segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

2015: ANO DA VOLTA AO PASSADO


Normalmente se diz que o importante é ir adiante, o que vale é olhar para frente, correr atrás daquilo que se deseja. Alguns afirmam que caranguejo é que anda para trás (o que não é verdade; é só impressão). Há “slogans” usados em muitas igrejas, em muitos púlpitos e em camisetas, dizendo: “Recuar, jamais!”. Será isso uma verdade a se observar? Uma prática adequada e inteligente?

Pessoas que buscam apoio em explicações deficientes costumam dizer que não retornar ao passado é natural do homem. O indivíduo é gerado; uma pequenina partícula que se desdobra, evolui, forma-se, nasce, cresce, evolui; enfim, vai adiante, não retorna ao estágio inicial. Engano! Essa escalada ascendente vai só até ao ponto de descendência; decai até tornar-se pó.

A humanidade não olha para trás, recusa as marcas do passado, altera a História, evita os desacertos que deixa para trás. Importante é prosseguir, é buscar metas, correr para atingir objetivos. Os séculos se passaram, o nosso esvai-se e nada nos atrai para um retorno àquilo que fomos deixando pela estrada da vida. Andemos.

Em termos da Igreja evangélica, há tempos que se despreza o passado, há tempos que se rejeitam as bases, há tempos que se relativizam as doutrinas bíblicas. Muito fácil “argumentar” que certas mensagens eram para outro tempo, outros costumes, outra sociedade. O homem evoluiu; já não se adapta a certas páginas da Bíblia. As imutáveis verdades divinas tomam outro colorido para a visão de homens que só pretendem olhar adiante.

Há quem se apoie (de modo indevido) no texto em que o apóstolo Paulo diz que prossegue para o alvo! (Fp 3.13-14). Má interpretação; o apóstolo não manda prosseguir sem exame do passado. Ele mesmo, em 1Co 11.28, manda que a pessoa se examine a si mesma, antes de tomar uma decisão.

Rever o passado e a ele retornar, quando necessário, é ato de inteligência, além de admoestação do Senhor Jesus, como se lê na carta à Igreja de Éfeso (Ap 2.4-5). O retorno ao início do trabalho, para rever as técnicas pelas quais ele foi desenvolvido e para efetuar correções necessárias é prática comum dos cientistas.

Há tempos a Igreja evangélica deixou de olhar para trás. Por isso, abandonou princípios irrefutáveis das páginas sagradas e construiu para si um programa paralelo de “modus operandi” e de “modus vivendi”. Criou suas próprias doutrinas, facilitando a prática de um evangelho alheio ao verdadeiro evangelho de Cristo.

Os evangélicos deste século querem olhar para frente, alcançar o que está adiante. Os evangélicos deste século são famintos de progresso; querem um Deus de quem possam solicitar e exigir direitos que não têm e nunca terão. Seus falsos guias criaram um sistema de apaziguamento da alma em pecado, mas ansiosa por bens materiais.

Muitas igrejas, nestes dias, desconhecem vergonhosamente a Palavra de Deus, ainda que se rotulem de igrejas cristãs. Trata-se de um falso cristianismo, criado por homens rebeldes aos princípios irretorquíveis da Bíblia. Pecado, hoje, nem sempre é pecado. Há quem afirme que a bondade de Deus opera de forma descontrolada o perdão provindo da cruz. Afirmam que não há severidade em Deus, porque desconhecem (ou negam) o que está registrado na carta aos Romanos, 11.22. A melhor pregação nesta época é a da vitória, a do crescimento, a que encanta os sedentos de riquezas materiais. Tais mensagens se proliferam na malfadada música gospel: restituição, virada, chuva é o que mais se canta por aí, aos domingos, juntando uma plateia movida a guitarra, bateria e descompromisso com Deus. Tornaram os cantores seus ídolos, a quem defendem, exaltam, reverenciam.

A Igreja evangélica precisa voltar, sim! Precisa retornar à Bíblia, a fim de pautar uma nova caminhada com base no arrependimento das más obras. Deus ainda está concedendo esse tempo à Igreja brasileira. Muitas não voltarão, prosseguirão conforme os interesses de seus líderes e serão levadas à derrocada juntamente com eles. Seu orgulho, suas grandiosas construções, seus aviões, seus negócios paralelos ruirão fragorosamente. O profeta Malaquias diz que se verá a diferença entre o que serve a Deus e o que não o serve (Ml 3.18)

2015 precisa ser o ano da volta ao passado, a fim de se corrigir um presente que se deturpou ano a ano. Deus tenha misericórdia de nós.
Izaldil Tavares de Castro

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