Ap 3. 20)
“Não
entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia
da redenção.” (Ef 4. 30)
“Não
apaguem o Espírito.” (1Ts 5. 19)
Além da submissão do crente à ação do Espírito, é
importante lembrar que a gravidade desse problema também está no fato de que
grande parte das pessoas engana-se, porque elas confundem o conceito de mundo
com o conceito que têm do globo terrestre em que vivem. O mundo não é,
literalmente, o planeta, pois o mundo
é um ente abstrato, imaterial, constituído e representado pelas forças malignas
de um sistema que se impõe como motor da vida humana na Terra.
Todo ser humano, por causa do pecado que o atingiu,
ignora o poderio do mal, tornando-se impotente para reagir diante desse sistema
que o engoliu. (Rm 3.23). Ninguém se engane, esperando ver na porta do mundo e
no caminho por ele apresentado, as coisas terríveis que conduzirão uma incrível
quantidade de pessoas à morte eterna (Mt 7. 13-14). A ilusão criada pelo
Inimigo de Deus foi o engano com que a serpente seduziu a Eva, a qual,
envenenada com o espírito do mundo, levou a sua mensagem destruidora a Adão.
“E,
vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos,
e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto e o comeu; e deu-o
também ao seu marido, e ele o comeu com ela.” (Gn 3. 6).
O Senhor Jesus alertou sobre a sedução que há no mundo,
quando ensinou: “Entrem pela porta
estreita!” (Mt 7. 14). A porta é estreita porque representa o necessário
dever da decisão moral para que todo homem abandone tudo quanto lhe possa ser
atrativo neste sistema. Eva e seu marido não tiveram essa força moral; por
isso, sucumbiram a uma oferta muito atraente. Optaram pelo caminho largo; mas o
fim desse caminho largo é a perdição no inferno, o que é o destino preparado
para Satanás, para os seus anjos e para os
que tiverem decidido aceitar suas coloridas ofertas.
O apóstolo João, em sua primeira Epístola,
recomenda: “Não amem o mundo, nem o que
no mundo existe. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele; porque
tudo o que há no mundo: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e
a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua
concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.”
(1Jo 2. 15-17)
Diante do exposto, sugiro que cada um de nós reveja a
própria situação, diante deste mundo organizado segundo os interesses de
Satanás. Quais de todas as suas ofertas se mostram mais atrativas para nós?
Sejamos sinceros, para que possamos nos corrigir!
O fato de que nos consideramos guardados em Cristo Jesus,
ainda neste chão terreno, não impede os ataques do inimigo, os quais nos surpreendem
nos momentos em que nos detemos a olhar pela janela do mundo. É interessante
observarmos que a arca de Noé (lugar de salvação) não tinha janelas, para que,
através delas, o patriarca e sua família vissem o mundo, que se decompunha.
Havia uma única janela, posta ao alto; só podia olhar para cima! (Gn 6. 16); à
qual, somente Noé teve acesso, para
soltar as duas aves, que o fariam saber
se a terra já estava seca. Ele mesmo não
viu a situação da terra. As janelas que nos distraem estão por toda parte;
não olhemos por elas! Eva distraiu-se; caiu! Adão distraiu-se caiu! Não nos
distraiamos; senão também cairemos. O aviso é muito sério!
“Considere,
pois, a bondade e a severidade de Deus; para com os que caíram, severidade; mas
para com você, a benignidade de Deus, se você permanecer na sua benignidade; de
outra maneira, você também será cortado.” (Rm 11. 22).
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