terça-feira, 1 de março de 2016

DIFERENÇAS NA FÉ (2)

DIFERENÇAS NA FÉ (2)
Recomendo que, antes de ler este texto, para melhor compreensão, leia o antecedente, DIFERENÇAS NA FÉ (1). Aqui, passo a tratar das formas de saudação cristã, bem conhecidas: como a “paz de Cristo”, a “paz de Deus” e a “paz do Senhor”.
1. Por que alguns se cumprimentam com a “paz de Cristo”?
Para esclarecer essa forma de saudação, é necessário o reconhecimento de que a paz verdadeira vem, unicamente, do Príncipe da Paz (Is 9.6), o Senhor Jesus Cristo.
Nos tempos antigos as pessoas eram identificadas pela referência ao lugar em que viviam, ou ao local do nascimento, pela ocupação profissional ou, ainda, pela referência paterna ou à linhagem familiar. Assim, conhecemos João Batista (o que batizava); Maria Magdalena (natural de Magdala); Tiago, filho de Alfeu (relação filial), Jesus, filho de Davi (linhagem davídica), Jesus também foi chamado de Nazareno (morador em Nazaré), e Cristo (o Messias, enviado de Deus, Salvador). Interessa-nos aqui o Jesus Cristo.
O nome Cristo é de origem grega, e corresponde ao nome Messias, de origem hebraica. Significa Ungido (entenda-se destinado, separado para uma missão). O povo hebreu sempre ansiou pela a vinda de um Rei libertador, o Messias prometido; esperado como alguém que, da mesma forma como Moisés os libertou da escravidão no Egito, livrasse-os, agora, do jugo romano que massacrava os descendentes de Abraão.
Esse Messias esperado viria para instaurar um reino judeu; ele seria o Rei dos judeus! Entretanto, quando Jesus, o Messias, o Cristo, chegou, eles não o reconheceram como cumprimento da promessa de Deus, o Cristo de Deus, o Ungido do Pai. Continuam, assim, aguardando o Messias, herdeiro do trono de Davi.
O verdadeiro conhecimento de que Jesus é o Cristo vem de Deus; sem essa revelação não se compreende a missão do Senhor Jesus (Mt 16.17). Por isso, a maioria das pessoas sabe de um Cristo desconhecido, de quem apenas ouviu falar. Jó declarou que havia apenas ouvido falar de Deus: “Meus ouvidos já tinham ouvido falar a teu respeito...” (Jó 42.5).
Saudar com a “paz de Cristo”, portanto, expressa uma saudação genérica, possível, mesmo, a quem só ouviu falar do Senhor, mas não está vinculado a ele. É como desejar-se que exista “uma paz”, de “um Cristo” a quem não se conhece bem, nem se está sujeito a ele.
2. Por que alguns se cumprimentam com a “paz de Deus”?
Essa forma de saudação envolve uma noção unicista, por isso, menospreza o Príncipe da Paz, desvaloriza Aquele que declarou aos discípulos “É-me dado todo o poder no céu e na terra.” (Mt 28.18). O próprio Senhor Jesus entregou-nos a sua paz. “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou;...” (Jo 14.27). Portanto, saudar com a “paz de Deus” revela desconhecimento específico de que devemos estar sob a paz do nosso Senhor Jesus Cristo, pois ele nos deixou essa paz!
3. Por que alguns se cumprimentam com a “paz do Senhor”?
Os pontos de vista anteriormente expostos levam-nos a entender que essa é a melhor e mais completa forma de saudação cristã. Ela denota que somos portadores da mesma paz que Jesus deixou aos seus discípulos, pelo fato de que expressamos nossa posição de servos d´Aquele, que sendo o Senhor da paz, é também Senhor das nossas vidas. Ele é o Cristo de Deus, o Ungido do Pai que, por amor, veio a este mundo para nos resgatar da perdição, e para tornar-se Senhor e pacificador da vida de todo aquele que o aceitar.
4. Por que alguns se cumprimentam com “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite”?
Nenhum mal há nessas formas de saudação: elas revelam o caráter desejoso de coisas boas que as pessoas têm. Porém, essas formas de saudação deixam implícita uma forma verbal subjuntiva, hipotética: “... que você tenha um bom dia/tarde/noite”. A bem dizer, tais maneiras de saudação perdem a rica oportunidade de se afirmar uma situação perene de vida em Jesus Cristo, situação invariável de paz perfeita, vinda do Senhor Jesus; não a expressão de uma hipótese de um desejo.
“Sendo, pois, justificados, pois, pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.1-2).
Ev. Izaldil Tavares de Castro.

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