Aqui venho cumprir o prometido: comentar a respeito do verbo “fazer”, na condição de verbo impessoal.
Esse verbo, no sentido de “executar”, ou de “completar aniversário”, é pessoal (tem sujeito), porque há um agente de sua noção. Evidentemente, “alguém faz algo”; “alguém completa aniversário”. Ocorre que há também o emprego dele na acepção de “marcar decurso de tempo”; aí, o tal verbo é impessoal (não tem sujeito).
O tempo escoa, segundo a segundo, e deixa um rastro percebido pelo homem entre dois momentos. É exatamente aí que o verbo “fazer” vem trazer essa marcação.
O fato indesejado, entretanto, está em que muitas pessoas desapercebidas acabam por flexioná-lo na terceira pessoa do plural, indevidamente.
Já se viu (postagem anterior) que a forma pluralizada de um verbo remete, necessariamente, a um sujeito plural. Se, pois, não há sujeito, deve-se manter o verbo na terceira pessoa do singular. Claro que essa instrução não se aplica ao verbo “ser” que, mesmo sendo impessoal nas frases indicativas de datas, horas e distâncias, aceita forma pluralizada, ao concordar com o numeral. Mas isso é assunto para outra postagem. Agora, fiquemos com o verbo “fazer”, cujos exemplos devem esclarecer o assunto. Repare nas formas incorretas seguintes:
FAZEM DOIS MESES QUE VIAJEI. VÃO FAZER DOIS MESES QUE VIAJEI.
Agora, corrigidas:
FAZ DOIS MESES QUE VIAJEI. VAI FAZER DOIS MESES QUE VIAJEI.
Porém, cuidado!
VÃO FAZER QUINZE ANOS AS DUAS GAROTAS.
Nesse caso, não se indica decurso de tempo; a noção é de “completar aniversário”: assim, há um sujeito (as duas garotas) com o qual o verbo deverá concordar.
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