Leitura:
Atos 16.16-34 – Rm 1.16
Introdução
O apóstolo Paulo fazia a segunda das três viagens missionárias. Na primeira viagem, acompanhado de Barnabé e João Marcos, Paulo levou a Palavra de Deus a regiões dos gentios, depois, retornou à Antioquia e fizeram um relato da operação de Deus no trabalho deles.
“E, quando chegaram, e reuniram a igreja, relataram quão grandes coisas Deus fizera por eles e como abrira aos gentios a porta da fé.” (At 14.17)
Na segunda viagem, Paulo viajou com Silas e com o jovem Timóteo. Nos capítulos 16 a 18 de Atos, os irmãos encontrarão mais preciosos relatos sobre essa segunda viagem missionária. Sem mencionar as ocorrências que se opuseram ao trabalho daqueles missionários, vamos diretamente ao fato da prisão de Paulo e Silas e ao episódio do carcereiro, na cidade de Filipos. O grupo missionário vivia voltado para a oração. (16.13;16). Sem oração não há bom trabalho; sem oração não há sustentação de uma vida com Deus.
Sempre esperamos que após as orações o mundo se torne cor de rosa para nós. Pretendemos que os céus derramem respostas e bênçãos, porque, afinal, nós oramos! A Bíblia não nos orienta para isso.
Paulo e os seus companheiros oraram, mas tiveram que suportar problemas. A oração não resolve problemas; dá-nos força para enfrentá-los.
PAULO E SILAS ENFRENTAM PROBLEMAS SÉRIOS
Logo depois da oração, aconteceu um encontro com uma endemoninhada. Como pode, depois de terem orado?! Aonde eles iam, lá estava a moça a falar bem deles, por vários dias.
“Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava: Estes homens que nos anunciam o caminho da salvação são servos do Deus Altíssimo.” (v.17)
Quanto crentes se sentiriam lisonjeados com tal profecia! O crente que tem discernimento sabe a que voz deve ouvir. Falso profeta, se falar aos ouvidos de quem é crente, é repreendido.
“Mas, Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E, na mesma hora saiu.” (v.18)
Nesse fato se vê o valor da vida em oração; a oração não resolve o problema; ela garante poder contra o mal. Assim deve ser a igreja: poderosa contra o mal. Um povo sem oração não faz igreja, faz reunião de fracos.
Apesar de aqueles missionários viverem em oração, o diabo não desistiu da perseguição; ele a intensificou. A ação evangelística de Paulo produziu-lhes perseguição e cadeia. (vv 22-24).
Na agrura do deserto, o Senhor ordenou a Josué: “Sê forte e corajoso!”.
Você não recebe a vitória porque nasceu para ser vitorioso. A nossa disposição para obedecer a Deus é que nos faz mais que vencedores.
“Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas, em todas essas coisas, somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou,” (Rm 8.36-37)
Somos postos para morrer o dia todo. Como ovelhas que não podem se defender somos conduzidos ao sofrimento. Assim é sequência da luta do crente: oração - perseguição - vitória.
PRISÃO DO CRENTE É LUGAR DE CÂNTICO
Paulo e Silas sofreram muito em Filipos. Tiveram suas vestes rasgadas e foram condenados a, no máximo, 39 açoites com varas. Depois desse suplício, foram entregues à prisão, sob os cuidados de um carcereiro, em geral, homem impiedoso, torturador.. Recebendo dois presos já feridos, aquele homem ainda prendeu os pés deles no tronco! Os carcereiros eram funcionários de Roma e prestavam conta do seu trabalho aos superiores. Caso tivessem problemas com a disciplina ou fuga de presos, poderiam ser condenados até mesmo à morte. Geralmente, esses carcereiros ficavam à disposição integral da cadeia, por isso residiam com seus familiares ali mesmo.
Paulo e Silas estavam alimentados com oração constante, por isso, mesmo em situação degradante entoavam hinos ao Senhor. É provável que também evangelizassem ali, enquanto Satanás lhes impunha sofrimento! O que nós fazemos quando estamos em sofrimento, tristes abatidos? O próprio Paulo diz que nada nos separará do amor de Cristo (Rm 8. 38-39). Essa afirmação é verdade para nós?
CULTO AO SENHOR PODE ABALAR ESTRUTURAS
Em nossa cultura cristã deturpada, o culto ao Senhor não passa de mera reunião habitual dos membros de uma igreja. Em geral, no Brasil, costuma-se frequentar cultos dominicais, normalmente num horário previsto há dezenas de anos, dentro de um modelo, ao qual chamamos de liturgia do culto.
Liturgia compreende o conjunto de atitudes pré-estabelecidas para o culto. O apóstolo ensina sobre o assunto em 1Coríntios 14-40, e conclui, deixando abertas as possibilidades: “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.” Os tempos mudam, as circunstâncias mudam, e a igreja precisa estar preparada para essas mudanças materiais. A epidemia já fez os crentes pensarem em muitas mudanças. A criminalidade está levando ministérios a pensar nos cultos que, antes, não tinham horário para terminar, expondo famílias aos perigos das ruas.
O lugar de se cultuar a Deus é normalmente o templo. Se não fosse assim, Deus não teria mandado Moisés construir um tabernáculo para Israel cultuar e, depois, o templo, na época do rei Salomão e reconstruído, após a demolição. Porém, se estivermos impedidos de cultuar no templo, cultuaremos ao Senhor até nas cadeias!
“Perto da meia noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam. E, de repente, sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos.” (vv 25-26)
Culto ao Senhor, com oração e louvor, abala estruturas e liberta cativos espirituais. Glória a Deus! O que temos feito dos nossos cultos, meus irmãos?
UM CARCEREIRO PRECISA SER LIVRE
O carcereiro que maltratava a Paulo e a Silas na prisão, sentiu que a sua força e o seu poder de torturador nada significavam diante dos servos do Senhor. Ao sentir o terremoto, acordou apavorado; quis suicidar-se, pois sabia a pena que sofreria. Alertado por Paulo de que não ocorrera nenhuma fuga, perguntou sobre a possibilidade de salvar-se.
Claro que não se tratava de salvar-se da pena romana, porque não houve fuga. Ele queria a salvação da alma por meio da aceitação de Cristo Jesus, de quem, sem dúvida ouvira falar. A resposta foi: “Creia no Senhor Jesus e você será salvo, e também a sua família”. Paulo não se refere como alguns pensam numa salvação extensiva à família com o num plano de saúde. A salvação é pessoal, individual. Então, já que a família morava junto à prisão, claro que ouviu o evangelho e também aceitou a Jesus, sendo todos batizados.
Conclusão
O maldoso carcereiro tornou-se piedoso. O evangelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu, e também do gentio.” O evangelho se revela nos atos daquele que se converteu: o carrasco passa a ser gentil (v.24). O ladrão já não rouba; o que vivia em guerra distribui a paz. O vaidoso torna-se humilde. Só Cristo tira o homem de uma vida hipócrita, degenerada e o torna um verdadeiro filho de Deus, aquele não se importou da humilhação de deixar a sua glória, para dar a vida aos miseráveis pecadores. Amém!

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