“Se te mostrares
frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena.” (Pv 24.10).
Os percalços
constituem um dos problemas mais perturbadores dos nossos objetivos. Quando nos
dispomos a executar planos, imaginamos — ingenuamente — que cada passo será
dado em solo plano fértil e firme; pois, afinal, elaboramos nossas estratégias,
as quais são tidas como as mais bem selecionadas. Normalmente, não se põem nas
“cartas de intenções” estratégias que não prevejam sucesso. Aí é que reside a
ingenuidade.
Estratégias
não podem significar caminho infalível de sucesso; ao contrário, elas devem
representar a prudência necessária para o enfrentamento das previsíveis
dificuldades. Todo empreendedor absolutamente confiante nos planos que elaborou
à risca verá, em pouco tempo, que seu planejamento ficou vulnerável em algum
ponto. Por isso, a boa estratégia é a que prevê o enfrentamento das situações
adversas.
A Bíblia
recomenda, em Mateus, 10.16, que os servos de Deus sejam simples como as
pombas, e prudentes como as serpentes. A lição de Jesus não se limita ao
relacionamento com o mundo; estende-se a toda situação que possa ser adversa
aos nossos planos.
As pombas são
aves que aparentam enorme simplicidade, tanto em seu aspecto físico quanto em
seus movimentos aparentemente assustados. Tais aves, entretanto, têm uma
aguçada noção de direção, além de desenvolvido senso de situações perigosas. As
pombas são capazes de buscar alimentos em espaços bem perigosos, como, por
exemplo, às margens das mais movimentadas rodovias, sem serem inevitavelmente
atropeladas: elas alçam vôo tão logo percebam o perigo. Sua simplicidade não é
ingênua.
As serpentes,
em sua prudência, não se expõem ao perigo; mantêm-se em situação camuflada para
que não sejam vítimas de seus predadores.
Nosso Mestre,
o Senhor Jesus, algumas vezes decidiu sair do meio da multidão. No Evangelho de
Lucas, 5.16, registra-se que ele se retirava para o deserto e ali orava, quando
a multidão o assediava excessivamente. Quando seus inimigos procuraram meio de
matá-lo, Jesus retirou-se com os seus discípulos para o mar (Mc 3.7; Lc 6.12).
As atitudes de Jesus mostram que estratégias marcam decisões que preveem
dificuldades, e não planos que acenem com a facilidade do sucesso.
A vida de
Moisés foi salva, porque sua mãe, estrategicamente, colocou-o em um cesto, no
leito do rio Nilo (Êx 2.3). O apóstolo Paulo vendo-se agredido, certo de que
seria morto, desceu num cesto, pelo muro da cidade (2Co 11.33). A Bíblia não
ensina que estratégias são a garantia de sucesso daquilo que pretendemos; são,
sim, as armas com que se enfrentam as dificuldades.
Diante
de crises que nos ataquem, devemos buscar a graça de Deus, em oração (1Ts 5.17),
devemos nos socorrer da Sabedoria que vem do alto (Pv 1.7; Tg 1.5) e da
fortaleza que nos concede o Espírito Santo (Ef 6.10), a fim de que as
enfrentemos, na certeza de que não lutamos contra a carne e o sangue (vontade
de outrem), mas contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais
(Ef 6.12).
Dessa
forma, nas adversidades, não devemos nos mostrar abatidos. Devemos buscar em
Deus a fortaleza necessária para não submergir. Nossa felicidade não se
manifesta apenas nos momentos de paz e segurança; ela deve estar também,
inabalável e confiante quando vier o desconforto, a fim de que possamos dizer
como o apóstolo Paulo: “Tudo posso naquele que me fortalece.” Posso viver na
fartura; posso passar por dificuldades, porque sei em quem eu creio.
Izaldil
Tavares de Castro.
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