quinta-feira, 29 de novembro de 2018

UM VENTO MUITO ESTRANHO NAS PREGAÇÕES



Dentro da Igreja Evangélica deste século - refiro-me, antes, à instituição terrena - há uma verdadeira Igreja de Cristo, a ekklesia, conforme a transliteração do grego. Essa é a Igreja que Jesus disse que edificaria (Mt 16.18), guardando-a das portas do inferno. É, indubitavelmente, essa Igreja dentro da igreja que está na mira do Inimigo, o qual não descansa em sua pérfida tarefa de atacá-la de modo violento ou sutil (1Pe 5.8). Aliás, a sutileza é uma de suas armas de maior eficácia.
No Éden, Satanás não atacou a Eva de modo rude, mas usou toda a malícia de sua sutileza, a fim de obter o seu mau intento. Ele não desiste dessa arma perigosa.
Na bagagem de suas sutilezas perversas nunca falta a mesma arma que usou contra Eva: a indução à autossuficiência, ao engodo da importância e da vaidade que o ser humano pode ver em si mesmo (Ef 4.17). Ele sussurra docemente ao incauto que Deus criou todas as coisas por causa da importância que dá ao ser humano. Quando Jesus foi tentado no deserto, após quarenta dias de jejum, o inimigo não veio com ferramentas pontiagudas para atacá-lo. Ele veio como quem se preocupa com as necessidades do aflito, mostrou-lhe como o Pai o ama e pode socorrê-lo na angústia; na tentativa de um golpe fatal, uma possibilidade de que Jesus se tornasse senhor deste mundo, ainda que o Mestre não tivesse qualquer interesse por isso (Lc 4.2-12). “E, acabando do diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo” (Lc 4.13 – grifo meu).
Grande parte de nossas igrejas estão, distraidamente, deixando-se envenenar por pregações sopradas pelos ventos diabólicos; são as chamadas pregações antropocêntricas. E não são apenas pregações, mas também muitas canções domingueiras são bafejadas pelo engano do diabo.
Muitos púlpitos estão dando lugar a doutrinas falsas, trazidas por “pregadores” que, por má intenção uns; porém, por total despreparo bíblico, outros; servem de canal aos interesses malignos. Esses interesses causam gravíssimos males à congregação.
Em quantos cultos se espalha a mentira de que “você é importante”; de que “Deus criou um Universo para você”; de que “você merece o melhor desta terra”! Raramente se ouve a pregação feita por João Batista, a do arrependimento para remissão dos pecados. Já não se alerta o povo para a necessidade da salvação em Cristo, para o destino da alma, o qual será, necessariamente, Céu ou Inferno!
Com isso, veem-se cultos sem compromisso com Deus. Não há confissão de pecados, não há busca de perdão do Senhor, não há reconhecimento da nossa miserabilidade. A misericórdia divina, hoje, é vista como “dever de Deus”. Tudo se baseia em afirmar que há promessa! Todavia, não há nenhuma promessa divina apartada do dever do homem para com Deus.
Deus não criou o Universo para mim, nem para você; ele o criou - também a mim e a você – para o louvor da sua própria glória (Ef 1.11-12; 14). O resto é bafejo satânico saído dos púlpitos!
Precisamos entender que o primeiro passo para “termos o poder de sermos feitos filhos de Deus” é crer no seu Filho unigênito (Jo 3.16). Aqui “crer” é reconhecer e aceitar o senhorio absoluto de Cristo, a fim de tê-lo como Salvador. Ele só é Salvador daqueles que o reconhecem como Senhor.
O segundo passo consiste em nos compreendermos como tendo sido absolutamente carentes do perdão e da misericórdia divina, os quais foram demonstrados lá na cruz, onde Cristo pagou a nossa dívida, não para termos a garantia de herdeiros dos bens deste mundo (Jo 16.33); mas para sermos herdeiros de uma glória eterna (1Pe 1.3-4).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Translate:

Pesquisar este blog

• Arguivo do blog