Jesus teve um ministério
curto: três anos; daí, o sentido de urgência que ele deu ao seu trabalho. Em
nenhuma ocasião se vê o Senhor gastando tempo em discussões fúteis, bem ao
gosto dos fariseus. Nesses encontros ele rapidamente os refutava e logo voltava
a atenção para a obra que viera realizar. A noção de urgência sempre fez parte
das tarefas do Mestre, por isso, Jesus não perdia tempo com discussões inócuas
nem se estendia em ataques a seus inimigos.
Para a Igreja, deixou apenas
uma ordem: “Portanto, ide, ensinai todas as nações... ensinando-as a guardar
todas as coisas que eu vos tenho mandado...” (Mt 28.19-20). Ora, quem ensina
não tem tempo para discutir, nem para atacar os opositores. Quem ensina não se
altera no discurso, porque tem a garantia de sua mensagem. Portanto, devemos
gastar nosso tempo com a instrução das pessoas, de forma gentil, segura,
inatacável, como quem “maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15).
Nossa gritaria para mostrar
oposição ao erro é tão desnecessária quanto o ato de empurrar um carro em
movimento na descida: serviço risível! A ansiedade pela correção, o zelo
açodado, não raro, faz-nos ter por modelo homens que foram excessivamente duros
em suas posições contra o erro. Tiago e João, certa vez, pediram a Jesus
autorização para pedir fogo do céu para consumir os opositores. Eles tinham
como modelo a prática de Elias, Jesus, porém, repreendeu-os perguntando se eles
não sabiam a melhor forma de agir (Lc 9.51-56).
Vivemos na pescaria de almas.
Nosso barco navega pelo mundo afora. Se formos discutir com quem não pesca segundo
o nosso modelo, perderemos tempo e almas, pois teremos desviado o foco do nosso
trabalho de pescadores de homens.
O erro deve ser refutado com
severidade, mas não devemos jogar pérolas aos porcos. Em lugar de esbofetear os
adversários (e eles, como os fariseus, amam as polêmicas), devemos usar os
recursos do Mestre: o ensino para que os homens guardem todas as coisas que Ele
nos mandou.
A plantação está, sim,
infestada de joio, todavia, só há joio entre o trigal, porque dormiram os
homens que semearam o trigo; agora, porém, não somos nós quem o arrancará, sob
pena de também destruir o que é trigo (Mt 13.24-30). Pensemos.
Ev. Izaldil Tavares de Castro.
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