terça-feira, 15 de agosto de 2017

A IGREJA DE CRISTO

O estudo relativo à Igreja de Cristo chama-se Eclesiologia. Essa palavra grega significa “estudo da igreja”. A eclesiologia é um ramo da Teologia cristã. Trata da doutrina da Igreja, quanto à sua origem, seu papel no plano de salvação, sua atuação social, as mudanças por que tem passado e  sua relação com o ambiente não cristão ou profano.
A palavra Igreja vem de ekklesia = chamados para fora ou para reunião. Os componentes da Igreja de Cristo foram chamados para fora do mundo (o sistema que governa esta Terra) e convidados para uma reunião (assembleia).
Talvez a melhor noção para “igreja” seja “corpo”. Igreja é corpo. Existe a Igreja chamada Corpo de Cristo e existe a igreja corpo material, isto é, o conjunto dos crentes que frequentam uma instituição, também chamada “denominação evangélica”.
Há tempos, muitos crentes levantam uma questão: o templo, o prédio em que os irmãos se reúnem é “igreja”? A questão é de simples solução. Trata-se de uma figura de linguagem: uma metonímia. A metonímia consiste – por exemplo - em se nomear o produto pela marca como nos casos a seguir:
Fala-se BomBril em vez de palha de aço; ler Machado de Assis em vez da obra machadiana; ler Mateus em vez de ler o evangelho escrito por ele; ir à igreja em vez de ir ao lugar de reunião dos membros. Portanto, não há problema nisso. A partir do século IV as comunidades passaram a chamar os templos de igreja.
A Bíblia não atribui esse nome ao templo, mas não impede o uso corrente.
A Igreja como Corpo de Cristo é universal e invisível. Ela independe de controle humano, não está vinculada a qualquer processo material como – por exemplo - cumprimento de preceitos legais dos países. Ela constitui o Reino dos Céus, e está formada por todo o conjunto dos salvos por Jesus, em todos os tempos e em todos os lugares. Ela é o corpo místico do Senhor. Cada crente é um membro desse bendito corpo. É essa a Igreja que o Senhor Jesus vem buscar para a eterna morada celestial. Trata-se da Igreja Triunfante, fundada por Jesus.
A igreja, do ponto de vista material, é uma instituição santificada, mas terrena. Ela congrega o conjunto dos crentes que partilham uma mesma visão bíblico-doutrinária, sob um aspecto jurídico chamado “denominação”. Essa igreja subordina-se às administrações públicas, uma vez que atua dentro do sistema profano. Chama-se também Igreja Local. Trata-se da Igreja Militante, iniciada nos Atos dos Apóstolos, no Dia de Pentecostes.
Essa lição tem como alvo apresentar a Igreja de Cristo (a Igreja Triunfante) e os elementos que a identificam. Todavia, é impossível tratar da Igreja Triunfante sem se falar da Igreja Militante, já que está funciona em favor daquela.
Jesus é o fundador da Igreja Triunfante (Mt 16.18).
 Ou seja, Ele instituiu a grande assembleia dos salvos. Depois de assunto aos céus, os apóstolos do Senhor ficaram incumbidos de instalar a Igreja Militante, assim que recebessem o Espírito Santo (Atos 2). “... E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (At 2.47). “E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais” (At 5.14).
O Espírito Santo cuida da Igreja militante (Atos 1.8)
O Senhor, antes de voltar para o Pai, deu recomendação aos seus discípulos. “E chegando Jesus falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.19-20). “E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre.” (Jo 14.16). “... Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14.26).
Jesus deixou duas ordenanças.
Ordens ou ordenanças são recomendações específicas, indispensáveis à obediência da igreja: o Batismo (Mt 28.19) e a celebração da Ceia (Lc 22.18-19; 1Co 11.23-24).
O corpo de Cristo e seus membros.
Já vimos que cada crente é um membro da Igreja Triunfante, o corpo místico do Senhor. “Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular” (1Co 12.27). Da mesma forma, cada membro da Igreja Mística é, por sua vez, membro da Igreja Militante, a denominação evangélica à qual se filia.
Para que se reúne a igreja militante?
 Jesus ensinou que os crentes devem reunir-se “Por que onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20). “Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar” (At 2.1). Paulo ensina que a igreja terrena se reúne com finalidade específica. “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação (1Co 14.26). “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1Co 14.40).
Administração espiritual da igreja militante.
O Senhor convoca homens para a administração espiritual da Sua igreja na Terra. Essa convocação está registrada em Efésios. “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.11).
Administração material da igreja militante.
Em Eclesiologia estuda-se uma matéria chamada Administração Eclesiástica. Essa seção cuida dos aspectos materiais do funcionamento de uma denominação cristã. Cada denominação estabelece os princípios e condutas de sua administração. Aqui não as discuto, porque não é esse o campo do estudo ora realizado. Mas, não custa lembrar que muitos crentes têm-se insurgido contra as administrações de suas igrejas. É necessário haver um estudo específico sobre o assunto.
Não deixar a sua congregação.
Deixar a congregação por motivos fúteis não é recomendável. A Palavra de Deus recomenda a paz entre os membros da igreja. “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também... e a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações, e sede agradecidos” (Cl 3.14-17).
O desigrejamento é um fenômeno perigoso que tem afetado grande número de crentes, os quais terminam decidindo pelo afastamento não recomendado pela Bíblia, não raras vezes por questões mínimas. No caso de desacerto impossível de reconciliação para a permanência na congregação, o melhor é mudar-se para outra igreja (se possível na mesma denominação) em plena paz e comunhão com todos.
Conclusão.
Assim, espero ter contribuído para esse importante assunto, deixando claro que a Igreja foi instituída por Cristo, o qual declarou: “Pois, também eu te digo que tu és |Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16.18).

A igreja terrena é constituída de pessoas salvas, membros do corpo místico de Cristo, as quais têm a tarefa de levar o evangelho ao mundo e de se reunir para adorar ao Senhor, engrandecendo o Seu nome, estudando a Palavra e vivendo em apoio mútuo e profunda união.

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