Izaldil Tavares de Castro
“Havendo,
pois, o Senhor Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, trouxe-os a Adão, para ver como este
lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu
nome” (Gn 2.19).
Introdução.
Deus criou o homem
como um ser capaz, superior. Para isso, deu-lhe poder e autonomia para as
decisões. Depois, veio para ver como sua criatura agia. O texto de Gênesis 1 mostra
a expressão do contentamento divino com a sua obra: Deus viu que isso era bom. Essa
expressão de alegria se repete cinco vezes, e, na sexta vez, se reforça: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era
muito bom” (Gn 1). Como um pai orgulhoso de seu filho, Deus visitou o homem,
para ver como ele decidiria a vida em seu mundo. Deus sempre quer saber como
nós agimos. Todo pai tem prazer nas boas ações dos filhos; mas nem sempre isso
acontece.
Algum tempo depois,
Adão pecou, porque se achou capacitado para contrariar a decisão do Pai
Celeste. Caim pecou, porque não deu ouvidos ao aviso: “Então lhe disse o Senhor: Por que andas irado”? E por que descaiu o teu
semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? “Se, todavia,
procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas
a ti cumpre dominá-lo” (Gn 4.6-7). Devemos pensar em como fica o coração de
um pai cujo filho desonra a liberdade que lhe é dada (Gn 6).
Assim, geração após
geração o homem vem desgostando ao Criador e afundando numa vida de
desobediência e pecado. Examinando a vida de muitos reis de Israel, encontramos
tristes observações: “... e fez o que era
mau aos olhos do Senhor.” (2Cr 12.14; 20.32; 21.6;22.4). Embora, também haja
os que fizeram o que era agradável a Deus (2Cr 14.2; 24.2; 25.2; 26.4).
1. Deus nos chamou para uma vida de obediência.
Desde o princípio, a
obediência do homem foi a exigência inegociável de Deus. A Adão o Senhor deu
uma ordem: “não comerás da árvore”. (Gn
2.16). Deus ordenou a Noé a feitura da arca. “Assim fez Noé, conforme a tudo o que Deus lhe ordenara.” (Gn 6.22).
Quando falou a Abrão, exigiu: “Eu sou o
Deus Todo-Poderoso, anda na minha presença e sê perfeito”. (Gn 17.1). De Josué
exigiu obediência àquilo que aprendera com Moisés. (Js 1.7-9). Jesus, que foi
obediente por excelência, quando orou ao Pai, pediu que o cálice amargo da
morte na cruz fosse afastado dele, mas concluiu: “Todavia não seja como eu quero, mas como tu queres”. (Mt 26.39). O
apóstolo Paulo orou para ser libertado de um problema, mas satisfez-se com a
resposta do Senhor: “A minha graça te
basta” (2Co 2:.9).
Qual tem sido a nossa
posição diante do Senhor? Temos procurado obedecer a ele? Ora, se há dúvida
quanto a isso, basta que exponhamos a nossa vida diante da Palavra de Deus.
Assim como para Israel havia as leis, que apontavam para o caminho da obediência
a Deus; a Bíblia é o padrão para o nosso comportamento como cidadãos neste
mundo, (Mt 8.9; Rm 13.1; Tt 3.1) como componentes da sociedade familiar. (Ef 5.25;
6.4; 6.1) A Bíblia padroniza nosso preparo intelectual, (Pv 1.7; 9.10) é a bússola
que norteia a vida de comunhão com Deus e com a Igreja de Cristo. (Jo 17.17).
2. Confiantes
na misericórdia
A Bíblia aponta inúmeras
vezes para a bondade de Deus. É agradável ler trechos em que o Senhor mostra a
sua misericórdia para com a humanidade. Quantas vezes a nação de Israel foi
vitoriosa, por causa da misericórdia do Senhor! O profeta Jonas foi mais duro
do que Deus com os ninivitas: Deus atentou para o arrependimento daquele povo e
retirou deles o castigo proposto. Pedro, avisado, traiu a Jesus, e recebeu
perdão.
Muitas pessoas, tendo
os trechos mencionados como pretexto, vivem usurpando a misericórdia; isto é,
assumem, enganando-se a si mesmos, serem pecadores por natureza; mas
“confiantes” em que Deus ,
por ser longânimo, os sustentará.
Esses tais não se
enganem! Estão no caminho dos pecadores, porque insistem na desobediência. Seus
atos, ainda que ocultos, não passam despercebidos aos olhos do Senhor. Essas
pessoas se tornam lobos vestidos de ovelhas. A seu tempo Deus tomará
providência. Ananias e Safira passavam, na igreja, por bons crentes, mas seu
coração não era reto.
3. Lembrando
a severidade de Deus.
O apóstolo Paulo
esclarece de modo límpido a atuação de Deus, quando escreve aos romanos: “Considerai, pois, a bondade e a severidade
de Deus: para com os que caíram; severidade; mas, para contigo, a bondade de
Deus, se nela permaneceres; doutra sorte, também tu serás cortado”. (Rm 11.22).
A continuidade perversa no caminho da desobediência terá como resultado a
condenação eterna.
Saul, assim como anteriormente
Caim, desobedeceu deliberadamente às determinações do Senhor e colheu o fruto
de sua vida de transgressão. Sodoma e Gomorra pagaram com a vida o estado
insistente de moral deplorável em que estavam. Ananias e Safira arcaram com as
conseqüências de uma decisão mentirosa ao Espírito Santo. Será que poderemos
esperar algo diferente se permanecermos numa vida de desobediência ao que
instrui a Palavra de Deus? Poderemos escapar, tendo em mãos a Bíblia Sagrada e
perto de nós aqueles que, como profetas sob inspiração de Deus, trazem a
orientação do Senhor? De modo nenhum!
O Senhor Jesus veio a
este mundo para resgatar e salvar a todos os que a ele vierem; A Palavra de
Deus nos diz: “Porque Deus enviou o seu
Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo
por ele”. E ele mesmo convida: “Vinde
a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei”.
Não há razão para que a humanidade não se arrependa dos seus erros, à exceção
de um coração empedernido. A conversão — ato de retorno — é a decisão mais
inteligente para todos os moradores da Terra. Não há dificuldade para os que
buscarem a graça salvadora que há no Filho de Deus.
Conclusão.
A Palavra de Deus
conclama hoje: “Ora, não levou Deus em
conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em
toda parte, se arrependam; porquanto,
estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um
varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os
mortos”. (At 17.31).
A quem Deus destinou
e acreditou diante de todos e que há de julgar o mundo com justiça? A Jesus
Cristo. Hoje ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo; mas, amanhã,
virá como o Justo Juiz, que há de julgar os vivos e os mortos. (I Pe 4.5).
Irmãos, aproveitemos
este tempo da graça e examinemos os nossos corações, pedindo ao Senhor que nos
torne sinceros e íntegros na sua presença, pois ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados. (1Jo 1.8-9) Amém.
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