quinta-feira, 13 de outubro de 2016

QUE É CRÍTICA?

Nesta semana, postei na minha página do Facebook uma reflexão que transcrevo:

A diferença entre o crítico e o encrenqueiro é que aquele levanta questões; este levanta confusões. Na retaguarda do crítico sempre está um encrenqueiro”.

Em primeiro lugar, presumo que talvez fosse mais simpático empregar a palavra “leigo” em vez de “encrenqueiro”; mas, se o fizesse, não daria o tom pretendido na ocasião.

Posteriormente, alguns dos comentários que li sobre aquela postagem mostram como a plurissignificação de uma palavra altera sensivelmente a compreensão daquilo que se pretende dizer. Considerando-se que toda escrita pressupõe um diálogo, é indispensável que se escreva com o máximo de atenção ao interlocutor.

A maioria das pessoas atribui à palavra crítica um sentido pejorativo: a crítica entra, quase sempre, para caixa da rejeição. É latente em muitas pessoas a disposição para o “não aceito críticas”. Essa disposição é uma forma de autodefesa que somente a educação pode alterar. É necessário aclarar o melhor sentido da palavra crítica.

Criticar, a rigor, não é detratar a ninguém, nem falar mal de suas ações ou convicções. Agir maldosamente em relação a outrem é, no mínimo, deselegância, jamais uma atitude crítica. Portanto, crítico é o estudioso que trabalha a avaliação séria, baseada em princípios teóricos, lógicos e em boa razão, a fim de colaborar com a exatidão e com a qualidade do objeto criticado. Crítica é um método de aperfeiçoamento. Não há ciência sem crítica!

Entre muitos outros, ensina o Dicionário on line da língua portuguesa:

Crítica é a análise avaliativa de alguma coisa; ação de julgar ou de criticar [...]

(Por ext.) Avaliação negativa, censura, condenação;

(Por ext.) Exame através (sic) do qual se comprova a validade de um documento;

Função ou atividade que consiste na avaliação de uma obra científica, artística ou literária”.

Assim, no formato de minha publicação, o adjetivo substantivado “crítico” deve ser compreendido nesse teor; jamais como referência ao indivíduo que se põe a avaliar aquilo que desconhece. O crítico sempre está munido de bons conhecimentos do assunto que critica: seja pertinente à área científica, artística, social, filosófica ou teológica. Por isso, é-nos incabível a condição de “crítico de qualquer assunto”. Temos limitações!

Aqueles que se manifestam com base no senso comum sobre qualquer matéria correm o risco de iminente falha, e terminam por engrossar a fileira dos que chamei encrenqueiros, ainda que a estes seja acrescentada a má fé. A distinção entre o crítico, o encrenqueiro e o leigo é flagrante.

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