Leituras: Nm. 14.1-10; 1Sm 15.23/Jr 29.32.
O livro de Números faz parte
do Pentateuco. Foi escrito por Moisés, em 1405 a.C aproximadamente. Esse livro
é uma extensão do Êxodo e relata as razões de Israel não ter entrado na terra
prometida logo após sair do Egito. Deus lhes deu um curso de quarenta anos pelo
deserto. Nessa jornada, inúmeras vezes os israelitas mostraram quão dura e
insensível é a natureza humana, a nossa natureza. Nós, muitas vezes, precisamos
de um longo curso no deserto, com várias reprovações e recuperações, a fim de
que Deus nos prepare para o seu serviço.
O VITIMISMO DE ISRAEL
Uma das características do
povo de Israel era o vitimismo. Depois de muitos anos sob o jugo egípcio, mesmo
protegidos e abençoados por Deus, eles se acostumaram à condição de oprimidos.
Vitimismo produz murmuração. “De que se
queixa o homem vivente? Queixe-se dos seus próprios pecados” (Lm 3.39).
Irmãos, o servo do Senhor não é vítima das dificuldades, nem dos infortúnios.
SEQUÊNCIA DE PECADOS LEVA À DERROTA
Já, no capítulo 11, a murmuração entre eles foi tal, que Deus consumiu a
fogo os que estavam lá no fundo do arraial alimentando a insatisfação. A
destruição não foi maior porque, à vista do perigo, o povo chamou Moisés para
orar e o fogo se apagou.
A lição não foi aprendida. O capítulo 12 relata-se uma rebelião de
Arão e de Miriam contra Moisés, por causa da inveja de sua autoridade e
liderança. Para justificar suas ações, criticaram-no por ele ter-se casado com
uma mulher gentia, uma etíope negra, da terra de Cuxe (vv.1-2). O resultado
dessa rebelião: Deus castigou a Miriam com lepra. Foi necessária a oração do
líder para a sua cura.
O capítulo 13 relata o envio de doze homens para espiar a terra
prometida. Que bênção! Afinal chegaram bem perto de Canaã! Quantas vezes
estamos bem perto da Canaã celestial e duvidamos da bênção. Esquecemo-nos de
que Deus não falha em suas promessas. Deus prometera a posse daquela terra a
Abraão, muitos anos antes (Gn 12.7). Dos doze homens, apenas dois trouxeram
boas notícias; os demais estavam com a alma de vítimas. Quanto do trabalho do
Senhor fica impedido de prosseguir por causa das “vítimas contumazes”, por
causa das “viúvas” de um passado já extinto! O mal contamina toda a
congregação.
Uma igreja contaminada pelo
desânimo extingue o Espírito Santo (1Ts 5.19). Uma igreja contaminada pelo
desânimo torna-se amargurada e nela nasce o pecado da rebeldia. A Bíblia diz
que o rebelde, o feiticeiro e o idólatra se equivalem, porque eles se desviam
estupidamente de Deus, e fazem o seu próprio querer. (1Sm 15.23).
O capítulo 14 mostra a situação de uma congregação contaminada pelo
vitimismo, pela revolta, pela desobediência, pela descrença na Palavra de Deus
e na autoridade da liderança. “Então,
levantou-se toda a congregação e alçaram a sua voz; e o povo chorou naquela
mesma noite” (14.1).
A congregação descrente só vê
a possibilidade de retornar à escravidão no Egito; age como se tivesse sido
enganada, traída, levada a um beco sem saída, porque ouve a voz de Satanás. Por
isso, levanta-se contra Deus e contra a liderança posta por Deus. Eis o que
pergunta o povo de Israel:
“E por que nos traz o Senhor a esta terra, para cairmos à espada e para
que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presas? Não seria melhor
voltarmos para o Egito?” (Nm 14.3).
Depois de uma pergunta tão
desastrada, partem para o pecado da rebelião: “E diziam uns aos outros: Levantemos um capitão e voltemos para o Egito”
(14.4).
Tão grande foi a rebelião que
o povo insano sugeriu que apedrejassem os líderes: Moisés, Arão, Josué e Calebe,
o que não aconteceu, porque a glória do Senhor apareceu na tenda da
congregação; mas não foi para bênção do povo. Deus os iria destruir ali mesmo,
se não fosse a súplica de Moisés (14.11.24). Qual a nossa condição como igreja?
Há entre nós vitimismo, desesperança, espírito rebelde ou somos como Josué e
Calebe?
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