“E, depois, chegaram também as outras
virgens, dizendo: Senhor, senhor, abre-nos a porta! E ele respondendo, disse:
Em verdade vos digo que vos não conheço”. (Mt 25.11).
É amplamente conhecida a passagem
bíblica, em que Jesus
relata a parábola das dez virgens. Cinco viviam ativas, preparadas para o
evento anunciado; entretanto as demais, ainda que tivessem assumido o
compromisso, foram, de pouco em pouco, caindo na indolência.
Indolência é o estado em que alguém se
torna inativo, insensível, desligado relativamente a uma situação, compromisso
ou dever. O indolente é também um preguiçoso: indivíduo que não se dispõe à
atividade ou ao preparo para um evento.
A indolência é sorrateira e nem sempre
é adotada por escolha consciente de sua vítima. É como a peçonha que,
inoculada, vai, aos poucos, tornando inerte a sua presa. O indolente desvia-se,
aos poucos, do objetivo proposto.
Jesus contou essa parábola, a fim de
advertir seus ouvintes quanto aos perigos de tal atitude desastrosa. Não basta
estar alguém na lista dos aprovados; é necessário estar atento. Não é raro
ouvirem-se histórias de indivíduos que lutaram com o objetivo de alcançar uma
vaga em atividade profissional ou em uma universidade, mas “perderam” a data da
inscrição para a prova. De que lhes serviu o esforço inicial?
A Igreja de Cristo congrega os
candidatos ao Reino dos Céus. Não chegamos lá, estamos na expectativa da
chamada. Muitos, porém, perderão a oportunidade, por causa da indolência. Eles
formarão, infelizmente, o grupo das “virgens indolentes”.
Está claro que o objetivo da parábola
é mostrar as duas classes de “candidatos às bodas do Cordeiro”: uma parte
ficará fora da grande festa. Porém, cabe, aqui, uma reflexão. Todos os que
aguardam as Bodas do Cordeiro são pessoas de mente e coração sadio; não há
nessa classe quem deseje o mal alheio, pois todos têm o coração e a mente de
Cristo, e Deus não quer que ninguém se perca, mas que todos se arrependam. (Ez
33.11). Que reflexão cabe aqui?
O papel da Igreja em nosso tempo é
alertar para o evento mais esperado pelo povo de Deus: a vinda do Noivo. Muitas
vezes ficamos preocupados em buscar os incrédulos, conquistando-os para o
Reino. Que bom! Cumprimos a ordem de Jesus. Por outro lado, parece que pouco
tem sido feito com relação à qualidade do rebanho. Sem querer, adota-se o
raciocínio falacioso de que “uma vez salvo, salvo para sempre”. A Bíblia e a
experiência mostram que essa não é a realidade: pode-se perder a salvação.
O evangelho tem sido bastante
anunciado (com boa intenção ou não). As sociedades mais desenvolvidas não
desconhecem a Palavra da cruz. Há igrejas e templos para cada gosto; há
reuniões e pregações destinadas aos mais diferentes grupos. Todos conhecem o
evangelho.
Agora, a parte crucial: qual a
situação das “virgens” congregadas nos auditórios? Quais as indolentes? Jesus
marcou um percentual bem alto: 50%!
No passado, Deus levantou profetas que
viviam a alertar as “virgens” daqueles tempos. E hoje? Onde estão as atalaias?
Onde estão os que mantêm altissonante o clarim do despertamento?
Meditemos no assunto. Não basta
constatar-se que há “virgens imprudentes”. É necessário chamá-las à atenção,
com a veemência dos profetas de outrora (Ez 33.12-16). Quem sabe poderão
salvar-se. (Tg 5.19-20; 1Co 9.22). Vale a pena meditar nesse aspecto. Que Deus
nos ajude a salvar muitos crentes desse mal tão assolador, chamado indolência.
Há um hino que diz: “Despertemos, já é
dia! Trabalhemos com vigor...” A indolência não pode ter espaço entre o povo de
Deus. Cuidemos, porque ela é um mal despercebido.
No Jardim, enquanto o Senhor Jesus
orava e sofria, os discípulos permaneciam sonolentos. Se o Mestre não os
despertasse, talvez perdessem grande bênção. Quando estamos sonolentos, o
traidor se aproxima. É necessário que o Senhor nos mova do lugar (Mt 26.36-46).
Que nossas pregações tenham como foco
o despertamento dos fiéis, que sejamos atalaias anunciando a vindoura chamada
para as Bodas do Cordeiro.
Isso não quer dizer que as pessoas
deixem de viver naturalmente. Estamos no mundo, ainda que não pertençamos a
ele. Aqui vivemos, trabalhamos, negociamos, temos preocupações, férias,
divertimentos; mas, estamos na expectativa da repentina chamada, que não nos
surpreenderá em indolência.
Ev. Izaldil Tavares de Castro
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