terça-feira, 12 de outubro de 2010

DIFICULDADES NA COOPERAÇÃO

Antes de qualquer outra consideração, parece-me valioso recordar que a vida é feita em cooperação e cooperação é trabalho feito organizadamente, em conjunto. Aliás, o próprio Deus não decidiu criar o homem sozinho, mas disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gn 1: 26. Os destaques são meus). Nenhuma criança vem ao mundo, provinda de unilateralidade, senão como fruto de um casal. A vida é evento cooperativo. Há muito tempo já se disse que “nenhum homem é uma ilha”.
Se voltarmos os olhos para o mundo corporativo evidenciaremos essa característica da vida e de suas atividades. Um homem jamais fará, sozinho, um empreendimento. Empreendedores inteligentes cercam-se de colaboradores eficientes.
Por outro lado e paradoxalmente, o ser humano tem em si o germe de uma autossuficiência que o leva à indisposição para as com as atitudes cooperativas. Caso não se eduque, o personalismo aflorará e se converterá em renitente egocentrismo.Grande parte dos problemas, em todas as áreas do relacionamento social, está relacionada com essa postura individualista do homem.
O Senhor Jesus teve que interferir nesse sentimento dos seus discípulos. Houve mesmo quem solicitasse posição de destaque junto ao Mestre, porque o viam como um líder terreno, capaz de lhes proporcionar boas oportunidades. Jesus, porém, valorizou constantemente a disposição para cooperar, para servir. O que serve sempre foi destacado pelo Senhor, sendo ele mesmo o modelo de servidor.
Em nossos dias, nas próprias igrejas evangélicas, há falta de compromisso com o ensinamento do Senhor. Não é difícil observar aqueles que põem em primeiro plano todos os seus interesses pessoais. Tais interesses estendem-se, desde a busca do “status quo” no seio da igreja — já que almejam os “mais destacados” cargos — até à prioridade para as suas programações de lazer; passando, também, pela falta de responsabilidade pecuniária para com a obra.
A conduta generalizada propõe que, se houver um compromisso no horário de qualquer atividade na igreja, prevalecerá o compromisso material. Em suma, vai-se à igreja se houver tempo de sobra. O crente de hoje é muito ocupado.
Os “evangélicos” atuais não dão importância à Palavra de Deus, que diz: “Busquem primeiramente o Reino de Deus e a sua justiça...”. Poucos são os que aguardam ansiosos o momento de dizer como o salmista: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor”. Muitas vezes, a Casa do Senhor (que, neste caso, é o templo a ele consagrado) torna-se ponto de encontro, não de irmãos para adorar e fazer a obra do Reino, mas de amigos que não se viram durante a semana e usam o momento para “pôr a conversa em dia” ou local para expor as belas roupas, calçados e bolsas.
Não é pequeno o percentual dos que, tendo saído do culto, não sabem qual a mensagem trazida pelo pregador. Têm-se tornado “virgens imprudentes”, cujo fim é não entrarem para as Bodas, quando o Noivo aparecer.
Mas, sem dúvida, a igreja tem um remanescente que continua em luta — não contra a carne e o sangue. Há um remanescente que anseia pelo dia em que todos os crentes sentirão a grande responsabilidade de seu chamado. Há um remanescente que ora pela conversão tanto dos ímpios quanto dos “distraídos”.
É momento de cada um de nós rever posições diante de Deus. Se houver algo a ser corrigido, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, desde que de maneira sincera e arrependida busquemos a sua face.

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