domingo, 22 de março de 2015

UMA IGREJA APARENTEMENTE BONITA


 Leitura: 1Co 1.1-9.

 

INTRODUÇÃO.

Vamos meditar sobre uma bela igreja: composta por crentes bem de vida, instruídos no conhecimento secular e persistentes na vida cristã, crentes cheios de dons e de fé. Trata-se de uma igreja tal como tantas que encontramos hoje, espalhadas em nosso país. Uma igreja que deixou de congregar pobres e humildes, porque eles ascenderam socialmente, como ocorreu com as igrejas brasileiras. A igreja de Corinto!

No texto lido, Paulo denota algumas preocupações quando escreve à igreja que estava em Corinto. Logo na introdução da carta, faz supor que os crentes de Corinto julgavam-se à parte de outras igrejas, talvez mais aquinhoados, mais enriquecidos, mais orgulhosos de sua condição. Por isso, o apóstolo lembra que eles foram “chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome do nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”.

A Igreja do Senhor não se resume a um local, a uma assembleia, a um grupo: ela é Universal. É a Igreja militante; não tem placa denominacional, tem chamada para ser santa!

Por causa dessa chamada, Deus a mantém segura e firme. “... e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus, 16.18). Jesus não a chamou de igreja tal ou qual; ele a chamou de “minha igreja”!

 

1. Sobrevivência pela graça. O Senhor deu graça à igreja que estava em Corinto, enriqueceu-a em tudo: palavra, conhecimento, fé. “Porque em tudo fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo conhecimento; assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado entre vós, de maneira que nenhum dom vos falta; aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual também vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo”. Outra tradução diz: ”Ele os manterá até o fim, de modo que vocês serão irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo. (grifo meu)

A Igreja ainda não é irrepreensível, ainda tem falhas; mesmo que não lhe faltem os dons. É a graça divina que a sustenta no trajeto que a leva ao aperfeiçoamento necessário até o Dia do Senhor Jesus Cristo.

Deus é fiel na manutenção da caminhada da Igreja como foi para com Israel em caminho da terra prometida, pelo deserto inóspito. O povo israelita não alcançou a terra prometida por meios próprios, por suas estratégias jamais conseguiriam tal êxito. A sua vitória proveio da fidelidade de Deus. Êxodo 13. 21-22 fala da coluna de nuvem, durante o dia; e da coluna de fogo, durante a noite.

2. Coluna de nuvem: por causa da coluna de nuvem em que estava envolvido, o povo não era atraído pelas circunstâncias agradáveis aos olhos ou mesmo assustadoras. Eles tinham um caminho a seguir, uma rota determinada por Deus. A Igreja tem uma “coluna de nuvem” que a protege do mal, que a protege da visão mundana e que assinala o caminho a seguir. Essa coluna de nuvem é a Palavra de Deus! Quando a Igreja não se desvia dela, está segura na rota.

3. Coluna de fogo: por causa da coluna de fogo, Israel tinha iluminação e calor nas noites geladas do deserto. A coluna de fogo servia para iluminar e para aquecer. Iluminado, o povo não perde o rumo, tem conhecimento do que deve fazer, conhece o caminho. Jesus disse: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32). A coluna de fogo serve para aquecer. Ora, só se aquece o que tem tendência para esfriar. O aquecimento serve para manter a temperatura desejada.

A coluna de fogo da Igreja é o Espírito Santo. Ele mantém aquecida a Igreja. Por isso, Paulo aconselha: “Não apagueis o Espírito” (1Tessalonicenses, 5.19).

O Espírito Santo aquece, consola e dá visão à Igreja!

4. O perigo do desvio. Quando uma igreja se vê rica em dons, plena de conhecimento de si mesma, esquece a coluna de nuvem e termina por desviar-se, atraída pelas circunstâncias. Envolve-se com o derredor, mistura-se com o mundanismo e age mal. A partir do versículo 10, Paulo apresenta uma igreja que saiu da coluna de nuvem. Por isso o apóstolo lembra as origens dela:

“Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação, visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para envergonhar os sábios...” (vv 26-29) Vejam: quem era Israel diante das nações? Um bando de escravos analfabetos, causando espanto aos grandes do Egito e adjacências! Paulo exorta aquela igreja a rever seus conceitos, a corrigir seu trajeto rumo à perfeição. Leiam o capítulo 3.

5. O perigo de perder o brilho celestial. Quando uma igreja que é rica em dons (boa pregação, bons cantores, boas condições sociais) esquece a coluna de fogo, esfria, perde o vigor, empana o brilho. Ela deixa de ser a “luz do mundo” como se refere Jesus em Mateus, 5. 14-16. Iguala-se às circunstâncias que a cercam, mistura-se.

Perdido o contato com a coluna de fogo, perde o caminho, fica cega. Ap. 3. 15-17.

Conclusão:

A Igreja de Corinto espelha a igreja de nossos dias. Vivemos numa igreja rica em dons, rica em bens materiais, em bens intelectuais (quantos doutores, mestres, exegetas, ensinadores, ministradores, cantores). Tudo isso é bênção provinda da fidelidade divina; provém do Senhor que preserva a sua Igreja! Mas quantos desvios!

Cabe a cada um dos santificados, “chamados para serem santos juntamente com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” fazer o que a Palavra de Deus aconselha:

“Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres; vestiduras brancas para te vestires; a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te” (Apocalipse 3. 18-19).

 

 

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