Vivemos uma época de inoperância evangelística. São grandes os problemas na propagação das Boas Novas. Não se trata de que não se anuncie essa bênção para a humanidade; mas, da falta de estratégias para atingir resultados apreciáveis. Não há desenvolvimento das possibilidades de conquista, pelo menos, do ponto de vista humano.
Claro que o evangelista tem que estar preparado espiritualmente, em constante oração e estudo da Palavra de Deus. Mas há, também, a parte humana a ser considerada.
O pregador (anunciador) do evangelho é um "public-relations"; apresenta aos homens o que eles podem ter de mais importante. Não há evangelismo eficiente sem a participação do homem, porque a ele cabe o trabalho pelo qual os anjos anseiam.
Daniel, jovem douto, conversou com o eunuco que cuidava da alimentação dos rapazes hebreus, a fim de apresentar-lhe o poder do Deus de Israel, sobre suas vidas. O apóstolo Pedro, ainda que indouto, ao deparar com o paralítico que lhe pedia esmola, não apenas lhe negou a oferta (já que não a tinha), mas, valeu-se da ocasião para lhe dar o que tinha: muito melhor do que qualquer moeda. Talvez ele tenha conversado com o paralítico. O texto íblico resume a fala, mas é possível que tenha havido uma conversa mais longa; então, Pedro disse que tinha algo melhor para lhe dar: a cura, em nome de Jesus. O próprio Senhor Jesus, em geral, dialogou com aqueles que dele se aproximavam.
Paulo foi um estrategista que não perdia oportunidade de achar caminho para o evangelismo. Até um altar vazio lhe serviu como um dos melhores pretextos evangelísticos. A Bíblia, no Antigo Testamento, refere a história de um pregador sem sucesso, porque não tinha estratégias: Jonas.
Ouve-se, nas igrejas, pessoas que dizem não ter dom para evangelizar. Primeiro: essa atividade não depende do dom que se tenha, mas de obediência a uma ordem do Senhor Jesus: "Ide!". Segundo: todo crente precisa aperfeiçoar o seu dom. Assim, é necessário que haja nas igrejas um interesse grandioso pelo preparo de "obreiros de rua": aqueles cujo púlpito são as oportunidades cavadas no trabalho profissional, nos contatos sociais etc.
Ora, o "obreiro de rua" ao qual me refiro não é o que fica a gritar nas praças, com uma Bíblia na mão: isso não é estratégia, é escândalo. O "obreiro de rua" vislumbra uma situação no seu ambiente de trabalho; numa condução, ou em qualquer circunstância em que veja um "altar ao Deus desconhecido" . É necessária a percepção apurada e uso da melhor estratégia, a fim de não perder a oportunidade.
Muito já se ouviu dizer: "Se você não tem dom para falar, entregue um folheto" (e suma dali?). Ora, se você não tem "dom para falar", como é que se relaciona socialmente? Como conversa com amigos e parentes e, até, com desconhecidos? O que se precisa é de treinamento!
A situação em que o mundo está exige a formação de um verdadeiro exército de "obreiros de rua", dia e noite anunciando o evangelho de Cristo. Estamos dormindo sob a aboboreira, mas ela morrerá e o sol nos queimará a cabeça. Os ímpios serão condenados, mas também o serão os omissos. A hora é de sermos atualizados, preparados, bem informados socialmente, equilibrados nas palavras, possuidores de uma linguagem relativamente correta (sem afetações ou demonstrações de erudição). É urgente o despertamento da percepção das oportunidades.
Todo ministério deve viver preocupado com essa tarefa. Todo crente é um soldado que deve estar interessado no preparo, para sair em campo na luta contra o mal. Contra o mal, mas não contra as pessoas. Essas devem ser conquistadas pela nossa postura especial e sabedoria espiritual e humana.
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