Podemos entender que Deus preza o companheirismo e a cooperação. A visão (projeto) vem dele, mas a execução e a preservação são partilhadas com o Filho e com o Espírito Santo.
O livro de Gênesis relata que Deus fizera a Terra, a qual estava sem forma e vazia, mas o Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade, movia-se sobre a face do abismo. Ao criar o homem, o Senhor não tomou uma decisão isolada: ele convocou a Trindade (Gn 2: 26). Também Deus viu que não era bom que o homem administrasse a Terra sozinho: fez-lhe uma adjutora (Gn 2: 18). Deus é Deus de equipe!
Para tirar o povo de Israel do Egito, Deus levantou a Moisés, mas deu-lhe Arão como ajudador. Mais tarde Jetro dá conselhos para que ele não trabalhe sozinho (Ex 18: 14-27).
A consecução dos objetivos de Davi teve o apoio de Jônatas. E o próprio Senhor Jesus executou sua tarefa de evangelização com os seus auxiliares, os discípulos (Mateus, 10: 1-5a. Marcos 3: 13). O livro de Atos registra a atividade conjunta dos discípulos (At 1: 12-14). Vê-se também o espírito de cooperação sob a liderança de Pedro, na escolha do décimo segundo apóstolo, Matias (At 1: 15-26).
Quando a igreja começa a organizar-se surge a instituição do diaconato (At 6), o que mostra a divisão de tarefas no seio da Igreja. Posteriormente vemos o que o próprio Senhor determinou trabalho conjunto quando manda separar a Barnabé e a Saulo para a obra (At 13: 2).
A Igreja do Senhor trabalha em equipe e cada um tem uma função na obra. Mas essa função não é escolha pessoal. Não canto porque tenho boa voz; não toco instrumento porque sou preparado em Música; não prego porque tenho habilidade para comunicar-me; não ensino porque me formei.
Toda formação é útil para executar o trabalho; mas, para trabalhar tem que haver chamada do Senhor; somente ele seleciona! Na Igreja a atuação é comandada pelo Espírito Santo.
Na igreja de nossos dias há muitas histórias dos que pretenderam exercer cargos eclesiásticos, porque eles próprios se julgaram preparados. Uns confiaram em sua condição social ou econômica, outros em sua sabedoria material; mas, Deus não os separou. Por isso não estão entre nós. A Bíblia relata que um certo Simão pretendeu ter poderes especiais na igreja por meio de dinheiro (At 8: 18-25).
1. O trabalho parte de uma visão.
A obra do Senhor se efetua a partir da visão que Deus dá a uma liderança. A liderança dada por Deus é incontestável. Miriã e Arão pretenderam desafiar a autoridade de Moisés, porque ele se casara com uma mulher estrangeira; porém Deus escolhera a Moisés para ser líder, e não a Arão ou a Miriã. (Nm 12: 10).
Só Deus pode decidir sobre um líder! Davi — mesmo sabendo que Saul estava caído — não se apressou a tomar-lhe o lugar. Deus decide sobre o líder!
2. Os líderes abrem caminho para os chamados.
Os projetos divinos são grandiosos. A obra de Deus nunca é pequena. Assim, grande deve ser a visão do líder. Moisés teve de tirar mais de dois milhões de pessoas do Egito e caminhar pelo deserto, com elas, por 40 anos! O projeto não foi pequeno! Para um trabalho desse porte, o profeta não poderia abrir mãos dos seus cooperadores. A obra de Deus tem trabalho específico para todos.
Muitos crentes consideram que têm “chamada para o ministério”. Muitas vezes essa “chamada” não passa de “oferecimento”. O chamado é convocado por Deus. A principal característica da chamada divina é a sua perenidade: ela não se extingue; é irrevogável e só acontecerá no tempo de Deus, nunca no do homem. Porém, há uma chamada imediata para todo crente em Jesus: trabalhar pela obra, rogar ao Senhor da seara, que mande obreiros. Obreiros não são necessariamente os homens do ministério. Todos quantos fazem sua tarefa na obra são obreiros. O irmão que varre o templo na segunda-feira, quando não há ninguém aqui, é um obreiro. Não há tarefa mais digna do que outra na Casa do Senhor. Tudo é para a glória dele!
3. A execução da obra.
Há um ditado que inventaram: “Deus não escolhe os capacitados; capacita os escolhidos”. Não é o que a Bíblia diz. A capacidade de Paulo colocou-o numa atividade diferente da de Pedro. Para a construção do tabernáculo Deus deu a Moisés homens habilitados nas artes (Ex 31: 2-6). Não toco porque sou músico; mas devo ser bom músico para fazer a obra de Deus; não prego porque tenho boa comunicação, mas devo ter boa comunicação e conhecimento para pregar a Palavra de Deus. Como vou participar do Coral, se não tenho habilidade para cantar? Como vou participar da Orquestra, se não me preparei em Música adequadamente? Como vou ensinar, se não aprendi? Deus quer que nos preparemos para fazer bem a obra. (2 Tm 1: 4-5; 2: 15; Jer 48: 10).
4. A obra tem trabalhadores anônimos.
Nosso tempo abomina o anonimato. Todos querem aparecer, destacar-se, almejam o aplauso, o sucesso, os primeiros lugares. Ainda hoje ouvi um cantor evangélico cantando: “Ainda vão ver você no pódio segurando o troféu!” Isso é falta de Bíblia! Esquecem-se os tais que a evidência absoluta pertence ao Senhor. Amar os primeiros lugares não é bíblico (Lc 20: 46-47; 14: 7-10). Deus vê e honra o trabalho anônimo. (Mateus 6: 1-6).
Conclusão.
Trabalhemos naquilo para que Deus nos chamou e grande será a recompensa vinda do próprio Deus, que não nega bem algum aos que o amam. Amém.
Parabéns pelo blog. Estou seguindo-o oficialmente, a partir desta data.
ResponderExcluirQue Deus continue a abençoá-lo!
Nos laços do Calvário,
Prof Damasceno
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