domingo, 3 de dezembro de 2023

O SENHOR É QUEM DÁ MINISTROS À IGREJA (Ef 4.11-13)

 


 


 

Introdução

             Um assunto muito interessante e de extrema necessidade para a Igreja do Senhor é a gênese dos ministérios eclesiásticos, quero dizer, a origem das funções daqueles que militam no “bom combate”, que é a causa de Cristo. Deus colocou homens que devem acompanhar a marcha da igreja, em tempo real, liderando os trabalhos dela e exercendo, sob a sua direção (de Deus), o papel de mordomos do Rei.

            Começamos por nos lembrar de que o Senhor Deus é Eterno, imensurável, indescritível fisicamente, porque Ele é Espírito (Jo 4.24). Esta página não tem intenção de apresentar, nem de discutir sobre a Teontologia (a doutrina de Deus); porém, é inegável que o Senhor Deus é Deus de liderança. Ele é o Criador inimitável de todas as coisas, ele governa tudo e a todos; ele determina, ele escolhe, ele prepara, ele abençoa, ele faz, e, ele mesmo desfaz, segundo a sua Vontade, a qual é “boa, perfeita e agradável” (Rm 12. 2) 

Do pó da terra, Deus criou o homem, e o fez alma vivente. Deus o criou à sua imagem, em conformidade com a sua semelhança. O leitor há de lembrar que, acima, registra-se que Deus é Espírito; logo, Deus mantém-se incorpóreo. Assim sendo, conforme a que imagem ou semelhança o homem foi criado? Obviamente, não se trata de qualquer semelhança ou conformação física; mas, de semelhança nos atributos morais, de volição, de criação etc. O ser humano foi criado para, conscientemente, ser a glória do Senhor.  O próprio Deus presenteou o ser humano com capacidade criativa, organizacional e de liderança; entretanto, o homem não é senhor da sua liderança, nem mesmo na vida secular! 

Os bons líderes do mundo secular são dádivas de Deus para as nações. Por sua vez, os maus líderes, que se julgam, a si mesmos, capazes de governar, têm, apenas, o seu comando, por permissão de Deus, sobre uma população rebelada contra o Senhor de todos. Enfim, Deus comanda toda liderança sobre a humanidade. Partindo desse princípio, o apóstolo Paulo ensina que “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus, e as autoridades que há foram ordenadas por Deus.” (Rm 13. 1-4)

 

“Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o Primeiro e o Derradeiro.” (Ap 22. 13)

 

“... E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden, para o lavrar e o guardar. [...] Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo animal do campo, e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.” (Gn 2. 15; 19)

 

 “Não escolhestes vós a mim; mas eu vos escolhi a vós; e vos nomeei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça...” (Jo 15.16) 


1.    DEUS ESCOLHE OS QUE ADMINISTRAM A IGREJA DE CRISTO E MINISTRAM A ELA.

  

“... E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra; portanto, ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e, eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém! (Mt 28. 18-20) 


Essas palavras de autoridade foram ditas por Jesus ressurreto, aos onze discípulos, que, por ordem dele mesmo, (Mc 16. 7) haviam ido para a Galileia. Estando com eles, primeiro, o Senhor ratificou a sua autoridade suprema (todo o poder); depois designou aqueles homens para a tarefa evangelizadora, sob a sua proteção (eu estou convosco...). Esse epísódio marca o maravilhoso encontro do Mestre e Senhor com os seus onze discípulos, quando os separou para um apostolado inicial (ide... e estou convosco). Depois que a Igreja se foi ampliando em todo o mundo, o Senhor escolheu mais servos para outras tarefas. (Ef 4.11-13).

 Não há melhor prova de que a administração da Igreja cristã é executada por homens escolhidos pelo próprio Deus. A esses homens o Senhor atribuiu tarefas específicas, a serem ministradas em seu Santo Nome! A partir daquela escolha divina, na Galileia, permanece o processo divino para condução da Igreja, até o dia em que a Noiva do Cordeiro, será arrebatada de entre a humanidade. Pouco mais de meio século mais tarde, o apóstolo Paulo detalhou e explicou a composição ministerial da Igreja, nas igrejas; não por decisão humana, mas pela vontade do próprio Senhor.

  

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” (Ef 4. 11-13)

 

 2.    O PROBLEMA DA ESCOLHA INDEVIDA 

Quando Deus mandou Samuel providenciar a unção do futuro rei de Israel (1Sm 16. 7), o profeta pensou que estava apto para escolher a quem ungir. Enganou-se. O homem tem tendência para avaliar melhor aquilo que o impressiona à primeira vista. Quanto problema seria evitado, se nós submetêssemos as nossas possíveis escolhas aos critérios de Deus! 

Quanta vida familiar estragada por ser formada pela concupiscência dos nossos corações; quantos governos maléficos chegaram ao poder, pela aparência enganosa dos seus projetos; quantas profissões se tornaram insatisfatórias, porque alguém só atentou para a prosperidade econômica e financeira de alguns profissionais! Agora, vem o pior: quantas igrejas entraram em sérios problemas, por causa de obreiros escolhidos pela aparência em algum sentido ou em todos!

 

“Não julgueis segundo a aparência, mas, julgai segundo a reta justiça.” (Jo 7. 24)

 

“Há caminho que parece certo ao homem, mas, no final, conduz à morte.” (Pv 14. 12)

 

“Todos os caminhos do homem parecem puros, mas o Senhor avalia o espírito.” (Pv 16. 2)

 

“... não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos.” (Is 53. 2)

  

            Em nossos dias, muitas pessoas buscam filiação em igrejas suntuosas, frequentam reuniões em templos marmóreos, porém, submetem-se a alimentos corrosivos, envenenados, vindos dos discursos heréticos. Jesus deixou os discípulos decepcionados, boquiabertos, quando eles se mostraram impressionados com a arquitetura do templo. Os filhos de Eli eram sacerdotes pecaminosos, e seu pai não tomava providências a respeito dos seus desmandos. O resultado foi o castigo terrível da parte de Deus! (1Sm 2. 12-36). Acrescente-se a escolha de Saul como rei de Israel: quanto prejuízo trouxe para o povo e para si mesmo! 

            Não é rara a escolha de pessoas para o ministério de muitas igrejas, com base nos interesses pessoais e particulares da liderança; há escolha porque o crente é bom dizimista, como se esse fosse critério para alguém conduzir a igreja, ou auxiliar o que a conduz. Elegem-se homens que trarão prejuízos incalculáveis à higidez do corpo de Cristo. Igrejas que mantinham centenas de membros atuantes; hoje, em seus cultos a frequência não chega trinta pessoas (nem nas reuniões para a Ceia do Senhor!). A causa? Geralmente, a escolha de um líder, segundo a aparência ou segundo os interesses escusos de quem o escolheu.

 

Conclusão 

            Quando a escolha dos ministros corresponde à vontade de Deus, a igreja se torna pujante, com resultados espirituais apreciáveis, porque o próprio Deus a dignifica. É necessário lembrar o que diz a Palavra de Deus: “Ele mesmo [Deus] deu” os obreiros. A obra não é de homem algum, mas de Cristo! Os homens são servos, os quais, havendo feito tudo, consideram-se servos inúteis.

 

“Porventura, dá graças ao tal servo, porque fez o que lhe foi mandado? Creio que não. Assim, também vós, quando fizerdes tudo o que vos foi mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” (Lc 17. 9-10)

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