Uma postagem a respeito da prática
de “pregações” do evangelho, de forma autônoma, em praças, trens, metrôs e
ônibus, tem levantado controvérsias. De um lado, há defensores dessa prática,
dizendo-se baseados na Escritura Sagrada. Para justificar seu ponto de vista,
citam versículos como 2Tm 4.2, em que Paulo recomenda a pregação da Palavra
insistentemente “a tempo e fora de tempo”. De outro lado, estão os que veem
nisso uma forma indevida de se anunciar o evangelho de Jesus Cristo, observando
o mesmo critério paulino, de que tudo seja feito com decência e ordem (1Co
14.40). Se assim é, torna-se necessário que se estudem as alegações de uns e de
outros, a fim de que se chegue à razão.
Parece-me, inicialmente, que
uma observação deve ser feita: a divulgação do evangelho não é feita somente
pela atuação discursiva de alguém. A Palavra de Deus é de tal forma penetrante
no íntimo do homem, que pode atingi-lo por meio de uma canção ouvida ao longe;
pode atingi-lo por meio de uma literatura, ou simples folheto informativo que
lhe caia à mão. O homem pode ser atingido até pela percepção da obra de Deus no
Universo (Rm 1.19-20). Uma palavra vinda pelo rádio, ou pela televisão pode ser
suficiente para mover uma pessoa em direção a Deus.
Isso posto, torna-se claro que
a divulgação do evangelho da salvação utiliza, primordialmente, a ação do
evangelista que cumpre a ordem de Jesus, exarada em Mateus 28.19-20. Porém, é
nesse ponto que se faz necessária a meditação e a compreensão da determinação
do Senhor. O apóstolo Paulo traça um cronograma para o trabalho evangelístico
de tal forma que entendamos a sequência da obra evangelizadora: “Eu plantei;
Apolo regou, mas Deus deu o crescimento, pelo que nem o que planta é alguma
coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento” (1Co 3.6-7). Impossível
é haver um que planta, sem conexão com um que rega, a fim de que Deus dê o crescimento.
Assim, fica excluída a possibilidade do “pregador solitário”; decerto, boa
parte da sua semeadura se perderá entre as pedras, ou entre os espinheiros, ou
a comerão as aves do céu. Assim também, não haverá o trabalho da rega, se não
houver o que planta. “Como pregarão, se não forem enviados?” (Rm 10.14). O que
planta é enviado ao trabalho, porque foi preparado para essa obra. Deus não
aceita a desordem, por causa disso há muito trabalho vão.
Quando Jesus disse: “Portanto,
ide,...“ não mandou sair um bando de despreparado, desorganizado, cada qual
fazendo o que lhe viesse à mente. Jesus instruiu os discípulos, preparou-os
para o trabalho, mostrou-lhes como e quando executar a obra. Foram três anos de
preparo. Por isso, ele complementou a ordem: “... ensinai todas as nações,...
ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado...”. Somente
quem aprendeu pode ensinar; entretanto, grande parte dos “pregadores solitários”
não passou pelo ensino e, pior, muitos são avessos a aprender.
Está posta a razão dos que
defendem a supressão das “pregações solitárias”: é necessário decência, ou
seja, é necessário que não se cause escândalo no interior dos transportes coletivos,
nem se sirva de escárnio nas praças. É necessário ordem, isto é, deve haver um projeto
buscado em oração, ensino bíblico inteligente e amadurecimento no evangelho. E
mais, tudo isso submetido ao programa proposto na Carta aos Romanos, 10.13-15,
dentro do cronograma registrado na 1ª Carta de Paulo aos Coríntios, 3.6-7.
Quanto a pregar “a tempo e
fora de tempo”, convém notar que o apóstolo Paulo faz referência ao ensino da
igreja. A expressão traz a noção de continuidade, de constância na formação dos
irmãos. Trata-se de um trabalho pastoral, para a igreja. Por isso, diz a
Timóteo: “... que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo,
redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.” (grifos meus). Amém?
Ev. Izaldil Tavares de Castro.
Tavares, a paz. Gostei de sua iniciativa de fazer um blog. É necessário hoje informações maduras, equilibradas, fundamentadas.Parabéns pela sua iniciativa. Gostei muito do seu foco nesta primeira mensagem, de fato pregar requer critérios, não pode ser de qualquer maneira, ou mesmo em qualquer lugar. Muitas vezes pregar com a vida é mais frutuoso do que abrir tão somente a boca. Abraços.
ResponderExcluirTavares, a paz. Gostei de sua iniciativa de fazer um blog. É necessário hoje informações maduras, equilibradas, fundamentadas.Parabéns pela sua iniciativa. Gostei muito do seu foco nesta primeira mensagem, de fato pregar requer critérios, não pode ser de qualquer maneira, ou mesmo em qualquer lugar. Muitas vezes pregar com a vida é mais frutuoso do que abrir tão somente a boca. Abraços.
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