sábado, 15 de agosto de 2015

DEUS É MAGNÂNIMO E JUSTO


Magnanimidade é o modo como age aquele que é magnânimo. A magnanimidade é a forma plenamente altruísta, por meio da qual alguém se dispõe em relação a outrem.

Trata-se do mais alto grau de generosidade, de clemência, de amor, de liberalidade, sem qualquer intenção de proveito pessoal. Deus é magnânimo para com a humanidade; pois, a todos dá as mesmas oportunidades e sobre todos – bons ou maus – deixa cair as mesmas bênçãos.

Muitas pessoas são bondosas, não negam a sua generosidade para com o próximo; todavia, o caráter humano não chega a atingir grau de magnanimidade, porque só Deus é magnânimo.

A mais preciosa demonstração dessa tão imensa generosidade divina revela-se em que “... Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João, 3.16). Ainda que a humanidade tenha-se desviado de Deus, opondo-se acintosamente à sua soberania, Deus demonstra imensa compaixão por esse mundo que lhe dá as costas.

Todas as coisas que percebemos fazem parte da magnanimidade divina: a vida, o sol, a chuva, a frutescência, são exemplos indiscutíveis da enorme bondade de Deus para com os homens bons e maus. O anoitecer ou o amanhecer, a chuva ou o sol não são reservados a seres humanos “especiais”; mas, a todo e qualquer ser humano.

Claro é que existem, sim, bênçãos especiais, porque existem pessoas que honram a Deus e a sua Palavra, reconhecendo-lhe todo o poder e a mais inquestionável autoridade e senhorio. Pessoas há que compreendem sua absoluta carência de Deus, quer na vida material, quer na vida espiritual. São esses os que alcançam mais da misericórdia e da atenção divina.  Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmo 51.17).

Quando a nação de Israel sofria sob o jugo egípcio, clamou a Deus por libertação, e Deus a ouviu: levantou, pois, a Moisés para socorrer aquela multidão escravizada. “E disse o Senhor: tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor, por causa dos seus exatores; porque conheci as suas dores. Portanto, desci para livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra...” (Êxodo, 3.7-8). A providência divina não se resumiu a retirar de lá os israelitas; supriu-os de tudo, no trajeto que fizeram no decurso de quarenta anos pelo deserto, conforme relata o livro do Êxodo.

A magnanimidade do Senhor faz-nos compreender que as preocupações que nos acometem devem ser rechaçadas, pois, certamente, ele nos socorrerá. Jesus ensinou: “Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento e o corpo mais do que o vestuário?” (Mateus, 6.25).

O orgulho incrustado no coração humano é que o faz ignorar a especial providência divina, arrogando para si as conquistas na vida. O orgulho do homem ofende a Deus. “Clamam, porém ele não responde, por causa da arrogância dos maus. Certo é que Deus não ouvirá a maldade, nem atentará para ela o Todo-Poderoso” (Jó, 35.12).

A ausência da resposta divina, causada pela arrogância dos homens, não deslustra a magnanimidade do Senhor, antes, revela uma magnanimidade baseada na Justiça. Deus é magnânimo e justo. “Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo a benignidade de Deus, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira, também tu serás cortado” (Romanos, 11.22).

Assim, reconhecer o caráter magnânimo de Deus é também andar em conformidade com a sua justiça. A recusa dessa premissa implica receber tão-somente a bênção de usufruir aquilo que Deus dispôs para todo homem: um período de vida terrena, o sol, a chuva, os frutos, a capacidade material. Todavia, essa é uma bênção dada por misericórdia; trata-se da bênção dada a um Adão pecaminoso: viver à custa do suor do rosto e da obrigação de separar da plantação os espinheiros. “E, a Adão, disse: Porquanto deste ouvidos à voz da tua mulher e comeste da árvore que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela, todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes a terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gênesis, 3.17-19). A magnanimidade de Deus não anula a sua perfeita justiça.

Ev. Izaldil Tavares de Castro.

 

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