sexta-feira, 29 de março de 2019

INCREDULIDADE: PROBLEMA PARA O BOM RELACIONAMENTO CRISTÃO.



Não é necessário dizer que a natureza humana é degradada. Uma das características dessa degradação está no sentimento de insubmissão. Ninguém aprecia estar sujeito a quem quer que seja. Desde o berço, a criança insurge-se contra a supremacia materna, e luta para fazer o seu próprio querer. Essa é a natureza animal do homem; ele carece de instrução, a fim de desenvolver os modos socialmente tidos como bons. Não há dúvida de que o ser humano vive sob normas e convive com elas; além disso, será punido se as desafiar, uma vez que, não sendo ser isolado, está inexoravelmente ligado ao grupo, ao qual chamamos sociedade.
Onde houver dois indivíduos há, necessariamente, um envolvimento hierárquico explícito, ou implícito (Jesus, o árbitro do cristão, referiu-se a isso), e o bom funcionamento dessa hierarquia é rotativo. A prova dessa rotatividade? O diálogo. Duas pessoas não estabelecem comunicação verbal simultaneamente, mas sucessivamente, e o processo só será bem (ou talvez mal) sucedido ao final desse jogo hierárquico.
Todavia, a insubmissão faz parte do caráter humano, o que facilmente gera a recusa ao diálogo, ou a falsa submissão, isto é, a falsa concordância, que é gerada pelo temor da parte fraca, ou pela astúcia de um manipulador.
Imaginemos, agora, o relacionamento entre os membros de qualquer comunidade (igreja) evangélica. Toda atividade humana, inclusive a que busca a transcendência (relação com Deus), é feita por homens, cujas características humanas - óbvio necessário - lhes são peculiares. Portanto, é compreensível (até certo ponto) que eles ajam em conformidade com a sua natureza carnal.
Entretanto, a Bíblia afirma que o homem cristão já não é o homem natural, mas o espiritual, o que mostra que a sua natureza humana está mortificada; já não tem poder sobre as suas decisões, porém, submisso às decisões do seu Senhor, pela orientação do Espírito Santo. Paulo afirma: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim (Gálatas, 2.20)”.
Se a igreja, de fato, se forma por homens que já não vivem a vida natural, mas a de Cristo, é de se esperar que Cristo seja o árbitro de suas decisões e interesses.
Aqui se chega ao ponto crucial da nossa realidade: o verdadeiro comportamento cristão não deve buscar o interesse individual, mas o comum a todos, desde que dirigido pelos princípios do evangelho de Cristo.
Ora, o consenso não implica falta de hierarquia; caso implicasse, a Bíblia não teria instrução sobre o assunto. Mas tem! Basta lermos Efésios, 4.11-13 e Hebreus, 13.17. Como, pois, conciliar hierarquia e unanimidade, ou consenso? A resposta é bíblica: “Cuide cada um não só dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros” (Filipenses, 2.4).
A Bíblia não manda desprezar o interesse pessoal; ela ensina que não se deve cuidar somente do interesse próprio. As decisões na igreja primitiva eram tomadas após oração, porque o Espírito Santo era o árbitro em todas as coisas (Atos 6.3-6).
Finalizando, é conveniente chamar os crentes de todas as igrejas cristãs evangélicas a que pautem a sua vida de modo a serem pessoas espirituais, pois o homem natural já está mortificado com Cristo.


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