quarta-feira, 12 de agosto de 2015

CRENTES CANTANDO MENTIRAS!

Há mais de um século que a igreja pentecostal brasileira se destaca pelo amor ao cântico de hinos. Não há reunião - nos templos ou nas residências - em que não se entoem os hinos da Harpa Cristã. A versão atual desse hinário traz 636 hinos, fora o anexo dos hinos pátrios.
Trata-se de uma coletânea de canções plenas de espírito cristão, com letras e músicas devotadas ao louvor e adoração ao Senhor, e muitas outras que declaram a entrega total a uma vida santificada ou a serviço do evangelho.
Caso se examine um levantamento das características daqueles hinos, separando as letras por conteúdo, isto é, observar aquelas que expressam adoração e louvor a Deus, em relação às que expressam a intenção pessoal de entrega ao trabalho cristão ou à santificação da própria vida; sem dúvida, vai-se chegar à conclusão de que se canta muito falsamente, até sem pretender.
Quantas pessoas entoam hinos tais como os de número 185: “Vem, tu, ó Rei dos reis”; 124: “Adorai o Rei do universo”, 454: “Glorioso é o Cordeiro”, sem que, realmente, estejam conscientes do seu ato de adoração e louvor? Ora, um ato de adoração inconsciente, despreparado é um ato mentiroso. É oferta estranha e perigosa. Indubitavelmente, o Senhor Deus não a recebe. Não é sem razão que o apóstolo Paulo fala em culto racional.
Que dizer a respeito de a igreja entoar o hino 5, que diz: “Espírito, alma e corpo oferto a Ti, Senhor!” e nada acontecer? Nem um pouco de consciência daquilo que se canta? Nem lágrimas rolam das faces? É oferta mentirosa. Que perigo corremos diante da Santidade de Deus!
Que se dirá daqueles hinos cuja letra expressa o vivo interesse pelo trabalho cristão: 215, que diz: “Eu quero trabalhar para o meu Senhor”? Cantar canta-se; mas, trabalhar! Há, ainda, hinos que denotam a absoluta e irrevogável decisão de ir até mesmo à morte. Diz o hino 126: “... Quem quiser de Deus ter a coroa, passará por mais tribulações”. O 515 diz: “Se Cristo comigo vai, eu irei!” Existe, mesmo, essa disposição ou mentimos?
Enfim, o que acontece, é que muitas letras expressam uma decisão particular, pessoal do poeta. Ele é quem diz querer trabalhar para o Senhor; ele é que diz ofertar a Deus o espírito, a alma e o corpo. Dessa forma, só me cabe acompanhá-lo na decisão, se essa for igualmente verdadeira. Senão, faço-me mentiroso.
A desventura da desatenção cristã não ocorre somente nos cânticos; há inúmeras passagens das Escrituras Sagradas deturpadas, mal empregadas, usadas mentirosamente, por causa do desleixo na compreensão do contexto.
Cabe às lideranças o cuidado na escolha dos hinos oficiais que a congregação e o conjunto coral entoarão na liturgia de determinado culto. A ordem paulina de que haja ordem e decência também envolve esse aspecto.
Ev. Izaldil Tavares de Castro.

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