“Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo”. (Mt 3:10).
Quando se viaja em avião, lá das alturas veem-se vastas áreas verdes. São as florestas. A proximidade dificulta a percepção que se possa ter de uma floresta, mas a distância propicia-a com tranquilidade. Essa é uma experiência que a maioria das pessoas têm.
O Senhor Jesus, na divulgação de seus preciosos ensinamentos, recorreu sempre às figuras de linguagem, fazendo parábolas, ora para deixar bem claro o que ensinava, ora para deixar velada a mensagem para muitos incrédulos e isso exigiria deles maior dedicação até que compreendessem. “Então, se aproximaram os discípulos e lhe perguntaram: Por que lhes falas em parábolas? Ao que respondeu: Porque a vós vos é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é concedido...” “Por isto lhes falo em parábolas; porque vendo não veem e, ouvindo, não ouvem; nem entendem...”. (Mt 13: 13).
No uso dessas parábolas, algumas vezes o Senhor Jesus falou de árvore; não mencionou floresta! Deus não vê floresta.
Caso se medite nisso, não é difícil verificar que toda floresta encerra os mais diversos tipos de árvores e vegetais rasteiros. Toda essa vegetação, vista de longe, mostra apenas um belo tapete verde e nada mais.
Muitas vezes, algumas pessoas orgulham-se de pertencer a uma floresta: à floresta do estrato social, à floresta do estrato intelectual, à floresta do estrato religioso e a tantas outras florestas. Contentam-se com serem vistos de longe.
Não é difícil perceber tanta gente que se esconde por detrás de uma comunidade à qual esteja filiado. Têm diante de si uma placa: “sou da igreja tal”, isto é, apresentam a floresta; não a árvore! Talvez seja perigoso apresentar a árvore. Na mata há todo tipo de vegetal.
“Ou fazei a árvore boa e seu fruto bom ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore”. (Mt 12:33).
Veja-se que o Senhor Jesus trata diretamente com a árvore! Não importa em que floresta ela está! A árvore é boa e seu fruto bom; ou é má e seu fruto mau. O fruto é, especificamente, da árvore.
Deus não atribui a ninguém crédito porque seja membro de uma igreja local, nem o julga por ela. Vendo a árvore, ele verifica que frutos se dão.
“Quando sitiares uma cidade por muito tempo, pelejando contra ela para a tomar, não destruirás o arvoredo, metendo nele o machado, porque dele comerás; pelo que não o cortarás, pois será a árvore do campo algum homem, para que fosse sitiada por ti? Mas as arvores cujos frutos souberes não se comem, destruí-las-ás, cortando-as...”. (Dt 20: 19-20).
Deus, no Antigo Testamento, deixa clara a situação da árvore e a da floresta. Ordena que não se derribe a floresta, mas, que se destrua a árvore de mau fruto, a qual está escondida na floresta! Deus não vê a floresta: vê a árvore!
Cuidemos para que a qualidade de fruto que oferecemos nesta vasta floresta social, intelectual e, principalmente religiosa, não dê oportunidade a que sejamos extirpados e lançados ao fogo.
Não sejamos ingênuos! Há, no seio de toda igreja local, árvores boas e árvores más. Infelizmente, muitos dos que conosco freqüentam os cultos, fazem parte de nosso círculo de amizade e até cooperam no trabalho da igreja são árvores que o Senhor extirpará. A “floresta” não os esconderá para sempre. É por isso que no Apocalipse o Senhor diz às igrejas (em particular a cada um de nós): “Conheço as tuas obras...” (Ap 2:2). “Conheço a tua tribulação e a tua pobreza...” (Ap 2:9). “Conheço o lugar em que habitas...” (Ap 2:13) e outras declarações de que está atento a cada “árvore”.
O Senhor criou o homem como indivíduo e o fez responsável por seus atos. Deus não altera os seus desígnios; portanto, somos responsáveis individualmente diante dele; pois, Deus não vê a floresta; vê a árvore e, por fim, dirá a muitos a mensagem registrada no Evangelho de Mateus:
“Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade”. (Mt 7: 2). Amém!
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