quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

SER DO MUNDO, OU ESTAR NO MUNDO?






Introdução


A maioria de nós, pregadores e ouvintes, aprecia buscar nas Escrituras Sagradas os textos que parecem transmitir-nos a sensação de que estamos em perfeita paz com Deus, tanto no aspecto individual quanto no coletivo, em nossas igrejas. É muito bom dizermos que somos salvos, que o Senhor vela por nós, e nos supre as necessidades (obviamente) materiais.

Vivemos como filhos de família abastada, os quais não têm nenhuma preocupação com os dias bem supridos, além de contarem com a garantia paternal do futuro. Ser crente parece, portanto, uma imensa e despreocupada alegria. O Senhor nos abençoa, e isso basta-nos!

Muitos de nós nos sentimos tão garantidos nesta vida (e para a futura), que revelamos essa condição na própria vaidade do mal interpretado “nada me faltará”. Será, de fato, esse o bom “modus vivendi” dos crentes em Cristo? Esse é, de fato, o ensino de Jesus de Nazaré? 


  1. UM ÚNICO VERSÍCULO DIRIGIDO A TODOS OS HOMENS

 

Enquanto folheamos a Bíblia, à procura dos textos “mais edificantes” para nós e para a nossa igreja, esquecemos, entre as páginas, um só versículo bíblico, que envolve a todo e qualquer ser humano, desde o primeiro homem. Nenhum outro versículo abrange tão inexoravelmente cada pessoa. Os textos que falam de bênçãos chegam a todos os abençoados, porém, eu creio que não poderemos desfrutá-los, sem antes compreendermos aquele que nos aponta o dedo em riste. Nele está a situação da vida terrena de todos os homens. Comecemos por pregar sobre ele.


“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. (Rm 3.23 KJA)


Como nos atreveremos a buscar as bênçãos relatadas em Salmos 23, dizendo que temos o Senhor por nosso pastor, se o versículo tão contundente sobre o nosso estado original não estiver marcado profundamente em nossos corações? Como poderei dizer que “O Senhor é meu pastor”, se eu não tiver a perene confiança de haver, por sua misericórdia, atravessado o vale da destituição da glória de Deus, em direção à redenção em Cristo?

É no reconhecimento desse vale original que posso ver com clareza que o próprio Deus - de cuja glória eu fiquei destituído - me abriu a oportunidade do resgate.


“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu  Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3.16 KJA)


O caminho da redenção deve ter tido início no reconhecimento da nossa triste condição de afastados da glória de Deus. A nossa alegria deve iniciar a partir da nossa tristeza. Nada vale dizermos que temos vida em Cristo, se não tivermos bem presente a situação na qual estávamos e da qual viemos pela graça redentora de Cristo Jesus nosso Senhor.


“Vós, sim, que não éreis sequer povo; mas, agora, sois o povo de Deus; não tínheis recebido a misericórdia, contudo, agora a recebestes.” (1Pe 2.10 KJA)


Não somos salvos por estarmos ligados a uma denominação cristã, nem por marcarmos a presença dominicalmente no templo, nem por nos alegrarmos, quando movidos pela emoção causada seja pelas músicas, seja pelas pregações.

Somos salvos porque o Espírito Santo iluminou a nossa mente, para nos arrependermos de uma vida pecaminosa, afastados de Deus, e carentes da graça divina. Pela graça redentora é que somos salvos.



  1. A RIQUEZA QUE NOS ALEGRA NÃO É DESTE MUNDO



“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo.” (Ef 1.3 KJA)


Não podemos mais substituir todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo, por todas as bênçãos materiais neste mundo. Isso é o que a maioria dos crentes têm feito, porque eles estão amando as coisas deste mundo.

O apóstolo Paulo afirma que os salvos são abençoados com todas as bênçãos espirituais, que são perenes; ele não trata das efêmeras bênçãos materiais que tanto atraem os corações humanos. As bênçãos espirituais estão asseguradas “nas regiões celestiais em Cristo.”

Somente a nossa condição mundana pode levar-nos a amar o mundo e suas maravilhas fugazes. Jesus disse aos que ele resgatou: “Não ameis o mundo, nem o que nele existe. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” (1Jo 2.15 KJA)



Conclusão


Parece-nos que, diante do exposto, há muita coisa para corrigirmos na caminhada cristã, pois os interesses do verdadeiro cristão diferem, necessariamente, dos interesses dos mundanos. Estes buscam locupletar-se com tudo quanto o mundo pode oferecer-lhes, mas não se dão conta da fugacidade desta vida.

Deixemos para trás todo interesse mundano, com a certeza de que o nosso Deus nos supre daquilo de que necessitamos.


“Àquele que é poderoso de realizar infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou imaginamos, de acordo com o seu poder que age em nós, a Ele, seja a glória na Igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, por toda a eternidade. Amém!” (E f2. 20-21 KJA)


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