Os Estados Unidos da América não deixam de impor a sua prepotência e arrogância no trato político com o mundo. Podem ter lá as suas razões, até calcadas na sua origem despótica, quando tudo se resolvia na posse agressiva e eliminação dos oponentes. Um adulto age de acordo com os princípios adquiridos na infância. Parece que as nações também. Todavia, aquele país já deveria ter alcançado maturidade para rever suas posições. Fica claro que sou contrário ao sistema de espionagem americano sobre outros países.
Entretanto, no caso do Brasil, entendo que a desastrada atitude americana atentou contra a nação brasileira, e não contra indivíduos - exerçam eles o cargo que exercerem. A ofensa individual nunca é maior do que a ofensa à soberania da nação. Logo, recrimino alguns episódios que vieram a público.
Primeiramente, por ser tratar de uma questão de Estado, a divulgação não deveria se dar como se faz com qualquer acontecimento banal de periferia. A imprensa, sendo responsável, deveria manter certa reserva e estilo na divulgação da notícia. Aqui todos os assuntos passam por banho em sensacionalismo antes de irem ao público.
Em segundo lugar, o esperneamento da Senhora Dilma Rousseff, mostrando-se indignada com a "ofensa pessoal", gerou comentários próprios de grupos sociais menos favorecidos pela educação: "Ela está irritada!".
Ora, a ofensa recai sobre a nação, sobre a entidade Presidência da República, não sobre a presidente. Se fosse tão particular o evento, pouco significaria. Portanto, a irritação por ser atingida pessoalmente é, para mim, de menor importância. O Brasil político precisa crescer, tornar-se adulto, para deixar de tratar assuntos com o odiozinho banal dos inergúmenos. Não vai longe o tempo em que já se ouviu um presidente da República dizer à imprensa que ela não gostava dele. Coisinha de garoto escolar. Não vai longe o tempo em que um Ministro (com M), Eduardo Portela, declarou em alto e bom som: "Não sou ministro; estou ministro".
Pouco se me dá a irritação da Senhora Dilma, voltada para sua própria indignação. Ela também pode ficar indignada com o preço que lhe cobram por um serviço mal feito; e daí? Isso é de natureza pessoal.
O que me incomoda é a falta de pulso para tratar uma questão com a solenidade que ela merece. O país é importante; não é cortiço, não é fundo de quintal, tem brios; logo, carece de estadista.
Se a ofensa, como já expressei, atingisse a uma pessoa, independentemente da função que exerça, o perigo seria pequeno. Esse, porém, não atinge a pessoa da Senhora Dilma Rousseff em si, mas atinge a uma nação que ainda se preza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário