Saudade.
Só em língua portuguesa essa palavra expressa o sentimento de lembrança das coisas boas que não retornam: a infância gostosa e sem compromisso, a primeira família em roda da mesa, com os pais, a escola dos primeiros estudos, a primeira paixão (inesquecível), que pressionava o coração, os amigos jovens, a faculdade, a namorada trovadoresca (essa, impossível de se alcançar, transformada num platonismo irremediável por toda a existência).
Saudade.
A dor que castiga a constante lembrança dos que partiram, deixando-nos no fim da fila.
Saudade.
Suave ou dolorosa lembrança de tudo quanto o tempo encerrou, sem dar baixa no arquivo de nossa existência.
Saudade.
Também é esperança imorredoura de um reencontro para reatar as pontas da vida que a nossa incapacidade fez romper-se.
Saudade.
Uma linda cesta de frutos que já não se podem provar.
Izaldil Tavares de Castro
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