Os textos que se publicam com seriedade contêm, obviamente, informação/informações, para que o leitor decida pela concordância ou pela refutação disso.
Considerando que a maioria dos meus textos aborda um viés bem próximo do campo teológico, com um olhar voltado para o aspecto eclesiológico, torna-se evidente a minha preocupação para com a igreja de nossos dias - no âmbito pentecostal assembleiano.
Nesses últimos tempos, sou movido a meditar sobre a relação dos cultos assembleianos com o que, sobre eles, dizem as Escrituras Sagradas.
Não me afeta qualquer dúvida sobre a realidade da bênção pentecostal para a Igreja do Senhor.
Creio, mesmo, que não há nenhuma parte do corpo de Cristo (declarada pentecostal ou não), que sobreviva sem a graça do maravilhoso poder pentecostal, derramado sobre a igreja que se reunia no cenáculo, em Jerusalém. (At 2).
A questão que apresento aborda o comportamento pentecostal em nossos cultos (enfatizo o comportamento das pessoas).
A maneira como o fervor pentecostal vem-se apresentando em muitas igrejas da nossa denominação oficial (já que se espalham, alhures, igrejas ditas "assembleianas"), parece-me criticável à luz do Texto Sagrado.
O que acontece, geralmente, é que "boa parte" da liderança assembleiana ainda entende que "movimento pentecostal" (recuso o uso da palavra "mover") seja uma manifestação tumultuada; quanto mais barulhenta, dizem ser mais espiritual.
Os crentes adeptos dessa forma de culto evangélico, apegam-se à má compreensão de 2Co 3. 17, na mesma proporção em que ignoram 1Co 14. 40!
Se, porventura, não ignoram o referido ensino paulino à igreja em Corinto, vão-se valer da descrição pentecostal em Atos 2, quando a multidão de pessoas ouvia, boquiaberta, o "barulho" daqueles pentecostais primitivos!
Primeiro, vale lembrar que aquele evento foi uma obra "sui generis" do Espírito Santo, com a finalidade de dotar de poder espiritual a Igreja incipiente.
Depois, é possível compreender que aqueles 120 crentes não estavam, ainda, ensinados sobre a doutrina pentecostal - mais tarde, delineada pelo apóstolo Paulo. (1Co 14. 26ss). Sem dúvida, as Assembleias de Deus não estão nesse grupo!
Por fim, há uma grande diferença entre aquele momento espiritual tão vigoroso, no Dia de Pentecostes, e o modo barulhento de tantos dos nossos irmãos contemporâneos: o resultado!
Cada um dos ouvintes, em Jerusalém, ouvia, milagrosamente, o falar em "sua própria língua", sem que o falante tivesse intenção ou conhecimento para isso!
O outro aspecto importante daquela operação do Espírito Santo foi a conversão de 3 mil ouvintes, posteriormente, chegando a 5 mil! E os milagres? E a punição mortal sobre os falsos pentecostais?
Verdade é que a obra nunca mais parou, e "o Senhor acrescentava" à igreja todos aqueles que se haviam de salvar. (At 2. 47). Além disso, no poder do Espírito, a igreja, missionária por excelência, produziu os frutos que o Senhor Jesus prometera, em João 14. 13: Ele prometeu que os seus servos fariam obras maiores do que aquelas que eles haviam visto até ali.
Evidentemente, ninguém fez, não faz nem fará "obras maiores" do que as do Mestre e Senhor. O uso de "maiores" implica extensão geográfica, confirmando a ordem do Senhor, registrada em Mt 28.19-20.
Portanto, tendo em vista que ainda ocorre, em muitos lugares, um comportamento pseudopentecostal - muitas vezes incentivado por líderes, que, por interesses pessoais, levam a assistência a uma irreverência que, culturalmente, a conduz ao emocionalismo - torna-se necessário lembrar que as igrejas já deveriam estar muito bem doutrinadas quanto aos cultos que oferecem ao Senhor.
Bem por isso, sejamos fiéis e atenciosos à palavra registrada na Epístola aos Efésios 4. 11-13. Logicamente, é, também, indispensável ouvirmos o que ministra o mesmo apóstolo Paulo, sobre a doutrinação e ensino, no seu texto da Epístola aos Romanos 12. 6-8; além de nos dedicarmos à prática de tudo o que está ensinado em 1Co 14. 26 em diante.
Se Deus deu à Igreja homens que a instruam, a fim de ela caminhar para o aperfeiçoamento, os que a lideram pastoralmente também devem dar-lhes ouvido!
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