O erro já está em se dar
prioridade ao emocional nessas ocasiões. O sistematizador da teologia
eclesiástica, apóstolo Paulo, ensina com veemente pedido: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os
vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1 - destaque
meu). Que é racional, senão relativo à razão, ao domínio próprio, à
objetividade? Nisso, a subjetividade ou emoção fica submetida ao nosso próprio
controle. Diz-nos, ainda, que “... a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (1Co 12.7 –
destaque meu). Portanto, não vale extrapolar o significado da palavra
registrada no versículo em apreço.
Primeiramente, o contexto da
Carta não indica uma situação geográfica, quando usa o advérbio aí. Que quer dizer esse aí? Refere-se à casa de oração? Ao lugar
de culto? Obviamente não! A função não é de advérbio de lugar; mas de situação!
O versículo permite-nos entender que o Espírito do Senhor impõe liberdade ao
cativo do pecado. Leia-se o que diz o profeta Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre Mim; porque o Senhor me ungiu para
pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a
abertura de prisão aos presos...” (Is 61.1 destaque meu). Jesus veio
mudar uma situação: transformar escravos em libertos!
Essa questão da liberdade dada
pelo Espírito do Senhor é o assunto tratado pelo apóstolo Paulo na referida
Carta. Seu discurso abrange a diferença entre a antiga aliança (a de Moisés) e
a nova aliança (a de Cristo). Paulo vê grande importância e glória na aliança
de Deus com Israel; tanto que menciona a transfiguração divinamente majestosa
do rosto de Moisés, quando este trazia “as palavras da aliança, os dez
mandamentos”, escritas nas tábuas da Lei (Êx 34.27-35).
A referência paulina à grande
importância espiritual da Lei objetiva ressaltar em excelência a nova aliança, agora
feita por Cristo, “o Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
Jesus assumiu a posição de
nosso resgatador, o redentor, o libertador de todo aquele que nele crê.
Dessa forma, a liberdade que
há em nós é a liberdade do espírito, antes escravo do pecado, desde o Éden.
Diz-nos a Palavra: “Se o Filho vos libertar,
verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36).
Há sobejas referências
bíblicas para o posicionamento aqui adotado sobre o versículo já referido.
Nele, estilisticamente, ocorre uma joia rara na tradução: o emprego de aí como advérbio de situação! Em
contrapartida, esse mesmo emprego tem causado a compreensão equivocada de
muitos líderes, julgando que ocorra uma noção de lugar. A liberdade do Espírito
prescinde de espaço, porque age em situações, isto é, tira o homem da condição
vil de escravo do mal e dá-lhe a certificação de livre por obra e graça do
Senhor Jesus Cristo, na cruz do Gólgota. Cristo torna o homem livre para
segui-lo como seu discípulo e para viver como amigo do Mestre: Jo 15.15; Lc
12.4; Jo 15.14. Eis o privilégio de nossa liberdade: tornarmo-nos amigos do
Senhor!
Quanto ao comportamento social
do crente, a Bíblia instrui. Paulo mesmo ordena que tudo se faça com decência e
ordem. Basta ler, meditar e praticar o que está em I Coríntios, 14.
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