sábado, 20 de julho de 2013

O BRASIL É DO SENHOR JESUS?

Tenho ouvido amiúde a afirmação de que o Brasil é do Senhor Jesus. Há cidades em cuja entrada se colocaram grande placas afirmando que o lugar é do Senhor Jesus. Será isso uma verdade irrefutável? Será um expediente de caráter faccioso como era a afirmação dos fariseus, quando se diziam filhos de Abraão? O próprio Jesus refutou aqueles religiosos de sua época. Hoje, o que diria o Senhor a respeito disso? Ponderemos.
O primeiro ponto a destacar é a natureza metafórica da expressão: ela objetiva apontar para o poderio de Cristo sobre a região. Não trata, pois, de uma posse como sabida pela sociedade humana, a qual requer uma documentação que oficialize o direito.
O segundo ponto deve se preocupar com o ranço sectário que tal afirmação pode provocar e, aí, o "farisaísmo" a que já aludi.
Ora, de fato, não só o Brasil, mas todo o Universo pertence ao Senhor. Isso Ele mesmo deixa claro nas Escrituras Sagradas, a partir do primeiro versículo do Gênesis: "No princípio, criou Deus os céus e a terra." (Gn 1.1). O seu poderio permitiu-lhe abençoar "E criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. E Deus os abençoou..." (Gn 1. 27-28); mas permitiu-lhe, também amaldiçoar, quando a sua criatura quebrou a aliança "...maldita é a terra, por causa de ti..." (Gn 3.17). No Levítico está registrada a passagem "Também a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é minha..." (Lv 25.23).
Há mais provas bíblicas de que o Universo pertence ao Senhor, e este texto muito se alongaria se as registrasse todas. Para que não se registrem apenas as palavras do Antigo Testamento, a fim de não dar razão a certas contestações a este ponto de vista, vejam-se registros no Novo Testamento. "...bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; ..." De quem a herdariam, senão do próprio Senhor? Por ocasião da crucificação de Jesus Cristo, na hora de sua morte, a Natureza se fragilizou. "E desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona" (Mt 27.45) "E Jesus clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras. E abriram-se os sepúlcros, e muitos corpos de santos que dormiam fora ressuscitados; ..." (Mt 27.50-52).
O Apocalipse registra a transformação definitiva deste Universo deteriorado pelo pecado da humanidade "E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido." (Ap 21.1-2). "E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve, porque estas palavras são verdadeiras e fiéis." (Ap 21.5).
De quem, pois, é o Brasil? E o todo o Universo? Não se discute: tudo pertence ao Senhor, nosso Deus!
Agora, cabe meditar sobre o interesse humano em proclamar nos palanques, ou em erigir placas com a inscrição mencionada. Serão isso necessário? O argumento que defende essas práticas será válido?
Se o argumento pretende enfatizar a posição de um grupo de cristãos, por se julgarem melhores que outras pessoas, uma demonstração de marcação territorial, a inscrição é sectária e farisaica. Entretanto, se a intenção é tornar mais evidente o senhorio de Cristo para aqueles que desconhecem a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, a intenção é válida, desde que promova o interesse de conhecê-la.
O interesse pelo senhorio de Cristo não virá, porém, apenas por uma placa postada aqui ou ali; nem pela repetição indiscriminada de uma frase estereotipada. Virá, sim. por um testemunho evidente de submissão do cristão ao mais absoluto senhorio daquele que, indubitavelmente, é o Rei e o Senhor dos céus e de todo o Universo; pois,  d'Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas.    


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