É antigo e bem conhecido o cântico pentecostal, cujo título, salvo engano, é Povo barulhento. A letra se refere à existência de um "povo barulhento" que incomodava a vizinhança, com seus cultos barulhentos, e "foi embora pra Sião."
Essa composição é adequada ao bom comportamento que deve orientar a vida social da igreja? É óbvio que não!
Primeiramente, o apóstolo Paulo ensina, no capítulo 14 da Primeira Carta aos Coríntios, a ordem e a decência exigidas para o culto a Deus. Depois, vale perguntar se os nossos caros irmãos, das Igrejas Reformadas, os quais primam pelo culto cerimonioso, estão excluídos da ida para Sião. Falta-lhes, porventura, o "fervor" que deve haver nos salvos em Cristo?
As observações de Paulo, no capítulo mencionado, em termos da liturgia - não da teologia - que grupo de crentes identifica melhor?
Às vezes ocorre confusão entre aquilo que é mau comportamento social de alguns crentes e o que, de fato, é perseguição feita pelos inimigos do evangelho. A Bíblia menciona perseguição à Igreja, por causa da justiça e por causa do trabalho feito para o Senhor. (Mt 5. 10-11).
Sem dúvida, alguns dirão que os mundanos reclamantes não se importam com o escarcéu que eles mesmos fazem em seus carnavais, e em outros eventos; mas reclamam e chegam a perseguir algumas igrejas por causa do som. Ora, então, por isso, os crentes irão para a revanche? Farão disputa para "ganhar no grito"? Não!
Jesus repreendeu os discípulos que gostavam do revanchismo. (Lc 9. 55; Mt 26. 52). O crente deve agir de modo oposto ao modo dos mundanos. Se nossa maneira de agir fere o bom comportamento social, devemos corrigir-nos, e não nos colocarmos como perseguidos.
Quanto às perseguições injustas, é dever de toda igreja estar pronta para combater o mal. Essas perseguições ocorreram, ocorrem e ocorrerão, inevitavelmente. Mas a nossa guerra não é contra pessoas. (Ef 6.12).
Claro que, perseguidos injustamente, devemos apelar para as autoridades, em defesa da nossa cidadania terrena. Paulo, preso, buscou defender-se diante das autoridades. (At 24 a 26). Entretanto, ele sabia "quanto deveria padecer pelo nome do Senhor". (At 9. 16).
Dessa forma, nem sempre que nos vêm notícias de algum irmão - pessoalmente - perseguido, devemos vê-lo como vítima de perseguição à Igreja. Jesus não disse "tu serás odiado de todos"; ele disse: "E, por causa do meu nome, 'sereis' odiados de todos..." (Mt 10. 22).
Peço a Deus que nos ilumine a cada dia "em toda sabedoria e inteligência espiritual" (Cl 1. 9), até chegarmos "… ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo: (Ef 4. 13). Amém!
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