Leituras.
Pv 2.1-6
“Filho meu, se aceitares as minhas palavras e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido e para inclinares o teu coração ao entendimento, e, se clamares por entendimento e por inteligência alçares a tua voz; se como a prata a buscares, e, como a tesouros escondidos a procurares, então, entenderás o temor do Senhor e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria e da sua boca vem o conhecimento e o entendimento.”
Cl 1.7-9
“... Segundo fostes instruídos por Epafras, nosso amado conservo, leal ministro de Cristo em nosso favor, ele também nos contou do amor que tendes no Espírito. Por esse motivo, também nós, desde o momento em que soubemos desse fato, igualmente não deixamos de orar por vós e de suplicar que sejais cheios de pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e entendimento (ou inteligência) espiritual.”
Introdução
Existem três fatores que podem trazer as mais graves consequências a uma igreja: o desconhecimento doutrinário (Os 4.6; Pv 29.18), a negligência à doutrina (Jz 13.24-25; 16.6-21) e o endurecimento para com a doutrina (Hb 3.7; 15; 4.7).
Aquele que desconhece os perigos de um caminho pode sofrer graves danos, até mesmo morte (Lc 10.30).
Também aquele que é desatento aos avisos é, por isso, levado ao mesmo destino. (1Rs 13.9-10; 19-24)
O homem de coração endurecido para a verdade sofre consequências irreparáveis. (Pv 29.1)
Por intermédio do profeta Oseias, Deus repreendeu todo o povo de Israel, porque a nação estava mergulhada numa vida de pecado. O profeta foi estraçalhado pelo leão, porque foi desatento para com a ordem de Deus. O Faraó, com seu exército foi tragado pelo mar Vermelho, por causa do coração endurecido.
A FALTA DE ENSINO FAZ PERECER O POVO
Somente o ensino constante da Palavra de Deus e a correção que ela traz podem manter em sabedoria e crescimento a igreja do Senhor Jesus. Não pode haver desleixo nessa prática ministerial
Quando, na igreja, apenas alguns se deviam da verdade, Deus sabe que somente a eles cabe a responsabilidade dos seus erros. Porém, se todo o povo se corrompe e o desvio é generalizado, o Senhor culpa os ministros, os pastores, a quem entregou o ensino da Palavra. (4.4-6).
São muitos os exemplos de igrejas cujos membros vivem desregradamente, alheios ao conhecimento de Deus e da sua Palavra, porque não são ensinados para a vida cristã plena.
Os membros de uma igreja, tal como os filhos, devem ser ensinados desde a infância. Todo crente deve ser discipulado para a vida cristã desde a conversão. Filhos sem ensino tornam-se rebeldes, ignorantes e resultam problema para a própria família e para a sociedade. Crentes sem ensino tornam-se problemáticos para si e para os outros.
Para o Senhor, o discipulado é parte indispensável para a vida e para o desenvolvimento do crente. Uma das santas atribuições do Espírito Santo para a igreja é o ensino.
“Mas, aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” (Jo 14.26)
Portanto, qualquer igreja, que viva sem o ensino sério da palavra de Deus é apenas um lugar que detém as pessoas no desconhecimento, portanto, no erro. Deus criou o homem para ter conhecimento.
O desconhecimento se caracteriza pelo estado de ignorância em que Satanás, ardilosamente, encerrou a mente do ser humano, caído por causa do pecado.
O pior desconhecimento é o da Palavra de Deus; mas, nós devemos atentar também, para outros dois problemas graves: a desatenção do crente para com aquilo que lhe é ensinado e o endurecimento para aceitar ensino e correção.
A CEIA DO SENHOR, O DESCONHECIMENTO E A NEGLIGÊNCIA
Quanto à Ceia do Senhor, convém meditar sobre uma cultura já enraizada em quase todas as igrejas: a ideia de que "toda reunião para a Ceia é, em si mesma, uma santa reunião da igreja". Infelizmente isso não é verdade.
Sobre a reunião para a Ceia, o apóstolo Paulo nos diz, em 1Co 11.17-18:
“Nisto, porém, que vou dizer-vos, não vos louvo, porquanto vos ajuntais não para melhor; senão para pior.”
Espantoso! Uma reunião para a Ceia pode ser para pior! O apóstolo se refere ao triste estado a que pode chegar uma igreja reunida para cear, sem que aqueles que dela vêm participar solucionem os problemas em que se embaraçam.
O apóstolo mostra que há uma evolução de mal para pior, Ceia após Ceia. (1Co 11.29-30). Havia crentes, em Corinto, que estavam fracos; havia outros que estavam doentes e havia até mortos. Era tão ruim a situação que, mesmo os espiritualmente mortos frequentavam normalmente a igreja e a Ceia do Senhor!
Claro que não há mortos, fisicamente, dentro da igreja; o que há são aqueles que ficaram fracos, depois permaneceram doentes e evoluíram para a morte, porque se tornaram insensíveis para com responsabilidade espiritual.
Muitos, que já chegaram a essa insensibilidade espiritual, escondem-se por detrás do versículo 28:
"Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim, coma deste pão e beba deste cálice.”
Porém, é indispensável que se leia também o versículo 29, que fecha esse contexto:
“Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para a sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.”
Conclusão
A recomendação de Paulo, portanto, não é que o crente faça simplesmente um autoexame, para se lembrar de “ter - ou não ter – cometido algum ‘pecadão’ no cotidiano” e, se estiver livre disso, sinta-se apto para sentar-se à Mesa da Comunhão que anuncia a morte e a ressurreição do Senhor.
A questão é outra, tão séria quanto a mencionada: O homem deve examinar a sua relação com "todo" o corpo de Cristo, em todos os aspectos, dentro da igreja local e fora, no contexto do mundo.
Sem isso resolvido, o crente se reúne para prosseguir, gradativamente, em direção ao pior (fraqueza, doença e morte) como disse o apóstolo Paulo.
A nossa participação em qualquer culto, sempre será para bênção nossa e da igreja, ou para maldição nossa e prejuízo para o arraial do Senhor. O Senhor quer que a sua igreja constantemente se corrija durante o trajeto para a Canaã Celestial.
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