sexta-feira, 27 de maio de 2022

O SENHOR É O NOSSO PASTOR?







Salmos 23: Meditação.


O Senhor é o meu Pastor; nada me faltará. Nessa primeira sentença há dois verbos. O primeiro verbo está, gramaticalmente, no presente do indicativo, mas expressa um sentido atemporal: “O Senhor é”.

O fragmento não traz a ideia da fluidez do tempo presente, que, normalmente, é transitório. No texto, percebe-se um tom de eternidade, permanência inalterada, de constância absoluta; um “desde sempre”. O Senhor é, e continua sendo.

No livro do Gênesis, o Senhor Deus identifica-se como alguém anterior ao “Princípio” (Gn 1.1).  Para Moisés, Deus apresenta-se como: “Eu Sou o que Sou” (Ex 3.14). Séculos depois, o Senhor Jesus esclarece que “Ele é”, aos judeus que o criticavam: “... Em verdade, em verdade vos asseguro que antes que Abraão existisse, Eu Sou.” (Jo 8.58). O Senhor É o nosso Pastor!

A frase seguinte, do versículo, diz “... nada me faltará”. Agora, o verbo está marcado no futuro; porém, o seu sentido evoca uma sensação de segurança perene, inabalável.

O salmista não está, exatamente, falando de uma provisão futura. Ele expressa a ideia de que a certeza que ele tem do pastoreio divino dá-lhe a segurança da provisão em todo tempo. Talvez a tradução pudesse dizer:

“Já que o Senhor é, eternamente, o meu Pastor, nada tenho que me falte, hoje ou em qualquer tempo.” 

Que maravilhosa expressão de confiança e descanso em Deus! Seríamos bem mais felizes se nós depositássemos essa mesma confiança no Senhor!

Muitos pregadores interpretam a expressão “nada me faltará”, no sentido de que o salmista prevê travessia de fases boas e de fases más. Eles vaticinam: “Não faltará alegria; mas não faltará tristeza.” Discordo dessa interpretação, pois ela aponta para a instabilidade das situações, portanto, enfraquece a confiança que o salmista expressa. Há um cântico bem conhecido que diz: “Com Cristo no barco tudo vai muito bem.”. Sim, com Cristo no barco, tudo deve ir muito bem, independentemente do furor das ondas! O nosso Pastor Celestial prevê tudo o de que precisamos. Nosso tremor está na instabilidade da nossa fé. Na pequenez da nossa confiança naquele que é o nosso Pastor.

O apóstolo Pedro teve a oportunidade de caminhar sobre as ondas bravias do mar da Galileia, porém, ao invés de olhar para o Bom Pastor, que é absolutamente Poderoso, olhou para o mar encapelado e quase foi a pique. Mesmo assim, o mestre estava ali para salvá-lo. (Mt 14.22-36; Mc 6.45-56).

Aquele que transformou água em vinho; aquele ressuscitou mortos; aquele que se entregou à cruz por nós, e ressuscitou ao terceiro dia, subindo para o Pai, seria incapaz de ser conhecido como nosso infalível Pastor?

Poderíamos dar continuidade à meditação que iniciamos nesse salmo davídico. Mas fiquemos por aqui, a meditar na graciosa proteção do Bom Pastor, em relação à pequenez da nossa fé e à insuficiência de conhecimento da grandeza imensurável do Senhor, nosso Deus. Amém! 





Um comentário:

  1. O Senhor é meu pastor e já não tenho falta de nada! - Já refrigera nossa alma! - Ótimo texto!

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