Um dos graves problemas, que, a cada dia, afeta a nossa sociedade são as estacas delimitadoras, às quais chamamos “parâmetros”. A finitude mantém-nos irremediavelmente presos às limitações, das quais sempre procuramos escapar.
Lutamos por sair do ponto chamado limitação - o que é muito bom - para outro ponto chamado liberdade - o que pode ser muito ruim, se mal interpretado.
Esse trajeto, da limitação à liberdade, faz-nos romper os parâmetros, mas ess...es são algemas, das quais ninguém escapa impunemente. Os parâmetros delimitadores da ação humana podem – e devem - ser estendidos, por força das ferramentas chamadas bom-senso e equilíbrio. Entretanto, parâmetros são paredes que nunca podem ser demolidas. O relacionamento entre as pessoas impõe parâmetros, mesmo entre as mais íntimas.
Jovens se perdem quando derrubam essas paredes, a sociedade se destrói pelo mesmo motivo, os clãs, as riquezas éticas, sociais, históricas e até as científicas terminam na vala comum de uma sociedade sem parâmetros.
Em nosso tempo, as mídias sociais abriram todos os espaços, para todo tipo de manifestação justa ou injusta, coerente ou incoerente, sábia ou tola. O que importa é expressar-se. Está em voga a defesa da liberdade de expressão, entre outras liberdades (?). Mas a liberdade de expressão não pode expressar-se bem, se não tiver nascedouro no pensamento lógico, coerente, trabalhado, amadurecido. Então, o que se vê nem sempre é a representação de uma “expressão”, mas um amontoado de bobagens incoerentes, um chorrilho.
Creio que o Brasil “atingiu” um apreciável degrau em tecnologia – ou foi posto nele, por força das circunstâncias internacionais - mas há um problema: não preparou a maioria dos brasileiros para o bom uso de toda essa maravilha. Não foi a Pátria Educadora que hoje divulga. E, se divulga essa intenção, claro que o faz com grande atraso, pois funciona como quem compra um moderno avião, para bem depois aprender pilotagem. De que vale uma alta tecnologia sem pessoas preparadas para utilizá-las?
Fala-se em milhões de analfabetos funcionais pelo país afora: não se contam entre esses os analfabetos! Os analfabetos funcionais estão nas empresas, nas universidades, nas mídias sociais, nas igrejas etc.
Rompemos os parâmetros, derrubamos a parede da limitação (não ampliamos o espaço em que ela se situava). Agora, desenfreados, vivemos à solta, sem limites éticos, morais, hierárquicos, religiosos; sem senso das nossas inequívocas limitações intelectuais. Somos livres, tudo sabemos, tudo conhecemos, opinamos sobre tudo! Não há limites!
Infelizmente, como diz o vulgo, “É nóis”! E isso é mais perigoso do que possa parecer.
Izaldil Tavares de Castro.
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