Talvez a maior preocupação do ser humano seja a busca da felicidade inextinguível. Por alcançar apenas os chamados "momentos felizes", o homem sente-se frustrado e conclui que a felicidade procurada não existe. Quais os motivos dessa constatação? Trata-se de uma conclusão racional, ou de simples abandono da procura?
A decepção começa com uma concepção indevida e generalizada do que seja a felicidade. Existe um mal entre os homens: a aceitação inconteste de concepções generalizadas. Por exemplo, há absurdas concepções generalizadas do que seja democracia, do que seja amor, do que seja liberdade, do que seja felicidade. Não são poucos os que entendem "felicidade" como um estado de absoluta ausência do que represente "problema". Há felicidade quando nada os preocupa, quando têm tudo, absolutamente tudo, em seu favor; não há necessidade material alguma, objeção alguma, dor alguma, opositor algum.
Ora, a se considerarem válidas essas afirmações, conclui-se que não há felicidade perene; porque o homem vive suas inexoráveis frustrações, diante da vida que lhe apresenta circunstâncias adversas a cada momento.
Será cíclica a felicidade? Existirá ela apenas para o homem sentir que não a tem em sua plenitude? Será ela um castigo servido no copo de quem a sorve doce, porém amargoso no final? E, se não a tem, e a sente, onde a perdeu? Por que a perdeu?
Perdeu-a no Éden, por causa do pecado, quando resolveu ignorar a decisão divina a respeito da Humanidade. O episódio da perda da felicidade está registrado no livro do Gênesis, 3. 1-24.
Perdeu-a no Éden, por causa do pecado, quando resolveu ignorar a decisão divina a respeito da Humanidade. O episódio da perda da felicidade está registrado no livro do Gênesis, 3. 1-24.
Bem, entretanto, é possível saber-se que a felicidade perene existe. Para isso, é necessário assumir-se outro conceito. É imprescindível abandonar-se a ideia de felicidade como fruição de poderio. A felicidade não está na ausência dos problemas. O apóstolo Paulo, numa de suas Cartas, dá uma bela lição sobre o que é "ser feliz".
Agradecendo o apoio dos cristãos, em Filipos, por ocasião de suas necessidades, o apóstolo expressa: "Alegrei-me sobremaneira, no Senhor, porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado (...) Digo isso, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. (grifo meu) Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece." (grifos meus). Carta aos Filipenses, 4. 10-13.
Como se vê, o sábio apóstolo cristão entende que não se pode misturar a noção de felicidade (aprendi a viver contente...) com a noção de euforia por situações físicas ou psíquicas. Onde, pois, buscar a felicidade entendida por Paulo? Ele ensina: "tudo posso naquele que me fortalece".
Igualmente o salmista Davi aponta a origem de sua felicidade constante, apesar da paradoxal e eventual tristeza que às vezes lhe chega. "Ó Senhor dos Exércitos, feliz o homem que em ti confia." (Salmo, 84.12).
Há Quem fortalece o homem e concede-lhe a felicidade verdadeira e inabalável. Esse mantenedor da felicidade é Jesus Cristo, Aquele de quem o profeta Isaías citou o nome: "... e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." (Isaías, 9. 6). Em Mateus, 5, O próprio Mestre dá a listagem de que homens são bem-aventurados, isto é, completamente felizes. Incluamo-nos nela e teremos a felicidade que jamais fenece.
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