terça-feira, 1 de março de 2011

DIÁCONO: UM SERVIDOR CHEIO DO ESPÍRITO SANTO

A palavra portuguesa “diácono” procede do grego, “diákonos”, que, por sua vez, significa servidor; isto é, aquele que na hierarquia eclesial está posto para serviço. A Igreja Primitiva, no início, não dispunha desses servidores, porque os apóstolos encarregaram-se da totalidade das ocupações. O trabalho não era pouco: depois da pregação de Pedro, no dia de Pentecoste, agregaram-se quase três mil almas à Igreja! Não se tratava mais de uma pequena congregação, com pouco mais de cem pessoas, num cenáculo; mas de uma igreja com mais de três mil membros! Relata, ainda, o texto que “todos os dias acrescentava o Senhor à igreja os que se haviam de salvar” (At 2: 47) e ela chegou a reunir quase cinco mil almas! (At 4: 4). O livro de Atos dos Apóstolos, que expressa os Atos do Espírito Santo na vida apostólica, registra o tempo em que Deus permitiu a instituição dessa categoria de servos do Senhor.
É muito interessante notar que existe uma grande quantidade de pessoas dotadas de uma excelente qualidade: a disposição para se pôr a serviço de outrem ou de alguma causa. A História registra a vida de muitos que deram a vida pelas respectivas pátrias; gastaram a existência em favor das ciências; foram abnegados à disposição dos necessitados e dos famintos. Não precisamos de muitas pesquisas para encontrar essas almas caridosas e serviçais. Parece, então, que não faltam candidatos ao diaconato.
A realidade, entretanto, é outra. No relato de Atos é notório que, àquela época, já se tornara humanamente impossível aos apóstolos atender a todas as necessidades da igreja. Isso provocou algum descontentamento dos gregos (exigentes de uma administração irrepreensível) contra os crentes hebreus, os quais, dadas as circunstâncias, talvez se importassem, sobretudo, com a vida espiritual, deixando ao apostolado toda a tarefa. Deus, porém, é soberano na decisão do trajeto de sua igreja. O que começou a acontecer ali estava sob o controle do Espírito Santo. Então, os doze, por inspiração divina, reuniram o povo para propor a instituição dos diáconos (At 6: 1-6).
Não é de duvidar que entre os milhares de crentes houvesse grande número de abnegados. É possível que nenhum daqueles irmãos se negasse a fazer qualquer trabalho pela igreja. Os capítulos precedentes relatam que todos os irmãos estavam juntos, repartiam seus bens para ajuda mútua; um era o coração e a alma dos que criam. Logo, deveria haver grande quantidade de candidatos ao diaconato na Igreja Primitiva. Por que, então, os apóstolos solicitaram que a igreja escolhesse homens com um perfil específico? Que características deveriam ter aqueles candidatos?
A escolha deveria privilegiar homens de boa reputação — o que talvez não fosse difícil de se encontrar entre eles — todavia, uma marca imprescindível deveria coroar aquela característica: era indispensável que fossem cheios do Espírito Santo e de sabedoria! Não pode haver diácono que não seja cheio do Espírito Santo e de sabedoria!
Aqueles escolhidos deveriam ter as características anotadas pelos apóstolos, porque o Senhor não procurava apenas pessoas boas e dedicadas; não procurava pessoas que “amavam ajudar”. Dessas o mundo está cheio. O Senhor não põe na sua obra pessoas que só apresentem boa vontade, ou grande interesse, ou sejam beneméritas. É necessária a unção; é necessário ser (não estar) cheio do Espírito Santo!
A prova de que a escolha foi inspirada pelo Senhor está nos testemunhos que se registraram depois. De Estêvão, a Palavra diz que era cheio de fé e do Espírito Santo. Não pode haver dúvidas de que o mesmo se diz dos outros seis escolhidos. Estêvão e seus companheiros serviram as mesas nos cultos como fazem todos os diáconos contemporaneamente; mas também, “cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo” (At 6. 8).
Conclui-se, pois, que o diaconato não é apenas cargo para bons servidores, nem para aqueles que “amam ajudar na obra”. Não é lugar para quem aspira a uma preconceituosa posição inicial na carreira eclesiástica: não é o primeiro degrau para a grandeza. Não! O diaconato é o lugar para o qual são escolhidos servidores cheios do Espírito Santo. Não há espaço na seara do Mestre para quem não mantém uma vida de plena comunhão com o Espírito Santo. As demais qualidades de um homem só podem ser aproveitadas no trabalho da Igreja, se o Espírito Santo o reveste.

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