sábado, 5 de fevereiro de 2022

SE NÃO FOR PARA ENSINO, NÃO PREGUE!



“Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Galileia e sua fama correu por todas as terras em derredor. E ensinava nas suas sinagogas e por todos era louvado.” (Lc 4.14.15)


Introdução

Há um dito popular tão interessante quanto óbvio: “Quem não se assenta para aprender não se levanta para ensinar.” A origem desse provérbio é desconhecida, mas a verdade do que diz é límpida. O Senhor Jesus, ainda menino, aprendia no templo, ouvindo os doutores da lei e fazendo perguntas a eles.


E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que o viam admiravam a sua inteligência e respostas. (Lc 2.46-47)

E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.” (Lc 2.52)


 A Bíblia também apresenta, entre outros, dois exemplos que justificam essa máxima:


  1. O profeta Samuel aprendeu assentado aos pés de Eli, o sacerdote.


E o jovem Samuel ia crescendo e fazia-se agradável, assim para com o Senhor como também para com os homens.” (1Sm 2.26)


  1. O apóstolo Paulo assentou-se aos pés de Gamaliel, fariseu e doutor da Lei, instrutor de selecionados jovens ligados ao judaísmo.


Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas, criado nesta cidade, aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso para com Deus, como todos vós hoje sois.” (At 22.3)


Claro que é necessário lembrar que Jesus ensinava aos seus ouvintes, principalmente os seus doze discípulos, a quem preparava para ensinar o povo a respeito do o evangelho. Os apóstolos ouviram os ensinos de Jesus durante os três anos do seu ministério. Jesus deu aulas aos homens; deu aulas que passavam conhecimentos e deu exemplos de vida que demonstravam a exatidão do seu ensino. Por fim, concluído o seu ministério, o Mestre determinou:


“... Portanto, ide, ensinai todas as nações, b atizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.” Amém! (Mt 28.19-20)


  1. O NOVO TESTAMENTO MOSTRA QUE PREGAR É ENSINAR

  

Na Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo dá uma lição sobre os dons ministeriais para a Igreja. Os líderes espirituais da igreja não surgiram pela vontade do homem, mas por decisão de Deus. Já anteriormente, a escolha dos doze apóstolos foi feita pela própria vontade de Jesus.


E subiu ao monte, e chamou para si, os que ele quis; e vieram a ele. E nomeou doze, para que estivessem com ele e os mandasse a pregar...” (Mc 3.13-14)


Paulo informa que Deus mesmo escolheu aqueles a quem ele deu os dons ministeriais “querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo.” (Ef 4.12)


Se examinarmos o Novo Testamento, desde Atos dos Apóstolos até o Apocalipse, concluiremos que a atividade primordial da igreja é o ensino. É o ensino que nos aperfeiçoa para a obra do ministério; é o ensino que nos edifica no corpo de Cristo. 


  1. OS QUE PREGAM O QUE NÃO ENSINA SÃO FALSOS OBREIROS


Chega a impressionar a quantidade de pregadores que se encontram à disposição dos púlpitos. Entretanto, a maioria deles nada tem a oferecer às almas carentes de ensino da Palavra de Deus. As igrejas carecem de homens dedicados ao ensino; a razão dessa carência está em que entre aqueles que se propõem a pregar, praticamente não há quem se disponha à difícil tarefa de estudar para ensinar.


Se pregar é ensinar, as pregações que não ensinam são palavras vazias, vindas de árvores sem frutos. A prática do ensino é tarefa que exige muito mais do obreiro; requer total dedicação ao estudo teológico e bíblico; mas isso custa tempo, estudo e oração. Poucos se dispõem a essa tarefa. Precisamos estabelecer diferença entre o trabalho do evangelista (apregoador da Salvação) e o trabalho do Mestres (ensinador da igreja.

A tarefa pastoral é rtealizada mais fora do púlpito do que sobre ele. As coisas andam invertidas!


Mas, se voltarmos a Efésios 4.11, veremos que Deus separou a uns para pastores e outros para doutores. Nesse texto doutores são também chamados mestres. Esses têm de Deus um dom especial para expor, esclarecer, e proclamar as verdades da Palavra de Deus à igreja. Juntamente com os pastores, os mestres trabalham na edificação bem ajustada do corpo de Cristo. São os mestres que cuidam para que a igreja não seja corrompida por falsas doutrinas, por maus costumes.


Conclusão


A igreja dos nossos dias necessita mais de sermões voltados para o ensino, para a correção dos costumes, para a volta aos caminhos do Senhor do que de sermões avivalistas, os quais sempre conduzem os ouvintes a instantes de enlevo emocional passageiro e infrutífero.

 

Escreveu o saudoso e eminente pastor e mestre assembleiano Antônio Gilberto: 

“Oremos para que Deus levante ensinadores em nossa nação, pois eles estão cada vez mais escassos; há muitos pregadores, pois, em nossos dias não é difícil ser pregador; basta decorar duas mensagens e sair por aí pregando; mas, ser ensinador da palavra de Deus requer tempo, estudo e piedade; mas poucos querem pagar o preço.”

Igreja que ama os seus mestres é igreja sadia, que não se alimenta de palha, não vive do emocional nem se abala com ventos contrários. Amém.



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