Um dos maiores problemas da mídia geral está no risco de contratar propaganda enganosa, porque a prática é crime. Muitos divulgadores, a fim de se resguardarem dos possíveis problemas, declaram sua isenção quanto à veracidade do que publicam. A propaganda mentirosa nada mais é do que uma das formas do estelionato. Há grande prejuízo para a vítima que descobre ter feito mau negócio, e, na maioria dos casos, a situação é irremediável.
Uma divulgação é enganosa quando oferece ao interessado vantagens inexistentes: produto ou serviço de qualidade improvável, origem não certificada, “preços imbatíveis”; enfim, essa prática de iludir usa todas as formas de atrair incautos.
Por outro lado (sempre há outro lado), nem sempre as vítimas são tão desavisadas assim, pois agem à maneira de quem adquire produtos piratas ou se envolvem nas mais antigas histórias de “conto do vigário”: estão à procura de alguma vantagem no erro alheio.
Evidentemente, quem compra falso produto sabe que a qualidade é comprometida; mas “é mais barato”, diz. O que se envolve no conto do vigário também quer lesar a outra parte; então, cabem todos no mesmo caixote.
Este século tem despertado nas pessoas uma insaciável necessidade de aquisição de bens materiais ou não. O negócio é conseguir; não importa como. Realmente, os fins justificam os meios, para esta geração. A ansiedade domina o dia-a-dia; ninguém está contente com o que tem ou pode ter.
Nesse ponto, a própria mídia, que se resguarda de publicar produtos ou serviços que não se garantam, impregna as mentes e os corações com a necessidade de ser absolutamente feliz aqui, agora e a qualquer preço. Isso transmitem as novelas, bem como os demais programas de televisão, incluindo certos noticiários que enfatizam tal necessidade.
A cultura de uma época funciona como uma onda avassaladora. Ela se instala soberana e subjuga, num redemoinho, toda a sociedade. Por essa razão o apóstolo Paulo adverte: “... e não vos conformeis com este mundo” (Rm 12: 2). Somente os que “não se conformam com este mundo” escapam da perigosa onda. Conformar-se é fazer parte, é estar de acordo com as ofertas (enganosas). Conformar-se é atender à concupiscência dos olhos, é irmanar-se com os padrões sugeridos. Tais padrões são marcados pelo espírito de querer tudo quanto a mente e os olhos podem alcançar, e imediatamente.
Quando o Senhor Jesus foi tentado no deserto, Satanás usou a propaganda enganosa: ofereceu-lhe os reinos e a glória do mundo, em troca da adoração! (Mt 4: 8-10). A propaganda enganosa é estratégia diabólica para roubar adoração! Há muitas pessoas que estão adorando a Satanás, sem se dar conta do seu culto. Os que se desviam da Palavra terminam por adorar a Satanás, tal como fez Israel no deserto, quando prestou adoração a um bezerro de ouro (Ex 32: 8). Haverá quem adore o dragão, porém seus nomes não estão no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13: 4-9).
Não é raro ver-se nos programas ditos religiosos, na TV, pessoas que testemunham ter alcançado tantos benefícios materiais (carrões, iates, empresas prósperas, entre outras riquezas) que produzem a concupiscência nos ouvintes. Assim, cresce a bola-de-neve (nenhuma alusão à denominação evangélica) dos incautos adoradores de Satanás! Sim, incautos adoradores de Satanás; porque ele não merece adoração; mas, sendo possível, satisfaz-se em roubá-la dos desavisados.
Aqui não se diz que Deus, o Senhor, não dê bênçãos aos seus servos. Ele as dá! Todavia, mesmo a criatura menos conhecedora da Verdade, compreende que Deus não atende a concupiscências, a desejos carnais de soberba, de riqueza, de “vida regalada” (Tg 4: 1-3). Quem oferece essas coisas é o maligno que, não afetou ao Senhor Jesus, mas anda ao redor dos homens, buscando a quem possa tragar (I Pe 5: 8).
A Igreja de Cristo, enquanto estiver neste mundo, tem de viver diferente, tem de ser o sal da Terra e a luz do mundo (Mt 5: 13-16). A Igreja, o corpo de Cristo, tem de rebater as ofertas maliciosas do diabo, as quais buscam igualar, conformar os salvos aos perdidos. O papel do diabo é acabar com a diferença; por esse motivo, ele pretendeu comparar Jó aos demais homens (Jó 1: 9-11).
Rigorosamente, os salvos não precisam da riqueza material, ainda que a tenham, dela não dependem, nem têm nela o coração. A posse de bens perecíveis serve-lhes de combustível para a propagação do Reino de Cristo, que dominará a Terra livre da ação nefasta do diabo (Ap 21).
O salvo tem consciência de que “tudo pode naquele que o fortalece” (Fp 4: 13): pode ser rico, pode ser pobre, pode ter saúde, por ficar doente. Nada o abalará, porque sabe em quem tem crido (2 Tm 1: 7-12). O salvo depende da inteira vontade de Deus e confia na graça e nas promessas do Senhor. O salvo está convicto de que “Ele tem cuidado de nós” (I Pe 5: 7): por isso, rejeita, com base na Palavra de Deus, toda a investida diabólica que possa levá-lo a conformar-se com este mundo, dando indevida adoração ao deus deste século.
É de se esperar que nossos púlpitos alertem os crentes para essa crescente onda de ofertas das riquezas e das glórias deste mundo, pois se trata da tentação satânica em busca dos que o “adorem”.
Muito bem, querido irmão Tavares! É preciso que haja denodo por parte dos líderes sinceros para alertar o povo de Deus sobre os malefícios das propagandas enganosas que nuveam as igrejas. As formas ludibriadoras que entremeiam os púlpitos de várias denominações evangélicas são tão abomináveis à luz da Palavra de Deus que não podemos deixar de considerar como a mais sórdida e malévola perseguição camuflada que Satanás tem implantado para destruir a Igreja do Senhor. Que Deus nos dê discernimento para podermos distinguir a linha divisória entre o certo e o errado.
ResponderExcluirUm abraço!
Luciano de Paula Lourenço