domingo, 26 de março de 2023

A IMPORTÂNCIA DO CARÁTER ÍNTEGRO






Textos de referência: Salmos 101; 1Co 15-33.

Introdução.

Uma das preocupações do apóstolo Paulo para com a igreja na cidade de Corinto foi a desunião reinante entre aqueles crentes aos quais nenhum dom faltava, disse o apóstolo  Paulo. (1Co 1).

Desde os primeiros cristãos, no Cenáculo, em Jerusalém, não havia templos. As igrejas, que eram comunidades em vários locais das cidades, reuniam-se para cultuar em residências próximas de onde moravam, formando núcleos. Assim era a igreja na importante cidade de Corinto.

Por isso, naquelas congregações havia dirigentes, responsáveis pela direção dos cultos e do ensino. Mas isso também propiciou alguns problemas como a desunião no meio da igreja, e formaram-se grupos. Um dizia que seguia a Apolo, homem bem preparado no discurso, mas sem muita profundidade doutrinária; outro seguia a Pedro, que era apreciado pelos judeus recém-convertidos; outro dizia seguir a Paulo, que, apesar de muito bem preparado na cultura secular e judaica, não as considerava preponderante para a pregação do evangelho, nem para o ensino bíblico (Rm 1.16; Fp 3.4-8).

Claro que havia também o "crente santarrão", hipócrita, que dizia:  “Eu só sigo a Cristo! Não me misturo.” 

Obviamente, não havia qualquer desunião entre os líderes da igreja; o problema estava disseminado entre o povo, por causa dos costumes trazidos de fora: os crentes de origem judaica baseavam a sua fé na ocorrência de milagres; os gregos, por causa do conhecimento filosófico, apreciavam a eloquência do pregador, assim, viviam em discórdia.

Tudo isso deu grande trabalho a Paulo, quando escreveu a primeira Carta àquelas comunidades (1Co 1.10-13).

A conclusão é que as igrejas dos nossos dias não aprenderam com o exemplo bíblico e doutrinário; é possível encontrar-se o mesmo comportamento em vários lugares. Mas esse comportamento gera julgamento da fé alheia e o descontentamento entre os irmãos.

Paulo lembra que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus; e recomenda em Rm 14: “Assim, que não nos julguemos mais uns aos outros, antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão.” (14.13).

  1. O REI DAVI E SEU COMPROMISSO COM A INTEGRIDADE

O salmista Davi faz a Deus uma promessa pessoal; ele declara a sua disposição de manter-se no caminho da integridade, porque não sabe quando deverá prestar contas ao Senhor. (101. 2). Sabendo-se que não existe integridade parcial, é necessário que o crente  seja íntegro dia e noite, aqui, ali e acolá. Davi diz: “Em minha casa viverei de coração íntegro.” (v.2). Manter-se distante dos contumazes infiéis; daqueles que falam mal da vida alheia; daqueles que se desviam da verdade e de tudo quanto desagrada a Deus é boa prática cristã que devemos preservar. (vv 3-5).

Muitos pregadores, com base na versão Revista e Corrigida da Bíblia, atribuem a Deus as palavras dos versículos 6-7. Todavia, aquelas palavras não foram proferidas por Deus; foi o rei Davi quem as pronunciou: “Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que estejam comigo; o que anda no caminho reto, esse me servirá. O que usa de engano não ficará dentro da minha casa, e o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos.” Davi não admitia proximidade com homens infiéis.

Paulo sugere que sejamos imitadores de Deus como filhos amados (Ef 5.1). O rei Davi, manifesta, nesses versículos, que age em conformidade com o coração de Deus (1Sm 13.14), O crente deve prezar a fidelidade, tal como Deus é fiel; por isso, deve procurar “os fiéis da terra”, para que estejam com ele. Nenhum crente deve manter perto de si aqueles que não obedecem à Palavra de Deus

Não custa lembrar que o livro dos Provérbios traz riquíssimos ensinamentos para a nossa integridade cristã. Jesus lembra-nos de que há joio na plantação de trigo; ele não mandou arrancar o joio; mas sugeriu que estejamos atentos para identificá-lo. Por fim, o conselho de Paulo: “Não se deixem enganar; as más companhias corrompem os bons costumes.” (ICo 15.33).

Esforcemo-nos para que nos mantenhamos firmes nos preceitos da Palavra de Deus em todas as circunstâncias da nossa vida; jamais nos permitindo o uso de uma capa de santidade.

O escritor realista português, Eça de Queiroz, (1845-1900), em seu romance realista, A Relíquia, apresenta um personagem que vive os pecados do mundo, fingindo-se homem religioso. Por isso, o romancista português escreveu algo bem esclarecedor sobre a dissimulação humana: “Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia.” A capa da falta de integridade é transparente. Deus nos livre desse comportamento pecaminoso. Se cometemos pecados, pedimos perdão ao Senhor Jesus, porque ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados (1Jo 1.9). 

“Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós.” (Rm 8.33-34).

“Que diremos, pois, diante destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm 8.31). Amém!

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Translate:

Pesquisar este blog

• Arguivo do blog