Em geral, a queixa que apresentam é a falta
de apoio da administração à qual estavam filiados. Ora, se ao obreiro foi
entregue um trabalho e ele o levou por muitos anos, deveria ter – caso fosse
competente – condições para permanecer fiel aos princípios que adotara.
Primeiro há que semear; colheita vem depois e, quase sempre, demora.
A denominação evangélica Assembleia de Deus,
no Brasil, arca com o grave desgaste em seu nome original, por causa de muitas “assembleias”,
frutos de divisão. Parece que isso não tem fim, já que ela mantém em seu seio
(e sem saber) homens insubmissos, alguns invejosos e avessos à hierarquia e à
disciplina. Não vou trazer as referências, mas as cartas paulinas e outras,
como Hebreus - e a própria história da igreja - mostram essa existência
perniciosa.
As entidades corporativas seculares também
sofrem golpes de maus colaboradores, porque se trata de gente mal intencionada
que decide partir para a concorrência comercial. Mas, como se explicará isso na
obra evangélica? Só há uma explicação: atitude de rebelião: esse mal que a
Bíblia equipara ao pecado de feitiçaria. Para a Palavra de Deus, o rebelde é um
feiticeiro.
A rebelião - o ato rebelde - não precisa ser
agressiva, com reuniões rudes e desacertos estrondosos. Os rebeldes mais espertos
afastam-se sorridentes, sorrateiros estendendo a mão de cumprimento; entretanto,
em seu coração está o espírito de “racha”. Este tipo de “rachador de igreja” é
sempre um homem altivo, dono da verdade, irreconciliável, escondido numa capa
de submissão durante o tempo em que engendra o golpe.
Também não são poucos os casos de obreiros
que, desde a infância, estiveram ligados a ministérios que lhes deram toda
sorte de apoio, ensinou-os, instruiu-os, experimentou-os nos trabalhos, abriu-lhes
as portas e o coração, para que, ao fim, os soberbos lhes virem as costas, na
expectativa de que sejam capazes da autonomia. Neste caso, é evidente que o que
chamam de autonomia é desrespeito, irreverência, incapacidade de diálogo e de
submissão.
O fato de que alguns desses trabalhos, frutos
de ações equiparáveis à do filho perdulário (veja-se Lucas, 15.11-32) podem até
crescer em número e extensão, mas sempre serão “capengas” em qualidade, além de
que o seu condutor terá contas a acertar no grande Dia.
Não há atitude oposta às Escrituras que passe
despercebida pelo Senhor; exceto se houver, o arrependimento sincero e o
retorno à casa paterna, ainda que na condição de “jornaleiro”.
Ev. Izaldil Tavares de Castro.
Excelente comentário e tema. Há poucas exceções daqueles que iniciam um trabalho sem se aproveitar das oportunidades dadas em confiança.
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