“Procura
apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade.”
(2Tm 2. 15)
A
palavra obreiro não é apenas um
jargão evangélico, que as pessoas usam para identificar pastores, evangelista
ou presbíteros etc.; é um adjetivo que se refere a todo aquele que está envolvido numa obra. São obreiros os
engenheiros civis, os mestres de obra, os pedreiros, os serventes etc.! No caso
da igreja, VOCÊ TAMBÉM É UM OBREIRO,
se estiver envolvido na execução de uma obra: a obra do Reino de Deus!
É
muito triste perceber que há, em “todas” as igrejas, pessoas que passaram pelas
águas do batismo, participam da Ceia do Senhor – de modo indigno, porque são
pessoas omissas (1Co 11. 27) - mas não se dispõem a ser obreiros, pelo simples
fato de que não se envolvem com a “obra”. Jesus falou desses membros
infrutíferos, os quais são varas que não dão frutos; os tais serão cortados e
lançados ao fogo. (Jo 15. 1-6).
“Nós,
porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé,
para a salvação da alma.” (Hb
10. 39)
1. EVANGELIZAR: A PRINCIPAL TAREFA DA IGREJA
“Portanto,
ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado; e, eis que eu estou convosco, todos os dias, até à consumação dos
séculos. Amém!” (Mt
28. 19-20)
Todos sabemos que a
grande tarefa da Igreja cristã, determinada pelo Senhor Jesus é a anunciação do
evangelho; é fazer discípulos! Considerando-se, entretanto, que as igrejas são
organizações terrenas, sociais, distribuídas em diversas denominações, em
conformidade com seus princípios teológicos e suas declarações de fé, cada uma
tem a sua “cara” diante da sociedade.
Em geral, o que a sociedade vê e analisa, com relação às igrejas, é o
seu sistema administrativo (que, hoje, chega rápido ao mundo). Porém, é a sua
liturgia que a expõe favorávelmente, ou não, ao público. Em Atos dos Apóstolos,
lemos:
“...
E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa,
comiam juntos, com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na
graça de todo o povo...” (At
2.46-47)
Reunirem-se
nas residências para fazerem refeições comunitárias era uma prática social da
época. Hoje é impossível observar, à risca, essa prática Porém, o que nos deve
chamar a atenção é que eles estavam perseverantes na fé e o povo admirava-os! O comportamento social e “religioso” das
igrejas precisa atrair a simpatia do povo.
Essa
simpatia não deve ser causada apenas pela beleza dos nossos templos, nem pela
apurada liturgia dos nossos cultos. Também, não se conquistará a simpatia dos
homens com uma demonstração desnecessária de “usos e costumes”, pois isso não
deve fazer parte do nosso trabalho evangelístico. A vida particular de cada
crente precisa ser testemunho vivo de sua santificação (objeção à convivência
com os interesses deste mundo). A santificação não é demonstrada pelo traje,
nem pelo isolamento social, nem pelas práticas antissociais. É a vida
espiritual de cada crente, em particular, e a prática da evangelização,
totalmente em conformidade com a nossa teologia e, sobretudo, segundo as
Escrituras, que resultará na admiração do povo e na redenção de almas.
2. O QUE É EVANGELIZAR?
Evangelizar consiste
na prática do evangelismo, também chamada de evangelização. A palavra
evangelismo refere-se mais à convicção daquele que segue, melhor dizendo, vive
o evangelho de Cristo. Evangelização refere-se ao trabalho de anunciar o
evangelho aos homens, cumprindo a determinação do Senhor Jesus, não somente à
Igreja, mas a cada um de nós, seus servos. É uma ordem do Senhor!
“Aquele
servo que conheece a vontade de seu senhor, e não prepara o que ele deseja, nem
age para agradá-lo, será castigado com extrema severidade.” (Lc 12.47. KJA)
A
evangelização deve ser, antes de tudo, uma obrigação
pessoal, isto é, não existe crente desobrigado desse trabalho. Mas a
evangelização pessoal não é feita como um pregador solitário, pelas ruas, trens
e ônibus, como vendedores ambulantes fazem! A evangelização pessoal é feita no
seu ambiente particular, de trabalho, com alguns amigos etc. Não evangelizar é
tornar-se vara que não dá fruto. Imaginemos quantas varas infrutíferas há nas
igrejas! Mas, próprio Pai as tirará da videira verdadeira e as lançará no fogo!
(Jo 15.1). Você sabe que essas palavras foram ditas por Jesus!
O Senhor nos pôs por testemunhas
dele. Sabemos que qualquer testemunha que desconhece a realidade do que afirma
é testemunha falsa: incorre em crime!
“Mas,
recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós, e sereis
minhas testemunhas...” (At
1. 8 - destaque meu)
“Vós
sois as minhas tetemunhas, diz o Senhor, e o meu servo, a quem escolhi; para que
o saibas, e me creiais, e entendais que sou eu mesmo, e que antes de mim deus
nenhum se formou, e, depois de mim, nenhum haverá. Eu, eu sou o Senhor, e fora
de mim não há Salvador!”
(Is 43. 10-11 - destaque meu)
Pretender
evangelizar, sem estar ciente e consciente do plano da Salvação, em Cristo Jesus
e das bênçãos do evangelho para o homem perdido é dar falso testemunho. A vida
toda do crente deve dar testemunho da obra salvífica da cruz. Ser salvo não é
apenas permanecer membro de uma igreja; não é dizer que é salvo, nem dizer que
crê em Deus. É ter passado pelo processo
do “novo nascimento”: justificação
em Cristo Jesus (Rm 5. 1); regeneração,
pelo Espírito, por meio da água purificadora da Palavra (Tt 3. 5; 1 Pe 1. 23;
2Co 5.17) e santificação (1Pe 1.15-16;
Hb 12. 14), como nova criatura.
3. PARA IR À LUTA!
Um perigo enorme no
trabalho mde evangelização é o despreparo bíblico e também social de muitos
crentes. A palavra luta termina por
inflamar o comportamento agressivo das pessoas, mesmo crentes! É necessário
saber que o evangelho manda-nos condenar
o pecado, ou seja, levar a verdade bíblica em oposição à mentira do
enganador. Satanás enganou a Eva (mas não enganou a Adão). Eva foi
enganosamente levada ao pecado; porém Adão agiu conscientemente; aceitou a
possibilidade de pecar. A partir disso, a humanidade ficou destituída da glória
de Deus. (Rm 3.23). Porém, não somos autorizados a condenar o pecador! Não lutamos contra pessoas; não sejamos
“antipáticos religiosos”, não temos o “orgulho de sermos salvos”, nem somos
melhores do que aqueles a quem anunciamos o evangelho. A fé é que nos salva, a
misericórdia de Deus é o que nos sustenta, inclusive nas situações das nossas
fraquezas humanas.
“...
E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo,
vendo a cidade tão entregue à idolatria...(At 17. 16).
“...
E estando Paulo no meio do areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo
um tanto supersticiosos; porque passando eu, e vendo os vossos santuários,
achei também um altar em que estava escrito AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois
que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio.” (At 17. 22-23)
A Igreja de Cristo,
os cidadãos dos Céus, não lutam contra as pessoas, não devem ser agressivas com
elas - tenham elas a condição que tiverem. É preciso lembrar aos evagelizadores
que eles lidam com seres humanos caídos na rede do mal, atraídos pela
malignidade deste mundo; devem tratá-las com o mesmo amor com que Cristo nos
amou, com um tratamento digno, carregado de respeito e urbanidade.
“...
porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os
principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século,
contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais.” (Ef 6.12).
Agora
eu te pergunto, depois de ler essa orientação de Paulo, aos efésios, você acha
que é fácil sair a evangelizar? Claro que não! Se sairmos na nossa força, o trabalho
será nulo ou prejudicial à obra do Reino de Deus. Pior, ainda: seremos
fatalmente envergonhados!
“...
e alguns dos exorcistas judeus, ambulantes, tentavam invocar o nome do Senhor
Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus,
a quem Paulo prega! Os que faziam isso eram sete filhos de Cevfa, judeu,
principal dos sacerdotes. Respondendo, porém, o espírito maligno, disse:
Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo, mas vós, quem sois?
E
saltando neles o homem que tinha o espírito maligno e assenhoreando-se de dois
deles, pôde mais do que eles; de tal maneira que nus e feridos fugiram daquela
casa. (At 19. 13-16).
4. NÃO BASTA IR À LUTA! É NECESSÁRIO PREPARAR-SE!
Acabamos de ler a
instrução do apóstolo Paulo, a respeito de quão árdua é a nossa luta contra o
mal. Não basta ser soldado, não basta estar no quartel, não basta ter armas à
disposição. É necessário estar treinado para o combate. Você é crente; diz que
é soldado. Você frequenta a igreja; diz que está no quartel e tem a Espada como
arma para essa batalha. Então, você deve
responder se está preparado para ir à batalha contra as hostes espirituais da
maldade, referidas pelo apóstolo Paulo. Talvez, você responda que não está
preparado, por isso não irá à luta!
Porém, acabamos de
ver que nós fomos arrolados como testemunhas de Cristo, porque participamos do
seu sofrimento na cruz. A nossa participação na Ceia do Senhor revela isso!
Portanto, não temos o benefício da omissão sem prejuízo. Isso seria negar a
Cristo!
“Portanto,
qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante do meu
Pai, que está nos céus; mas, qualquer que me negar diante dos homens, eu o
negarei também diante do meu Pai, que está nos céus.” (Mt 10. 32-33)
O próprio apóstolo Paulo instrui sobre o
equipamento que o crente deve ter para enfrentar tão grande batalha. Vejamos
Efésios 6. 13-17. Que equipamento é esse? O comentarista Wiersbe explica:
“É importante que o cristão não dê lugar ao
diabo (4. 27)” Isso quer dizer que jamais se pode deixar vulnerável
qualquer que seja a área da vida; pois o inimigo usará suas armas para fazer o
ataque e, “dessa forma, permitir que Satanás
consiga [nessa brecha] uma base de
operações. O crente tem que “vestir
toda a armadura de Deus”. A batalha, efetivamente, obriga o crente a defender-se
com a Palavra de Deus, que é a sua Espada. Na tentação, que sofreu no deserto,
o Senhor Jesus venceu com a Palavra: “Está escrito”!
Você sabe onde “está escrito”, para não ser
atingido?
O crente não receberá ataque na região dos
órgãos vitais (lombos) se estiver protegido com a verdade e com a couraça da
justiça. Os pés, que posiibilitam a marcha adiante, devem estar calçados na
preparação do evangelho da paz. Por que na preparação? Porque o crente não pode
esquecer de que a vida cristã exige prática bíblica, exame das Escrituras,
estudo bíblico. Não se trata de decorar versículos aleatoreamente, mas
compreender o contexto da Palavra! Sem
isso, ninguém pode prosseguir na luta contra o mal; o crente poderá ser ferido
em sua tarefa de evangelização.
Satanás tem grande
interesse na descrença, por isso, a fé é um dos pontos que ele mais procura
enfraquecer. Os de fé enfraquecida caem facilmente. Essa é a razão de ser
necessário portar o escudo da fé, para rebater ataques do maligno.
Outro ponto
vulnerável, aliás, mortal, se atingido é a cabeça. Nessa parte do corpo humano funciona
a alma humana: a sua mente. Muitos cristãos caíram e outros cairão, por terem
as suas mentes atingidas pela falta do capacete da salvação. O capacete da
salvação é que leva o crente a compreender a verdade pura do evangelho. Ele
protege essa verdade das heresias malignas que levam à perdição.
Por fim, o crente
deve conviver com a Espada do Espírito,
a Palavra de Deus; por ela, o crente tem
os lombos cingidos com a verdade e com a couraça da justiça; por ela, faz a preparação do evangelho da paz para
o levar ao mundo perdido; por ela, alcança o
escudo da fé e, por ela, se protege com o capacete da Salvação.
Conclusão
Ao encerrar esse
brevíssimo estudo, convém que eu lembre que o Senhor Jesus avisou que, sem ele
não poderemos fazer. A oração é que nos põe em contato com o Mestre e Senhor. A
oração é o meio de o crente falar com Deus, para louvar e engrandecer o seu
Nome, para chegar ao Trono, levando-lhe uma sincera adoração, para agradecer a
sua graça e misericórdia cotidiana para nós e para manter acesa constantemente
a nossa relação com o nosso Rei e Senhor amoroso e fiel.
A oração deve ser
constante em nossos corações, independentemente de lugar, de horário, de voz
audível ou da posição do corpo. Ela tem de ser constante. Não saia a
evangelizar sem que a oração seja o seu contato direto com Deus. Toda obra do
Reino de Deus é feita com base na oração, porque sem Jesus, todo o nosso
trabalho é vão.
Não há necessidade de
espalharmos por aí que vivemos em oração; aliás, esse hábito pode dar a
impressão de que nós oramos mais do que os nossos irmãos. O Senhor Jesus deixou
bem claro:
“Tu,
porém, quando oraraes, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu
Pai, que está em secreto; e teu pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mt 6.5)
Então, meu irmão,
abra a sua Harpa Cristã, observe o hino 93 e entenda que a mensagem poética
daquelas estrofes é dirigida a você e a mim! Vá, agora, ao hino 471!
Tenho certeza de que
você brevemente se apresentará como um soldado ao batalhão, pois, soldado não
sai sozinho à batalha. Não recomendo que você saia pelas ruas como um pregador
solitário. Você faz parte de uma equipe! Essa equipe tem um propósito e um
projeto a cumprir. Una-se aos projetos da sua igreja; assim, todos mostraremos
que somos fiéis soldados de Cristo! Contamos com você, irmão ou irmã!
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