Leitura bíblica:
João, 3. 1-7.
Texto em destaque:
E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a
imagem daquele que o criou (Cl 3: 10).
Uma verdade prática;
Regeneração, teologicamente
falando, é o processo divino, executado pelo Espírito Santo, pelo qual a natureza
humana é refeita com as características aprovadas por Deus.
Comentário:
Inicialmente, é preciso dizer que não se podem perder de vista os
três elementos que constituem o estudo (Soterologia) sobre a salvação e o status de salvo de um homem: justificação,
regeneração e santificação.
Nesta página, o assunto será a regeneração. Para uma compreensão da abrangência do assunto, convém mencionar o primeiro passo, que é a justificação, onde tudo se inicia.
Justificação: Deus declara o homem justificado por Jesus Cristo (Rm
5.1). O sacrifício da cruz é o resgate da impagável dívida que o homem contraiu
para com Deus, por causa do pecado. Pecando, o homem ficou sujeito a sua
recompensa: a morte. Dela, só pode livrar-se por meio do sacrifício vicário do
Filho de Deus (Jo 3.16).. Aceito esse perdão, o homem passa a ser justificado
pela fé e pode ter paz com Deus. Não há condenação para o justificado (Rm 8.1).
Regeneração: É o processo divino, executado pelo Espírito Santo, a
fim de fazer do homem justificado uma nova criatura. É a mudança de uma natureza
mundana para uma natureza espiritual. A regeneração transforma o homem natural,
em homem espiritual: a nova criatura em Cristo Jesus. É por meio da regeneração
que o ser humano pode passar a ser uma nova criatura. João 3.1-6, 2Co 5.17.
O regenerado em Cristo está morto
para a vida de pecado (Rm 6. 2,6,7; Lc 9.24). Estar morto para o pecado
consiste numa decisão humana, pelo convencimento efetuado pelo Espírito Santo.
O Espírito convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8).. Não há
como conviver com o mundo do pecado e o mundo da salvação. (1Jo 3.9). Se alguém
morreu para a vida mundana, afastou-se dela, já não age nela, nem com ela
compactua.
Quem avalia o regenerado?
Qualquer julgamento só pertence a
Deus. A Bíblia diz: “Não julgueis...” (Mt 7.1). Entretanto, qualquer pessoa
sabe que nenhuma árvore apresenta frutos que não sejam compatíveis com a sua própria
natureza. Laranjeira jamais produzirá bananas!
Existe um perigo no meio cristão
a respeito de julgamento. Muitas pessoas se apegam ao que a Palavra diz, para
se manterem nos maus caminhos. Muitos dizem: "Deus conhece o meu coração". Cuidado
com esse autoengano! É inexorável: crente dá bons frutos! Logo, o julgamento não é efetuado por pessoas, mas pelos frutos apresentados diante das pessoas.
Muitas vezes, o novo-convertido ao evangelho de Cristo apresenta marcas de sua vida anterior: alguns fumam, outros são
dados ao álcool, ou têm linguagem não condizente com os bons costumes; enfim, lutam contra a velha natureza.
Tais pessoas não devem ser criticadas, nem marginalizadas, nem julgadas: elas precisam de
ajuda espiritual, proximidade com a igreja, ensino da Palavra de Deus., o que
se chama discipulado. Jesus mandou fazer discípulos; então, discípulos não vêm
prontos (Mt 28.20). O processo da regeneração haverá de se completar. Esse apoio ao novo cristão evangélico tem que ser exercido pela Igreja (que é cada crente). A Igreja deve guiar o novato pelo Caminho, pastoreá-lo, enfim.
A regeneração não é feita por
homens; é promovida pelo Espírito Santo. Também não é resultado apenas da
vontade humana, mas da ação do Espírito; e este não se nega ao interesse do
homem pela verdade (Jo 8.32; Jo 14.26). Não cabe aos irmãos considerar alguém
regenerado ou não. É assunto íntimo do homem com Deus; mas não se pode deixar
de lado a questão do fruto! A nova árvore começa a revelar que frutos produz. Também a regeneração, apesar de ser um processo, não se estende anos afora, sem resultados. Os resultados vão surgindo com certa brevidade: vícios são abandonados, linguagem é mudada; o homem se vê a cada dia transformado pela prevalência de uma vida guiada pelo Espírito Santo. A lição mais clara sobre a
regeneração está na passagem que narra o diálogo de Nicodemos com Jesus (Jo 3).
Regeneração não é batismo. Muitos interpretam essa parte da
Palavra - o diálogo de Nicodemos com Jesus - como sendo o batismo condição para a regeneração. A nova criatura não surge pelo batismo; este confirma a nova criatura. Quem não se tornou nova criatura não se batiza, molha-se. A Bíblia diz: "...quem crer" e "for batizado" será salvo (Mc 16.16). Primeiro se crê (Rm 1.16). Portanto, regeneração
não é batismo! (Lc 23.43).Que é, então, nascer da água? Segundo Paulo, regeneração significa ser “lavado” pelo Espírito Santo. “... nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo” (Tt 3. 5). A regeneração não trata do líquido tão precioso para a vida física. É sim, a lavagem do Espírito! Na regeneração, o homem passa a ser, de fato, uma nova criatura; recebe a vida do Espírito Santo.
Regeneração não é reforma de caráter. Mesmo as pessoas incrédulas podem
ter um caráter excelente. São pessoas éticas, morais, educadas; isso, porém,
não quer dizer que são regeneradas. O sistema educacional pode moldar o caráter
humano; isso, porém, não é regeneração. A regeneração não se mostra apenas pelo
comportamento social. Não é algo que se obtém externamente, por meio de métodos
e de técnicas humanas. A regeneração se dá internamente, no espírito do homem, pela operação conjunta do Pai (Tg 1.18), do
Filho (Jo 5.24) e do Espírito Santo (Jo 3.5-8). A
regeneração torna o homem parte da natureza divina. No Éden o homem morreu,
desfez-se, perdeu a natureza divina. Essa natureza só é retomada pela
regeneração. Surge, assim, o novo homem.
Frutos da regeneração:
a)
A regeneração estabelece a diferença entre as duas
naturezas: homem natural, biológico e homem espiritual (1Co 2.14-15).
b)
A regeneração garante domínio sobre a vida carnal (1Jo
3. 9)
c)
A regeneração capacita o crente para vencer o mundo
(1Jo 5. 4)
d)
A regeneração capacita o crente para a prática da
justiça (Mq 6.8; 1Jo 2.29).
Garantias da regeneração:
a)
adoção de filhos de Deus (Jo 11.2).
b)
Direito à herança eterna (Ef 1.14; Gl 4.5-6).
Conclusão:
A Igreja de Cristo é composta de
homens regenerados, é composta de novas criaturas. Você já nasceu de novo,
realmente? Você é fruto de pecado, todos os seres humanos o são. A Palavra diz
que “todos pecaram e estão destituídos da
glória de Deus” (Rm 3.23). Você é “bonzinho”? Não importa! “Decente”? Não
importa! “Filho de família cristã”? Não importa! “Frequenta a igreja”? Não
importa! “Canta no coral”? Não importa! É NECESSÁRIO NASCER DE NOVO. É
NECESSÁRIO REGENERAÇÃO! Amém!
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