Claro que a essa pergunta, feita no meio evangélico brasileiro, a resposta negativa alcançará, certamente, 100% ou muito próximo disso. Grande parte dos evangélicos em nossos dias, "acha" que pertence a um povo correto em seu agir na sociedade e, principalmente com seus correligionários. Que engano! Por exemplo, quando os discursos pendem para as áreas do calvinismo ou do arminianismo, o "fogo amigo" se intensifica.
Por que entro neste assunto? Porque já estou cansado de ver a maneira deselegante e discriminatória de considerável parcela de cada uma dessas áreas teológicas. No caso dos calvinistas a intolerância se mostra ferrenha, sem descartar arminianos que vêm à revanche. É antiga a "briga" e, pior, o desprezo que muitos reformados nutrem pelos evangélicos pentecostais. Aqueles têm-nos por ignorantes, atrasados intelectualmente e até hereges.
Ora, depois aparecem os sermões que criticam os fariseus do tempo de Jesus: homens que se preocupavam mais com o rebater do que com o cumprir o que convinha. Nossos "fariseus" estão providos de estudos, teses, livros, tratados que lhes garantem um ar superior, acima de quaisquer "pequenas" considerações. Porém há um tratado esquecido, empoeirado na prateleira, inservível para o pensamento pós-moderno: a Bíblia, a Palavra de Deus, a qual tem que ser a fonte de toda a Teologia.
Sim, eu não disse que a Bíblia é fonte de toda teologia (em geral); disse que ela é a fonte de toda a Teologia. Por isso, desprezada, pois cada um de nós tem a própria teologia. Risível é a sabedoria do homem.
Acabei de ler pequeno texto nesta mídia, em que o autor, à guisa de explicar um versículo (Jó, 41:22), desanda com os irmãos pentecostais, como se todos sejam ignorantes, iletrados e propagadores de heresias.
Ora, a maneira como esse "exegeta" - alguns preferem criar um neologismo que, dada a seriedade destas linhas, prefiro não usar - alude aos pregadores pentecostais é claramente discriminatória, de mau gosto e de um farisaísmo inaceitável.
Se há evangélicos pentecostais analfabetos, sem formação intelectual, desprovidos de conhecimento teológico, isso não é "privilégio" pentecostal, mas, brasileiro. Entre os carentes da famigerada bolsa-família, há católicos, espíritas, evangélicos batistas, presbiterianos, pentecostais; há, enfim brasileiros. Esta é uma nação de iletrados! Salvam-se alguns poucos.
Entre os poucos que se salvam também há pentecostais! Aliás, tão letrados que não cometeriam erros de gramática, nem escreveriam "hereje" como fez o citado "exegeta"!
Não vivemos tempos dessas discussões farisaicas. A Igreja de Cristo, remida na cruz, não é calvinista, não é arminiana, não é reformada, não é pentecostal. É a Igreja de Cristo; a Igreja que anda segundo a vontade divina, conforme ensinam as Escrituras Sagradas. Diante da cruz, quem é Calvino? Quem é Armínio?
Assim, deixo um conselho para os que estão preocupados com os postulados das teologias, mais do que com o postulado bíblico que diz: "Se me amardes, guardareis os meus mandamentos" (Jo 14:15): Pensem no amor que deve unir os cristãos em torno da cruz de Cristo!
Izaldil Tavares de Castro.
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