Introdução.
Ninguém discorda de que o cristianismo, em
si, vive dias difíceis. Porém, as dificuldades internas superam as externas.
Perseguimos mais do que somos perseguidos; atacamo-nos uns aos outros mais do
que somos atacados pelos de fora.
Esse comportamento não é novo: a maldade do
homem acompanha-o há tempo. A má índole só pode ser vencida pelo novo
nascimento verdadeiro, de que falou o Senhor Jesus. João, 3.1-7.
O apóstolo Tiago, em sua carta pastoral,
alerta os crentes judeus que dispersos, já se desviavam da verdade. São 5
capítulos de instruções para os crentes.
“O descaminho é da ovelha; a recondução é do
pastor”.
No 4º capítulo, veremos a questão da oração
não atendida, por causa da intenção errada.
Texto
bíblico: Tiago, 4.1-4.
“De
onde vêm as batalhas e desentendimentos que há entre vós? De onde, senão das
paixões que guerreiam dentro de vós?
Cobiçais
e nada tendes. Matais e invejais, porém não conseguis obter o que desejais;
viveis a brigar e a promover contendas. Todavia, nada conquistais, porque não
pedis. E, quando pedis não recebeis, porque pedis com a motivação errada, simplesmente
para esbanjardes em vossos prazeres.
Adúlteros! Ou não estais cientes de que a
amizade com o mundo é inimizade contra Deus? Ora, quem quer ser amigo do mundo
torna-se inimigo de Deus”.
Desenvolvimento.
1. A ORIGEM DAS CONTENDAS ENTRE OS IRMÃOS: A VAIDADE PESSOAL
E A AMIZADE COM O MUNDO.
Há “batalhas” entre o povo de Deus, e elas têm
uma origem, segundo constata o texto lido: “originam-se nas paixões que
guerreiam dentro dos crentes”. Há uma inquietação na alma do crente que
descuida da Palavra do Senhor: é a guerra da “opinião própria”, da defesa, a
qualquer preço, daquilo que ele tem como correto para a sua vida terrena. É
necessário pautar a vida e as decisões pela Palavra de Deus.
O crente que vive em desacordo com as
Escrituras torna-se vaidoso, arrogante, cobiçoso de destaque pessoal, mas nada
conquista, porque passa a vida nessa batalha inglória. A Bíblia diz que tais
pessoas não conseguem obter o que desejam.
Por que não alcançam? Porque não pedem.
Porque não veem necessidade de se humilhar, de retroceder. Quando pedem, fazem
um pedido errado, para satisfação do seu orgulho.
O texto, na edição RC (1995) chama tais
crentes de adúlteros e adúlteras, numa demonstração de que o mal atinge a
homens e mulheres! Mas expliquemos:
A palavra adúltero, no texto, não se refere à
infidelidade conjugal. Adulterar é “modificar o que é correto”. No caso é agir
de modo contrário aos ensinamentos bíblicos. Deus nos livre de nos tornarmos
adúlteros quanto à sua Palavra, por causa da nossa infidelidade a ela!
Uma forma de adultério apontada por Tiago é a
grave decisão de alguém se tornar “amigo do mundo”.
Tornar-se amigo do mundo é concordar com as
pautas que o sistema oferece. É participar ativa e concordemente com aquilo que
a Palavra de Deus refuta. O crente que se envereda por esse caminho assume, de
modo claro, consciente, tornar-se inimigo de Deus. Quem diz isso? Este
pregador? Não! É a Palavra de Deus: “Portanto, qualquer que quiser ser amigo do
mundo constitui-se inimigo de Deus” (v.4).
2. A ORAÇÃO QUE DEUS NÃO RESPONDE E A QUE ELE RESPONDE.
Deus responde a oração dos seus inimigos?
Claro que não. Pobre da igreja que se torna inimiga de Deus, por causa do seu
companheirismo com o mundo. “Ora, nós
sabemos que Deus não ouve a pecadores, mas, se alguém é temente a Deus e faz a
sua vontade, a esse ouve” (João 9.31).
A oração da igreja pode ser recusada? Sim! O
povo de Israel teve inúmeras decepções em seu trajeto, por causa do pecado de
um. Lembrem-se do pecado de Acã! Há pecados sabidos e tolerados! Vejam as
Cartas às Igrejas em Apocalipse.
Que oração que produz efeito consolador? “a
oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16).
Jesus nos ensinou a orar. Não quer dizer que
façamos uma oração decorada, vazia de conteúdo. Mas a nossa oração deve sempre
manter o conteúdo da oração que o Senhor ensinou. Ele ouve a oração do crente
obediente.
CONCLUSÃO.
Para encerrar. Há o que fazer com os crentes
que andam em claro desacordo com a Palavra de Deus?
Sim!
“Irmãos, se algum de entre vós se tem desviado
da verdade, me alguém o converter, saiba que aquele que fizer converter do erro
do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão de
pecados” (Tg 5.19-20).
Nosso papel é “procurar converter” com ensino
da Palavra e admoestação doutrinária aqueles que se esqueceram da santificação (sem
a qual ninguém verá o Senhor). Se o ímpio se converter Deus é benigno para
perdoar. “O sangue de Jesus Cristo seu Filho nos purifica de todo pecado” (1Jo
1.7).
“Portanto, se voltardes os vossos corações
para o Senhor, vosso irmãos, parentes e filhos encontrarão benevolência..., pois
o Senhor vosso Deus é bom e compassivo, e não desviará o roso de vós, se vos voltardes
para ele” (2Cr 30.9). Toda a Escritura nos ensina a salvar almas, a
conquistá-las para o Reino. Mas não ensina a manter entre nós os ímpios que
recusam a bênção da salvação. Aliás, a ordem é separar-nos deles. 1Co 5.9-13.
A Palavra de Deus nos convoca ao retorno. A
nos lembrarmos do ponto da queda, a fim de prosseguir em santidade até o Dia da
Vitória. Amém!
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